ALHOS
E BUGALHOS
Por
Luiz Guimarães
Dilma,
a competenta, elaborou com rara habilidade seu projeto de reconciliação
nacional. Juntou na mesma área Patrus Ananias, para quem Stalin provavelmente
não passava de um reformista burguês, com Kátia Abreu, para quem Gengis Khan ou
era comunista ou no mínimo complacente com os comunistas. Juntou políticos
desconhecidos, como George Hilton, com políticos fartamente conhecidos, como
Eliseu Padilha, que vem com o selo de qualidade do Governo Fernando Henrique.
Juntou
candidatos derrotados com políticos que vencem até (e principalmente) quando o
país perde. A cereja do bolo, talvez como símbolo do prometido combate à
corrupção, é Helder Barbalho, derrotado nas urnas, filho querido de Jader (cuja
carreira política envolveu renúncia, para escapar à cassação, e um período de
prisão), um dos herdeiros daquele famoso ranário em que sobravam investimentos
com dinheiro público e faltavam rãs.
E,
no esforço de conciliação, Valdemar Costa Neto, então hóspede da Penitenciária
da Papuda, foi quem negociou com o Governo a nomeação do ministro dos
Transportes. É bonito, ainda mais no 1º de Janeiro, Dia da Confraternização
Universal, em que todos tomaram posse, ver que Dilma faz conviver herbívoros e
carnívoros.
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