OS
MANÉS DO RUST BELT
Aluizio
Gomes
1. ESTATÍSTICA
Primeiro,
vamos aos números:
ESTADOS
UNIDOS
Área:
9,8 milhões de km2.
População:
324 milhões
Eleitores:
231 milhões
Votaram
no dia 8 de Novembro: 131,7 milhões
Abstenção:
43,1%
PIB:
18,5 Trilhões de dólares.
Renda
per capita: 57.220 dólares.
2.QUEM
VOTOU EM QUEM.
Examinando-se
o mapa eleitoral do país, condado por condado, observa-se que Hillary ganhou
maciçamente nos grandes centros urbanos e perdeu feio nas áreas rurais.
Ganhou
no voto popular, mas perdeu no voto do colégio eleitoral.
Por outro lado, é um padrão
político estabelecido, que muitos estados votam sempre nos republicanos (“red
states”) , enquanto outros estados votam nos democratas (“blue states”). Neste
padrão é clara a distinção de estados mais urbanizados e outros mais rurais.
O bicho pega quando há uma terceira
categoria: os chamados “swing states”, que ora viram para um lado e ora viram
para o outro.
Mas um “blue state” votar em Trump,
isto sim, foi uma surpresa, e foram estes que viraram o jogo.
Então precisamos saber o que
aconteceu naquele pedação do país, conhecido como “Rust Belt”, e que possui
grandes jazidas de carvão.
Os
estados de Wisconsin e Pensilvânia, cotados como blue states, e que, juntos
possuem no total de 30 votos eleitorais, levaram seus votos para Trump.
Não
vou repetir aqui o que falei no artigo anterior, sobre distopia, mas, para
continuar, Trump prometeu aos metalúrgicos e mineiros desempregados, que iria
reabrir as fábricas de automóveis e também as minas de carvão.
Isto
vai contra todas as tendências mundiais, tanto de globalização como de meio
ambiente. Isto é, acabou aquela era de prosperidade no Rust Belt, devido aos
acordos comerciais, e devido aos novos controles de emissão de carbono na
atmosfera.
Os
perdedores sonham em voltar o tempo, e Trump, enganou-os, caso típico de estelionato
eleitoral.
Nós
já vimos este filme antes, aqui mesmo no Brasil.
Mas,
os manés do Rust Belt pensam ser possível extrair carvão, poluente e
antieconômico, e construir automóvel com metalúrgico ganhando 30 dólares por
hora.
Que
racistas e supremacistas, brancos, louros, votem em Trump, entende-se, mas é
coisa de mané mesmo acreditar nas lorotas econômicas de Trump.
Recife,
18 de Novembro de 2016.