quinta-feira, 15 de outubro de 2015
O REI "TAMPINHA"
VITTORIO
EMMANUEL III, O REI “TAMPINHA”
Por
Aluizio Gomes
O rei da Itália Vittorio Emmanuel III conseguiu
uma façanha histórica: ficou no trono durante 46 anos (1900 a 1946) numa era
extremamente conturbada na Europa, a qual sofreu duas guerras devastadoras, viu
caírem monarcas poderosos, como na Rússia e Alemanha, e a ascensão de tiranias
implacáveis por todo lado.
No
fundo de toda a efervescência, o fogo que atiçava revoluções e contra revoluções,
estava o marxismo, na sua luta contra o capitalismo selvagem e a aristocracia
parasita.
Ao
poder chegaram líderes com vestes ditatoriais: Hitler, Stalin, Mussolini,
Franco, mas o rei continuava lá, no trono. E, curiosamente, em vez de perder
poder, ainda aumentou o mesmo, no rastro das conquistas de Mussolini. Tornou-se
imperador da Etiópia, em 1936, e rei da Albânia em 1939.
Era
baixinho, media apenas 1,53m. Os italianos colocaram nele o apelido de “Sciaboletta¨
(faquinha). As conquistas atrapalhadas de Mussolini, que queria restaurar o
antigo Império Romano, foi demais para as combalidas finanças italianas,
impedindo a modernização das forças armadas e fazendo que o tiro saísse pela
culatra, com o desastre da II Guerra Mundial.
Assim,
os italianos fizeram outra gozação com o rei “tampinha”:
“Quando
Vittorio era soltanto re
Si
bevea del buon caffè.
Poi
divenne Imperatore
Se
ne sentì solo l’odore.
Oggi
che è anche Re d’Albania
Anche
l’odore l’ han portato via.
E
se avremo un’altra vittoria
Ci
mancherà anche la cicoria.
"Quando
Vittorio era apenas rei
Se
tomava um bom café
Quando
virou Imperador
Do
café ficou apenas o cheiro
Virou
rei da Albânia
E
até o cheiro do café se foi
E,
se tivermos mais uma vitória
Vamos
perder até nossa chicória”
A
gota d’água em seu reinado foi o bombardeio de Roma pelos aliados, no dia 19 de
Julho de 1943. No dia 25 do mesmo mês, o rei destituiu e prendeu Mussolini, assinou um armistício com os aliados em Setembro, e fugiu para
o sul, em Abril de 1944, mais perto das forças aliadas, evitando ser preso
pelos alemães, e passando os poderes para seu filho, o príncipe Umberto.
Finda
a guerra, renunciou ao trono, no dia 9 de Maio de 1946.
Em
seguida um referendum optou pela república, encerrando a monarquia na Itália.
Referências:
1."Biography
for King Victor Emmanuel III". IMDb.com. Retrieved 2013-09-16.
2.Nomads in the Shadows of Empires: Contests,
Conflicts and Legacies on the Southern Ethiopian-Northern Kenyan Frontier. p.
160.
3.Montanelli, Mario Cervi, Storia d'italia.
L'Italia della guerra civile, RCS, 2003.
4.Albania
in Occupation and War: From Fascism to Communism 1940–1945, 2006, p.153, ISBN
1-84511-104-4
5.
The Little King TIME Magazine, 5 January 1948
6.
"Great Collections - King Victor Emmanuel III of Italy" (PDF).
Muenzgeschicte.ch. Retrieved 2013-09-16.
7.Mack
Smith, Denis (1989). Italy and its Monarchy. Yale University Press. ISBN
0-300-05132-8.
8.James
Rennell Rodd [British Ambassador to Italy before and during the Great War].
Social and Diplomatic Memories. Third Series. 1902-1919. London, 1925.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
COMENTÁRIOS SOBRE O ARTIGO ZEPELIM
Aluízio,
As empresas privadas BP e Volks foram multadas nos States em quanto e por que?
Será que não seria conveniente você incluir uma reflexão dos fatos que envolvem o exercício da falta de ética das empresas citadas no bojo do seu texto?
Bartolomeu de Albuquerque Franco(Engenheiro de Minas)
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18:15 (Há 1 hora)
| ||
Caro Aluizio:
Tirante a possibilidade de sabotagem, na realidade, os americanos contribuiram indiretamente para o acidente do Hindenburg em 1937.
À época, os Estados Unidos tinham o monopólio mundial na produção de gás hélio que era incombustível e seria ideal para os zepelins, mas recusavam o fornecimento para a Alemanha nazista que era obrigada a utilizar hidrogênio altamente inflamável em contato com o oxigênio.
Quanto à sua colocação sobre os males da estatização, está perfeita.
Abraço,
Cláudio Holanda(Geólogo)
ZEPELIM
ZEPELIM,
OUTRA ESTATIZAÇÃO MAL SUCEDIDA
Por
Aluizio Gomes
O
dirigível zepelim foi criado pelo alemão Ferdinand Adolf Heinrich August graf
von Zeppelin nos anos 90 do século XIX, e fez seu primeiro voo no dia 2 de
Julho de 1900.
Foi
primeiramente usado como uma aeronave comercial, mas com a eclosão da I Guerra
Mundial, foi usado como bombardeiro.
Finda
a guerra, a Alemanha, pelo tratado de Versalhes, ficou proibida de construir
grandes aeronaves. Como exceção, foi construído um zepelim para os americanos.
Em 1926 as sanções foram levantadas, e na década de 30 ocorreu o apogeu do
zepelim, que começou a fazer viagens transatlânticas para o Brasil e os
Estados Unidos. Em 1937 um zepelim incendiou nos Estados Unidos, encerrando em definitivo os voos.
Vale
lembrar que o conde Zeppelin havia falecido em 1917, tendo sido substituído por
Hugo Eckener. Com a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, começaram as
intrigas políticas, devido ao fato de Eckener se recusar a colaborar com os
nazistas. Terminou Hitler estatizando a empresa, escanteando Eckener, que foi
substituído por simpatizantes do novo regime.
Com
o aparelhamento da empresa, normas de segurança foram desprezadas,
enfatizando-se mais o desempenho, como forma de mostrar ao mundo o poder tecnológico
germânico.
No
tempo de Eckener, segurança era a prioridade, agora a prioridade era ideologia
e propaganda.
Qualquer
semelhança com o que acontece hoje no Brasil, com a Petrobrás, não é mera
coincidência, é o que sempre acontece com estatais a serviço de interesses
políticos e ideológicos. No tempo de Eckener nunca houve nenhum acidente,
nenhum passageiro tinha sido ferido.
Depois
da I Grande Guerra, os aviões a hélice foram continuamente aperfeiçoados, melhorando
tanto desempenho como raio de alcance, o que causou a obsolescência da cria do
conde Zeppelin.
Referências:
Eckener, Hugo: Count Zeppelin. The Man and his Work. London: Massie Publishing Company, Ltd. 1938.
Eckener, Hugo: My Zeppelins. London: Putnam 1958.
ESTE ARTIGO FOI PUBLICADO NO JORNAL DO COMMERCIO DE 07/10/2015
Referências:
Eckener, Hugo: Count Zeppelin. The Man and his Work. London: Massie Publishing Company, Ltd. 1938.
Eckener, Hugo: My Zeppelins. London: Putnam 1958.
ESTE ARTIGO FOI PUBLICADO NO JORNAL DO COMMERCIO DE 07/10/2015
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