sábado, 23 de março de 2013
O PARAÍSO PERDIDO
O PARAÍSO PERDIDO
Por Aluizio
Gomes
Nada como um
jornalista lúcido e honesto para colocar os pingos
nos iiii.
Fiquem agora
com o prêmio Nobel de Economia, que escreve no
New York Times.
Por Paul Krugman
Há
cerca de alguns anos atrás, o jornalista Nicholas Shaxson publicou um
fascinante livro intitulado “As Ilhas do Tesouro”, o qual explicava como os
paraísos fiscais, que são também, como ele bem assinala, “jurisdições do
segredo”, onde muitas regras não se aplicam, solapam as economias por todo o
globo .Não apenas eles retiram dinheiro de governos carentes , como também
estimulam a corrupção, e destorcem o fluxo de capitais, ajudando a alimentar as
crises financeiras.
Uma
questão que Mr. Shaxson não abordou por muito , entretanto, é quando um paraíso
fiscal entra em crise. É exatamente o que está acontecendo em Chipre agora. Seja
qual for o final da história naquela ilha (um palpite: provavelmente não será
bom), a crise cipriota mostra exatamente
como o sistema bancário mundial continua o mesmo, quase cinco anos depois que
começou crise financeira.
Então,
a respeito de Chipre: Você poderia estar imaginando porque alguém iria dar importância
a uma crise num país com uma economia não muito maior do que aquela da área metropolitana de Scranton-Pa.Acontece que Chipre está na
zona do euro, e assim uma crise lá pode afetar outros países. E tem mais:
embora a economia da ilha seja muito
pequena, trata-se de um grande parceiro financeiro, com um setor bancário quatro
ou cinco maior do que você poderia imaginar, a partir do tamanho da economia de
lá.
Por
que os bancos de Chipre são tão grandes assim?Porque o país é um paraíso
fiscal, onde grandes empresas e pessoas milionárias guardam seu
dinheiro.Oficialmente, 37% dos depósito bancários da ilha pertencem a estrangeiros.Entretanto,
o número real deve ser bem maior, porque há expatriados e residentes apenas no
papel. Basicamente, Chipre é um lugar onde, não apenas os russos, mas pessoas de outros lugares escondem seu
dinheiro da fiscalização.Pode dourar a pílula como quiser, mas isto é lavagem de
dinheiro.
Ironicamente,
Chipre investe muito mais na Rússia do que a própria Alemanha!
Infelizmente
para os cipriotas muitos destes investimentos foram mal aplicados, na medida em
que os bancos de lá compraram papéis gregos e desenvolveram uma enorme bolha
imobiliária.Um dia, as coisas teriam que dar errado, e este dia chegou.
E
agora?Há fortes semelhanças entre Chipre agora e a Islândia há poucos atrás, dois países cuja economia são mais ou menos quantitativamente
iguais.Da mesma forma que Chipre, a Islândia tinha uma grande setor bancário,
inchado por depósitos estrangeiros, os quais eram simplesmente grandes demais
para um “bail out” (socorro por um banco central).A resposta da Islândia foi simplesmente
deixar os bancos quebrarem,mas protegendo os depósitos domésticos, e o
resultado final não foi tão ruim assim.Na realidade ,a Islândia, que tem uma
taxa de desemprego muito menor do que o resto da Europa, saiu-se muito bem da
crise.
Desgraçadamente,
a resposta de Chipre foi totalmente sem noção.Em parte isto se deve porque
Chipre não tem moeda própria, está na zona do euro, dependendo de decisões
feitas em Bruxelas e Berlim. Mas, também reflete a própria relutância de Chipre
em encerrar seu negócio de lavagem de dinheiro. Os líderes cipriotas estão
ainda tentando limitar as perdas dos depositantes estrangeiros na vã esperança
que as coisas um dia se acalmem. Eles estavam tão ansiosos em proteger os
tubarões que chegaram ao ponto de confiscar o dinheiro dos próprios
compatriotas.
domingo, 17 de março de 2013
MINERAÇÃO NO BRASIL
O setor mineral brasileiro é assim:
1. Entra o geólogo, descobre a mina e entrega o mapa à diretoria.
2. Entra o engenheiro de minas, dinamita tudo, coloca no caminhão, ou no trem e pufff!
3. Entra o político, e faz o que quer e entende.
1. Entra o geólogo, descobre a mina e entrega o mapa à diretoria.
2. Entra o engenheiro de minas, dinamita tudo, coloca no caminhão, ou no trem e pufff!
3. Entra o político, e faz o que quer e entende.
E o povo? O povo não entra.
Como consequência disto, boa parte do PIB
brasileiro já deve estar nos paraísos fiscais.
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