Estadão. 30/12/2013
"A Petrobras concluiu a venda de sua participação de
35% no bloco BC-10 da Bacia de Campos, referente ao projeto Parque das Conchas,
por US$ 1,636 bilhão. Principal parceira no projeto, a petroleira
anglo-holandesa Shell pagou US$ 1 bilhão pela fatia de 23% no bloco, passando
de 50% para 73% sua participação no bloco da Bacia de Campos."
Comentário
Por Ossami Sakamori
No undécimo minuto de fechar o ano de 2013, a
Petrobras vende uma fatia de participação do bloco de exploração, em plena
atividade, na Bacia de Campos, para a Shell. A venda de ativos da
Petrobras, conforme previa o Plano de Investimentos da Companhia, se
concentrava em ativos no exterior. A surpresa é que a Petrobras está
vendendo ativos "filé mignon", dos campos do território brasileiro a
toque de caixa. Para fazer caixa da Companhia ou fazer caixa para
campanha?
Isto me
cheira a ovo podre. Estamos a falar de venda de ativos correspondente em
moeda brasileira a R$ 3,85 bilhões. Pela maneira que foi anunciada, parece não
ter obedecido as leis de licitações sobre venda de qualquer ativo, que é o de
fazer avaliação do ativo pela auditoria externa, independente, e colocá-la em
licitação. No caso da Shell e outra empresa parceira, nas mesmas
condições do ofertante do leilão, teria preferência na aquisição. O
negócio, pelo visto, foi feito numa mesa, como se negociam uma caixa de banana.
Isto fede! Se as normas e leis permitem "dispensa de licitação", mesmo assim, não cumpriu as regras da boa governança corporativa que se submetem as empresas com capital aberto, como é o caso da Petrobras. Lembrando que a Petrobras é uma empresa de economia mista, cujo controle é da União Federal. Se isto tivesse acontecido com uma empresa privada, certamente, os diretores envolvidos, seriam processados e mandado para Papuda. Ou no mínimo os tais diretores seriam considerados inidôneos pelo mercado. Nunca mais teriam emprego em lugar nenhum.
Isto fede! Se as normas e leis permitem "dispensa de licitação", mesmo assim, não cumpriu as regras da boa governança corporativa que se submetem as empresas com capital aberto, como é o caso da Petrobras. Lembrando que a Petrobras é uma empresa de economia mista, cujo controle é da União Federal. Se isto tivesse acontecido com uma empresa privada, certamente, os diretores envolvidos, seriam processados e mandado para Papuda. Ou no mínimo os tais diretores seriam considerados inidôneos pelo mercado. Nunca mais teriam emprego em lugar nenhum.
A venda de ativos no Brasil comprova que a
Petrobras se encontra em grande dificuldade de geração de caixa, sobretudo pela
defasagem de preço de combustíveis que vendem na refinaria. A Petrobras
vem bancando sozinha o subsídio de combustíveis, para tentar segurar a
inflação. Não sabemos até quando vai durar esta situação anômala.
Só espero que a Petrobras, não entre em insolvência, mesmo com a
postergação de Plano de Investimento de US$ 236 bilhões, anunciado pela
presidente Dilma com grande destaque na imprensa.
No entendimento popular, a situação se configura
como aquele cara que "vende" o almoço para "comprar" a
janta do dia. Pior, alguém levou vantagem R$ milionária nesta operação.
Quem foi que levou nessa? Se correr o bicho pega, se parar o bicho come!
O bicho no caso, não é propriamente a Petrobras, mas sim o povo
brasileiro.
Vamos dar uma virada em 2014, vamos?
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