O ÊXODO DOS JUDEUS DO RECIFE
Por Aluizio Gomes
(Baseado na matéria assinada por Leonardo
Dantas,e publicada na Revista Algo Mais, de Janeiro de 2013)
No Século XVII, na península
ibérica, reinava a intolerância religiosa, o fanatismo da Inquisição. Quando
Pernambuco caiu nas mãos holandesas, em 1630, os judeus foram aqui admitidos, e
aqui foi fundada a primeira sinagoga das Américas, Kahal Kadosh Zur Israel
(Santa Comunidade, o Rochedo de Israel).
Com a vitória dos brasileiros (1654),
150 famílias judaicas voltaram para a Holanda,
e outras foram para o Caribe e América do Norte.
Um pequeno grupo deles, 23 pessoas,
passageiros do navio Valk tornou-se prisioneiro de piratas espanhóis, que os
ameaçava com os cárceres da Inquisição.
Ao aportar na Jamaica, foram
libertados pelos franceses, e foram para Nova Amsterdam, no barco Sainte Catherine.
Chegaram em Nova Amsterdam em
Setembro de 1654, fundando ali a primeira comunidade judaica.
De acordo com comprovação de
pesquisas junto ao arquivo do cemitério a Congregação Shearith Israel, daquela
cidade, membros da Congregação Zur Israel, do Recife, aparecem em documentos da
segunda metade do século XVII.
Fast Foward, 21th Century.
No dia 2 de Maio de 2012, o
presidente Barack Obama proclamou o Mês da Herança Judaica, reconhecendo o
Recife como a origem da presença do povo judeu na América no Norte:
“Há
350 anos, um grupo de 23 refugiados judeus fugiu do Recife, acossado pelo fanatismo
e pela opressão. Para eles, isto marcou o fim de mais um capítulo da
perseguição a um povo que tinha sido testado desde o momento em que professou
sua fé.
Aqueles
vinte e três crentes abriram caminho que milhões seguiram. Durante os três
séculos seguintes, judeus de toda parte foram construir nova vidas na
América-uma terra onde a prosperidade era possível,onde os pais poderiam dar a
seus filhos mais do que eles tinham, onde famílias não mais temeriam o espectro
da violência ou do exílio, mas que viveriam sua fé aberta e honestamente. Mesmo
aqui, judeus americanos sentiram as dores de males e hostilidades,mas
carregaram consigo a profunda convicção de que um futuro melhor estava ao
alcance.Na adversidade e no sucesso, juntaram-se uns aos outros, renovando a
tradição de comunidade, os propósitos morais, e partilharam a luta tão inerente
à sua identidade.”
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