CUBANOS,
GO HOME
Por
Reinaldo Azevedo
É
o cúmulo! O próprio governo passa por cima da CLT.
O
correto seria mandar todos esses cubanos de volta para Cuba.Vamos ver as
providências que o Ministério Público irá tomar
Ministério
Público do Trabalho acorda: relação do governo com médicos cubanos é ilegal:
viola leis nacionais e um código internacional
Até
que enfim. Parece que o Ministério Público do Trabalho resolveu acordar para a
realidade, embora eu ainda precise ver para crer. Segundo informa reportagem de
Evandro Éboli, no Globo Online, o órgão decidiu atuar no caso dos médicos
cubanos e cobrar que o governo mude a relação de trabalho com eles.
Segundo
o procurador Sebastião Caixeta disse ao Globo, a médica cubana Ramona Rodríguez
tem razão ao cobrar que o governo lhe pague integralmente o salário destinado a
cada participante do programa: R$ 10 mil mensais. Como sabemos, Cuba repassa
aos profissionais no Brasil apenas US$ 400 — menos de R$ 1 mil. Ela decidiu
recorrer à Justiça para receber R$ 36 mil pelo trabalho feito até agora.
Ramona
trouxe a público o contrato de trabalho, que ninguém conhecia. Segundo o
procurador, está claro que, à diferença do que sustentava o governo, não se
trata de uma bolsa semelhante a um curso de pós-graduação ou especialização. O
contrato caracteriza o que ele chamou de “vínculo laboral”, de trabalho mesmo.
E há uma legislação específica para isso.
Acreditem,
leitores! O próprio Ministério Público do Trabalho não tinha acesso aos contratos,
que eram celebrados com a tal Organização Pan-Americana de Saúde, a Opas, que é
um braço do regime cubano. A entidade alegava confidencialidade para não tornar
público o documento. Vejam a picaretagem: confidencialidade num assunto que
envolve dinheiro público — muitos milhões.
Está
caracterizado que o governo fraudou os fatos para implementar o programa.
Afirma o procurador Caixeta: “Estamos concluindo que há, de fato, problemas no
programa Mais Médicos. Há um desvirtuamento na relação de trabalho dos
profissionais. Todos foram recrutados para o que seria um curso de
pós-graduação e especialização nas modalidades ensino, pesquisa e extensão. E
não é isso que nós vimos. Há uma relação de trabalho e o que eles recebem é
salário e não uma bolsa”.
Ok,
é bom que o Ministério Público do Trabalho o reconheça, mas a gente sabe disso
faz tempo. O procurador deixa claro com todas as letras: o regime de trabalho
em curso é ilegal. Reproduzo de novo sua fala:
“Mesmo
[os cubanos] recebendo entre 25% a 40% [do salário], já seria uma distorção,
uma discriminação que não é aceita pelo ordenamento jurídico nacional. E nem
pela Constituição e tratados internacionais. O contrato que veio à tona com a
Ramona expôs a situação com mais clareza. Efetivamente, o tratamento que os
cubanos estão recebendo viola o Código de Práticas para Recrutamento
Internacional de Profissionais de Saúde, que é da OMS (Organização Mundial da
Saúde). Um documento que o governo invocou quando lhe interessou. O tratamento
igualitário deixou de ser aplicado.”
Ou
seja, nessa questão, temos um governo fora da lei. O que se espera agora é que
o Ministério Público do Trabalho seja tão severo com o governo federal como
costuma ser com as empresas do setor privado.
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