quarta-feira, 26 de setembro de 2012

FALOU FERREIRA GULLAR


Ótimas observações do poeta Ferreira Gullar, ex-militante do Partido Comunista Brasileiro, em entrevista nas páginas amarelas na Veja.

"Não tenho dúvida nenhuma de que o socialismo acabou. Só alguns malucos insistem no contrário."

"A capacidade criativa do capitalismo é fundamental para a sociedade se desenvolver, para a solução das desigualdades, porque é só a produção de riqueza que resolve isto."

domingo, 23 de setembro de 2012

CARTA À PRESIDENTE


Professora Martha de Freitas Azevedo Pannunzio

PROFESSORA DE 74 ANOS BATEU FORTE NA PRESIDENTE

O TEXTO É LONGO, MAS TIRE 10 MINUTOS DO SEU PRECIOSO TEMPO E…. LEIA, VALE A PENA

Último lembrete: a pobreza é uma consequência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro.
Não me leve a mal por este protesto público. Tenho obrigação de protestar, sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu.
(Martha de Freitas Azevedo Pannunzio)
O texto é longo, mas vale a pena ser lido.
Observem a origem de quem escreveu.

BRASIL CARINHOSO
Bom dia, dona Dilma!
Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mães.
Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO.
Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil.
Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para engordar sua renda. Por outro lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano quinquenal engenhoso de estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do PT.
É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a plateia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu caso) irresponsavelmente.
Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou bastante madura, bastante politizada, sobrevivente da ditadura militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e delirante. Vocês são adeptos do quanto pior, melhor. São discricionários, praticantes do bullying mais indecente da História do Brasil.
Em 1988 a Assembleia Nacional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Brasil uma Carta Magna bastante democrática e moderna. No seu Art. 5º está escrito que todos são iguais perante a lei*. Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição, enfiando goela abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu modus governandi a partir do qual todos são iguais perante a lei, menos os que são diferentes: os beneficiários das cotas e das bolsas-esmola. A partir de vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável. E a Constituição que vá para a pqp. Vocês selecionaram estes brasileiros e brasileiras, colocaram-nos no tronco, como eu faço com o meu gado, e os marcaram com ferro quente, para não deixar dúvida d e que são mal-nascidos. Não fizeram propriamente uma exclusão, mas fizeram, com certeza, publicamente, uma apartação étnica e social. E o PROUNI se transformou num balcão de empréstimo pró escolas superiores particulares de qualidade bem duvidosa, convalidadas pelo Ministério de Educação. Faculdades capengas, que estavam na UTI financeira e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade, da ética e da saúde intelectual, empresarial, cultural e política do País. A Câmara Federal endoidou? O Senado endoidou? O STJ endoidou? O ex-presidente e a atual presidentA endoidaram? Na década de 60 e 70 a gente lutou por uma escola de qualidade, laica, gratuita e democrática. A senhora disse que estava lá, nesta trincheira, se esqueceu disto, dona Dilma? Oi, por favor, alguém pare o trem que eu quero descer!
Uma escola pública decente, realista, sintonizada com um País empreendedor, com uma grade curricular objetiva, com professores bem remunerados, bem preparados, orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o Brasil precisa. Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante. Para ontem. Nossa grade curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega ao final do ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe regra de três. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados nem de suas capitais. Em casa não sabe consertar o ferro de passar roupa. Não é capaz de fritar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só servem para prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste. Nossos meninos e jovens leem (quando leem), mas não compreendem o que leram. Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma. Acorde! Digo isto com conhecimento de causa porque domino o assunto. Fui a vida toda professora regente da escola pública mineira, por opção política e ideológica, apesar da humilhação a que Minas submete seus professores. A educação de Minas é uma vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu contracheque confirma o que estou informando.
Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se anunciasse apenas duas decisões: um programa nacional de planejamento familiar a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola de um turno só, de doze horas. Não sabe como fazer isto? Eu ajudo. Releia Josué de Castro, A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo de Darcy Ribeiro. Revisite os governos gaúcho e fluminense de seu meio-conterrâneo e companheiro de PDT, Leonel Brizola. Convide o senador Cristovam Buarque para um café-amigo, mesmo que a Casa Civil torça o nariz. Ele tem o mapa da mina.
A senhora se lembra dos CIEPs? É disto que o Brasil precisa. De escola em tempo integral, igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas, miseráveis ou milionárias. Escola com quatro refeições diárias, escova de dente e banho. E aulas objetivas, evidentemente. Com biblioteca, auditório e natação. Com um jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita horta, para aprendizado dos alunos e abastecimento da cantina. Escola adequada para os de zero a seis, para estudantes de ensino fundamental e para os de ensino médio, em instalações individuais para um máximo de quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro, virando a esquina de casa. De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na Finlândia, dona Dilma. No aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá ver como se gerencia a educação pública com responsabilidade e resultado. Enquanto os finlandeses amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles permanecem. Aqui a evasão é exorbitante. Educação custa caro? Depende do ponto de vista de quem analisa. Só que educação não é despesa. É investimento. E tem que ser feita por qualquer gestor minimamente sério e minimamente inteligente. Povo educado ganha mais, consome mais, come mais corretamente, adoece menos e recolhe mais imposto para as burras dos governos. Vale à pena investir mais em educação do que em caridade, pelo menos assim penso eu, materialista convicta.
Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem nada a ver com controle de natalidade. Aliás, é a única medida capaz de evitar a legalização do controle de natalidade, que é uma medida indesejável, apesar de alguns países precisarem recorrer a ela. Uberlândia, inspirada na lei de Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei do planejamento familiar. Nossa cidade foi a segunda do Brasil a tomar esta iniciativa, antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à época, fui a autora da mesma e declaro isto sem nenhuma vaidade, apenas para a senhora saber com quem está falando.
Senhora PresidentA, mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso do seu governo como mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que não lhe falte discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e bater forte, se for preciso. A primeira chibatada é o seu veto a este Código Florestal, que ainda está muito ruim, precisado de muito amadurecimento e aprendizado. O planeta terra é muito mais importante do que o lucro do agronegócio e a histeria da reforma agrária fajuta que vocês estão promovendo. Sou fazendeira e ao mesmo tempo educadora ambiental. Exatamente por isto não perco a sensatez. Deixe o Congresso pensar um pouco mais, afinal, pensar não dói e eles estão em Brasília, bem instalados e bem remunerados, para isto mesmo. E acautele-se durante o processo eleitoral que se aproxima. Pega mal quando um político usa a máquina para beneficiar seu partido e sua base aliada. Outros usaram? E daí? A senhora não é os outros. A senhora á a senhora, eleita pelo povo brasileiro para ser a presidentA do Brasil, e não a presidentA de um partidinho de aluguel, qualquer.
Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é claro. Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas do seu presente: as mães da classe média baixa, da classe média média, da classe média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós, com marido ou sem marido, que, junto com os homens produtivos, geradores de empregos, pagadores de impostos, sustentamos a carruagem milionária e a corte perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada oportunista e voraz.
A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários da Bolsa-família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício. Estou firmemente convencida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de não solucionar o problema de ninguém, ainda tem o condão de produzir uma casta inoperante, parasita social, sem qualificação profissional, que não levará nosso País a lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de propaganda institucional feita incessantemente pelo governo petista na última década, o Brasil está na mira dos desempregados do mundo inteiro, a maioria qualificada, que entrarão por todas as portas e ocuparão todos os empregos disponíveis, se contentando até mesmo com a informalidade. E aí os brasileiros e brasileira vão ficar chupando prego, entregues ao deus-dará, na ociosidade que os levará à delinquência e às drogas.
Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e quatro anos, o que eu mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da pancadaria de 1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida toda para criar meus cinco filhos, de ter educado milhares de alunos na rede pública, o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda está na estaca zero, com uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de votar e ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa no ostracismo social, alienada e desinteressada de enfrentar o desafio de lutar por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem dignidade, mas com um título de eleitor na mão, pronto para depositar um voto na urna, a favor do político paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar o peixe, ao invés de ensinar a pescar, est a foi a escolha de vocês.
A senhora não pediu minha opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar. Vai. Tomou esta decisão sem me consultar. Num país com taxa de crescimento industrial abaixo de zero, eu, agropecuarista, burro-de-carga brasileiro, me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me colocar publicamente contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não chegaram ao poder agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta com o FOME ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o vale-gás, as ONGs fajutas e outras esmolas que tais. Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém? Não refrescou niente? Gostaria que a senhora me mandasse o mapeamento do Brasil miserável e uma cópia dos estudos feitos para avaliar o quantitativo de miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do anúncio do BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de dividir, só para saber qual a parte que me toca nesta chamada de capital. Democracia é isto, minha cara. Transparência. Não ofende. Não dói.
Ah, antes que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE. Não sou impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e português. Por favor, corrija esta informação.
Se eu mandar esta correspondência pelo correio, talvez ela pare na Casa Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca saberá que desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com pessoas públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou concorde. O contraditório é muito saudável.
Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda. R$2,00 (dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma criança de zero a seis anos, é uma esmolinha bem insignificante, bem insultuosa, não é não, dona Dilma? Carinho de presidentA da república do Brasil neste momento, no meu conceito, é uma campanha institucional a favor da vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois filhos. É mais creche institucional e laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de aula, do laboratório, competente e bem remunerado. É ensino profissionalizante e gente capacitada para o mercado de trabalho.
Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da corrupção escandalosa o meu assunto para esta catilinária. Mas não. Prefiro me ocupar de algo mais grave, muitíssimo mais grave, que é um desvio de conduta de líderes políticos desonestos, chamado populismo, utilizado para destruir a dignidade da massa ignara. Aliciar as classes sociais menos favorecidas é indecente e profundamente desonesto. Eles são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos, excluídos? Os miseráveis são. Mas votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos. Esta é a jogada. Suja.
A televisão mostra ininterruptamente imagens de desespero social. Neste momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população luta, grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho. Enquanto isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente produzida anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos na contramão da História, dona Dilma!
Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a inteligência da minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia para sustentar a máquina extraviada do governo petista.
Último lembrete: a pobreza é uma consequência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro.
Não me leve a mal por este protesto público. Tenho obrigação de protestar, sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu.
Atenciosamente,
Martha de Freitas Azevedo Pannunzio
Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

ALUIZIO


ÊXODO NO PT


ÊXODO NO PT
(Copiado de um comentário no Facebook)

O que ex-petistas e petistas desiludidos dizem hoje a respeito do partido e de Lula:

"O PT tem todo o direito de continuar existindo juridicamente, mas o partido que eu ajudei a construir já morreu. E só participo de debates sobre ressurreição e reencarnação no âmbito religioso."
Senadora Heloísa Helena (ex-petista, hoje no PSOL-AL)

"Diante das denúncias, os petistas optaram por uma saída jurídica,em detrimento de uma explicação política. Isso só é possível para quem já decidiu abandonar a vida pública. Esse comportamento reduziu as chances de sobrevivência do PT."
Deputado federal Fernando Gabeira (ex-PT, hoje no PV-RJ)

"O partido confundiu-se com o governo, tornou-se aparelho do Estado e acreditou que os fins justificavam os meios. Agora, só há salvação se os responsáveis por tudo isso forem punidos."
Deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP)

"O PT foi atingido de forma irremediável. Do ponto de vista do patrimônio da lisura e da ética, acabou jogado na vala comum. E essa situação é irrecuperável."
Deputado federal Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ)

"O PT levará, no mínimo, dez anos para se recuperar. Nos anos 90, elegeu a ética como razão de existir, mas a ética deve ser intrínseca ao partido, e não uma causa."
Senador Cristovam Buarque (PT-DF)

"O PT errou: afastou a militância, pôs burocratas no governo e se entregou às vontades de Lula. E que vontades eram essas? Apenas a do poder pelo poder. Agora acabou. O castelo de areia ruiu."
Economista e ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau, expulso do PT em 1997

"O PT cometeu o pecado original. Comemos a maçã proibida, o fruto da ambição. Foram muitas mentiras. E o pior é que o PT só está querendo achar culpados individuais. Não quer assumir o grande equívoco que cometeu com a nação."
Deputado federal Paulo Delgado (PT-MG)

"Lula sempre compartilhou da intimidade do grupo e foi o principal beneficiário de suas ações. Garante, porém, que nada sabia. Respeito quem acredita nisso, assim como respeito quem acredita em duendes."
Ex-dirigente petista César Benjamin, em artigo para aFolha de S.Paulo

Hélio Bicudo, petista há 25 anos: "É impossível que Lula não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos"

O jurista Hélio Bicudo, de 83 anos, tem uma longa militância em favor dos direitos humanos, na qual se destaca o combate à ação do Esquadrão da Morte paulista, no fim dos anos 60. Relutou muito antes de decidir manifestar sua opinião sobre o governo Lula e o PT, ao qual é filiado há 25 anos. Decidiu falar incentivado pela família e por alguns amigos, inclusive da base petista. "Não posso admitir que dentro da história que venho construindo, muitas vezes penosamente, eu possa ser considerado partícipe do que está acontecendo", disse Bicudo à editora de VEJA Lucila Soares, a quem concedeu a seguinte entrevista.

O SENHOR ACREDITA QUE O PRESIDENTE LULA SABIA DOS FATOS QUE ESTÃO VINDO A PÚBLICO?

Lula é um homem centralizador. Sempre foi presidente de fato do partido. É impossível que ele não soubesse como os fundos estavam sendo angariados e gastos e quem era o responsável. Não é porque o sujeito é candidato a presidente que não precisa saber de dinheiro. Pelo contrário. É aí que começa a corrupção.

POR QUE O PRESIDENTE NÃO TOMOU NENHUMA ATITUDE PARA IMPEDIR QUE A SITUAÇÃO CHEGASSE AONDE CHEGOU?

Ele é mestre em esconder a sujeira embaixo do tapete. Sempre agiu dessa forma. Seu pronunciamento de sexta-feira confirma. Lula manteve a postura de que não faz parte disso e não abre espaço para uma discussão pública.

HÁ OUTROS EXEMPLOS DESSA CARACTERÍSTICA?

Há um muito claro. Em 1997, presidi uma comissão de sindicância do PT para apurar denúncias contra o empresário Roberto Teixeira, que estava usando o nome de Lula para obter contratos de prefeituras em São Paulo. A responsabilidade dele ficou claríssima. Foi pedida a instalação de uma comissão de ética, e isso foi deixado de lado por determinação de Lula, porque o Roberto Teixeira é compadre dele. O único punido foi o Paulo de Tarso Venceslau, autor da denúncia. Ainda que não existisse necessariamente um crime, havia um problema sério, ético, político, que tinha de ter sido discutido e não foi. Essas coisas todas vão se acumulando e, no final, acontece o que se vê hoje.

ESSES MESMOS SINAIS ESTÃO PRESENTES NO ASSASSINATO DO PREFEITO DE SANTO ANDRÉ, CELSO DANIEL?

A história de Santo André ainda não está clara. Houve uma intervenção do próprio partido para caracterizar o crime como crime comum, do que eu discordo. Houve a eliminação do Celso, ou porque ele não concordava com a corrupção ou porque ele quis interromper o processo num determinado ponto.

O SENHOR FOI VICE-PREFEITO DE MARTA SUPLICY. COMO FOI PARTICIPAR DE UM GOVERNO PETISTA?

O que me realizou na prefeitura foi constituir a Comissão de Direitos Humanos do município. Fora isso, tudo passou ao largo do meu gabinete, por opção de Marta. E, em dezembro de 2004, já no fim do governo, quando assumi interinamente a prefeitura e houve uma chuva muito forte, com graves prejuízos à população, pude verificar que os serviços públicos estavam totalmente omissos. Convoquei uma reunião do secretariado e apareceram dois ou três. Para mim foi uma experiência extremamente negativa.

EM QUE MOMENTO O SENHOR COMEÇOU A PERCEBER QUE O PARTIDO ESTAVA NO CAMINHO ERRADO?

Quando a direção passou a tomar a frente das campanhas políticas. No início a militância era a grande força eleitoral. Isso foi mudando na medida em que o partido começou a abandonar os princípios éticos. A partir da campanha eleitoral de 1998, instalou-se definitivamente a política de atingir o poder a qualquer preço.

O PRESIDENTE LULA TAMBÉM QUERIA CHEGAR AO PODER A QUALQUER PREÇO?

Sim. Mas ele quer a representatividade, sem o ônus do poder. Ele dividiu o governo como se estivéssemos num sistema parlamentarista. É o chefe do Estado, mas não do governo. Nisso há, aliás, uma clara violação da Constituição, que é presidencialista. A conseqüência foi o aparelhamento do Estado, um governo sem projeto e essa tática de alcançar resultados pela corrupção do Congresso Nacional.

O EX-MINISTRO JOSÉ DIRCEU ERA O PRINCIPAL NOME DESSE GRUPO A QUEM LULA DELEGOU O PODER. QUAL SUA AVALIAÇÃO SOBRE ELE?

Dirceu é um trator. Ele é um homem que luta, sem restrição a meios, pelo poder. Está impregnado desse objetivo. Ele é o melhor representante de um grupo que aspirava ao poder pelo poder, não para fazer as reformas que sempre defendemos. O PT chegou ao governo sem projeto. Se Lula quisesse transformar o sonho petista em realidade, poderia ter se cercado de gente que o ajudaria nisso. Pessoas como Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares, Fábio Konder Comparato, Maria Victoria Benevides, Paulo Nogueira Batista Junior trabalharam no programa e foram depois pura e simplesmente deixadas de lado. Foi uma escolha. Que continua. Em vez de buscar as pessoas autênticas, que comungam do ideal que acho que ainda é dele também, Lula se reúne com o Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela). Para quê?

O SENHOR TAMBÉM SE CONSIDERA DEIXADO DE LADO?

Eu entrei no PT porque achei que devia entrar, ajudei o Lula em vários momentos porque achei que devia ajudar e nunca pedi nada em troca. Ele é que, espontaneamente, me disse que eu assumiria uma posição. Um dia, o ministro Celso Amorim mandou seu chefe-de-gabinete me oferecer um lugar de conselheiro da Unesco. Eu pedi que me explicasse o que representava exatamente essa posição. A resposta foi: "É formidável. Três viagens por ano a Paris". Ou seja, estavam me oferecendo uma mordomia. Eu não aceitei.

EM ALGUM OUTRO MOMENTO O SENHOR FOI CHAMADO A COLABORAR COM O GOVERNO?

Sim. O então presidente do PT, José Genoíno, me pediu ajuda para convencer meus amigos deputados federais do PT a retirar seu apoio à formação da CPI dos Correios.

EXISTEM ELEMENTOS PARA QUE SE PEÇA O IMPEACHMENT DO PRESIDENTE?

Os fatos podem vir a caracterizar crime de responsabilidade e, portanto, motivar um pedido de impeachment. Mas eu gostaria de lembrar que as primeiras pessoas que pediram o impeachment de Fernando Collor foram o Lula e eu. O pedido foi engavetado. Só quando houve pressão popular é que se concretizou um processo. Se você não tem apoio popular, isso cai numa discussão de juristas que não leva a nada, a não ser ao prejuízo da democracia.

COMO O SENHOR VÊ O FUTURO DO PT?

Depende muito de como esse processo vai prosseguir. Se continuarmos com uma direção chapa-branca, não vamos chegar a lugar algum – a não ser no "desfazimento" de um partido que poderia ter chegado ao poder para realizar as reformas necessárias, mas só conseguiu promover um grande isolamento do Lula.
Parte superior do formulário

Parte inferior do formulário

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

STÁLIN NÃO MORREU


                             STÁLIN NÃO MORREU

Por Clóvis Rossi
Publicado na Folha de São Paulo, em 07/03/2009

Está em cartaz no museu do stalinismo que um dia se chamou Cuba um velho clássico desse tipo de instituições: o expurgo e seu cortejo.
As vítimas da vez são velhos comunistas de carteirinha, como Carlos Laje, 20 anos de fidelidade ao castrismo, e Felipe Pérez Roque, dez anos como o responsável pelas relações externas do museu.
Parece inacreditável que, 56 anos após a morte de Joseph Stálin e 53 anos depois que até seus sucessores- e, pouco antes, seus cúmplices- reconheceram seus crimes, esse espírito nefando ainda sobreviva.
É ainda inacreditável que pessoas que se acham de esquerda continuem a lhe dar aval nem que seja pela cumplicidade do silêncio.
Ser de esquerda, na teoria, era ser acima de tudo libertário.Na vida real, regimes como o cubano e antes dele o soviético se tornaram liberticidas.
Talvez pela cumplicidade do silêncio, o stalinismo ganha adeptos no próprio Caribe, adeptos que gozam o mesmo beneplácito.
Refiro-me especificamente à Nicarágua de Daniel Ortega, que, de volta ao poder, aliou-se com a pior espécie política, a da corrupção mais desavergonhada, mas, porque critica o "imperialismo" norte-americano, é tratado como gente fina.
A esquerda ignora a vil perseguição que Ortega move a um revolucionário, este sim autêntico, goste-se ou não da revolução que ele encarnou, de nome Ernesto Cardenal, poeta e sacerdote, ministro da cultura do sandinismo em seguida à vitória contra o clã Somoza.
Em recente entrevista ao jornal espanhol "El País", Cardenal disse algo que, em boa medida, vale também para Cuba:
"Alí, (na Nicarágua), não há nada de esquerda, nada de revolução, nada de sandinismo.O que há é nada mais do que corrupção e ditadura. Uma ditadura fascista, familiar, de Daniel Ortega, sua mulher e seus filhos".

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

DISCURSO DE BILL CLINTON


DISCURSO DE BILL CLINTON EM CHARLOTTE,CAROLINA DO NORTE, NA CONVENÇÃO DO PARTIDO DEMOCRATA, 2012

We're here to nominate a President, and I've got one in mind.
I want to nominate a man whose own life has known its fair share of adversity and uncertainty. A man who ran for President to change the course of an already weak economy and then just six weeks before the election, saw it suffer the biggest collapse since the Great Depression. A man who stopped the slide into depression and put us on the long road to recovery, knowing all the while that no matter how many jobs were created and saved, there were still millions more waiting, trying to feed their children and keep their hopes alive.
I want to nominate a man cool on the outside but burning for America on the inside. A man who believes we can build a new American Dream economy driven by innovation and creativity, education and cooperation. A man who had the good sense to marry Michelle Obama.
I want Barack Obama to be the next President of the United States and I proudly nominate him as the standard bearer of the Democratic Party.
In Tampa, we heard a lot of talk about how the President and the Democrats don't believe in free enterprise and individual initiative, how we want everyone to be dependent on the government, how bad we are for the economy.
The Republican narrative is that all of us who amount to anything are completely self-made. One of our greatest Democratic Chairmen, Bob Strauss, used to say that every politician wants you to believe he was born in a log cabin he built himself, but it ain't so.
We Democrats think the country works better with a strong middle class, real opportunities for poor people to work their way into it and a relentless focus on the future, with business and government working together to promote growth and broadly shared prosperity. We think "we're all in this together" is a better philosophy than "you're on your own."
Who's right? Well since 1961, the Republicans have held the White House 28 years, the Democrats 24. In those 52 years, our economy produced 66 million private sector jobs. What's the jobs score? Republicans 24 million, Democrats 42 million!
It turns out that advancing equal opportunity and economic empowerment is both morally right and good economics, because discrimination, poverty and ignorance restrict growth, while investments in education, infrastructure and scientific and technological research increase it, creating more good jobs and new wealth for all of us.
Though I often disagree with Republicans, I never learned to hate them the way the far right that now controls their party seems to hate President Obama and the Democrats. After all, President Eisenhower sent federal troops to my home state to integrate Little Rock Central High and built the interstate highway system. And as governor, I worked with President Reagan on welfare reform and with President George H.W. Bush on national education goals.
I am grateful to President George W. Bush for PEPFAR, which is saving the lives of millions of people in poor countries and to both Presidents Bush for the work we've done together after the South Asia tsunami, Hurricane Katrina and the Haitian earthquake.
Through my foundation, in America and around the world, I work with Democrats, Republicans and Independents who are focused on solving problems and seizing opportunities, not fighting each other.
When times are tough, constant conflict may be good politics but in the real world, cooperation works better. After all, nobody's right all the time, and a broken clock is right twice a day. All of us are destined to live our lives between those two extremes. Unfortunately, the faction that now dominates the Republican Party doesn't see it that way. They think government is the enemy, and compromise is weakness.
One of the main reasons America should re-elect President Obama is that he is still committed to cooperation. He appointed Republican Secretaries of Defense, the Army and Transportation. He appointed a Vice President who ran against him in 2008, and trusted him to oversee the successful end of the war in Iraq and the implementation of the recovery act. And Joe Biden did a great job with both. He appointed Cabinet members who supported Hillary in the primaries. Heck, he even appointed Hillary! I'm so proud of her and grateful to our entire national security team for all they've done to make us safer and stronger and to build a world with more partners and fewer enemies. I'm also grateful to the young men and women who serve our country in the military and to Michelle Obama and Jill Biden for supporting military families when their loved ones are overseas and for helping our veterans, when they come home bearing the wounds of war, or needing help with education, housing, and jobs.
President Obama's record on national security is a tribute to his strength, and judgment, and to his preference for inclusion and partnership over partisanship.
He also tried to work with Congressional Republicans on Health Care, debt reduction, and jobs, but that didn't work out so well. Probably because, as the Senate Republican leader, in a remarkable moment of candor, said two years before the election, their number one priority was not to put America back to work, but to put President Obama out of work. Senator, I hate to break it to you, but we're going to keep President Obama on the job!
In Tampa, the Republican argument against the President's re-election was pretty simple: we left him a total mess, he hasn't cleaned it up fast enough, so fire him and put us back in.
In order to look like an acceptable alternative to President Obama, they couldn't say much about the ideas they have offered over the last two years. You see they want to go back to the same old policies that got us into trouble in the first place: to cut taxes for high income Americans even more than President Bush did; to get rid of those pesky financial regulations designed to prevent another crash and prohibit future bailouts; to increase defense spending two trillion dollars more than the Pentagon has requested without saying what they'll spend the money on; to make enormous cuts in the rest of the budget, especially programs that help the middle class and poor kids. As another President once said – there they go again.
I like the argument for President Obama's re-election a lot better. He inherited a deeply damaged economy, put a floor under the crash, began the long hard road to recovery, and laid the foundation for a modern, more well-balanced economy that will produce millions of good new jobs, vibrant new businesses, and lots of new wealth for the innovators. Are we where we want to be? No. Is the President satisfied? No. Are we better off than we were when he took office, with an economy in free fall, losing 750,000 jobs a month. The answer is YES.
I understand the challenge we face. I know many Americans are still angry and frustrated with the economy. Though employment is growing, banks are beginning to lend and even housing prices are picking up a bit, too many people don't feel it.
I experienced the same thing in 1994 and early 1995. Our policies were working and the economy was growing but most people didn't feel it yet. By 1996, the economy was roaring, halfway through the longest peacetime expansion in American history.
President Obama started with a much weaker economy than I did. No President – not me or any of my predecessors could have repaired all the damage in just four years. But conditions are improving and if you'll renew the President's contract you will feel it.
I believe that with all my heart.
President Obama's approach embodies the values, the ideas, and the direction America must take to build a 21st century version of the American Dream in a nation of shared opportunities, shared prosperity and shared responsibilities.
So back to the story. In 2010, as the President's recovery program kicked in, the job losses stopped and things began to turn around.
The Recovery Act saved and created millions of jobs and cut taxes for 95% of the American people. In the last 29 months the economy has produced about 4.5 million private sector jobs. But last year, the Republicans blocked the President's jobs plan costing the economy more than a million new jobs. So here's another jobs score: President Obama plus 4.5 million, Congressional Republicans zero.
Over that same period, more than more than 500,000 manufacturing jobs have been created under President Obama – the first time manufacturing jobs have increased since the 1990s.
The auto industry restructuring worked. It saved more than a million jobs, not just at GM, Chrysler and their dealerships, but in auto parts manufacturing all over the country. That's why even auto-makers that weren't part of the deal supported it. They needed to save the suppliers too. Like I said, we're all in this together.
Now there are 250,000 more people working in the auto industry than the day the companies were restructured. Governor Romney opposed the plan to save GM and Chrysler. So here's another jobs score: Obama two hundred and fifty thousand, Romney, zero.
The agreement the administration made with management, labor and environmental groups to double car mileage over the next few years is another good deal: it will cut your gas bill in half, make us more energy independent, cut greenhouse gas emissions, and add another 500,000 good jobs.
President Obama's "all of the above" energy plan is helping too – the boom in oil and gas production combined with greater energy efficiency has driven oil imports to a near 20 year low and natural gas production to an all time high. Renewable energy production has also doubled.
We do need more new jobs, lots of them, but there are already more than three million jobs open and unfilled in America today, mostly because the applicants don't have the required skills. We have to prepare more Americans for the new jobs that are being created in a world fueled by new technology. That's why investments in our people are more important than ever. The President has supported community colleges and employers in working together to train people for open jobs in their communities. And, after a decade in which exploding college costs have increased the drop-out rate so much that we've fallen to 16th in the world in the percentage of our young adults with college degrees, his student loan reform lowers the cost of federal student loans and even more important, gives students the right to repay the loans as a fixed percentage of their incomes for up to 20 years. That means no one will have to drop-out of college for fear they can't repay their debt, and no one will have to turn down a job, as a teacher, a police officer or a small town doctor because it doesn't pay enough to make the debt payments. This will change the future for young Americans.
I know we're better off because President Obama made these decisions.
That brings me to health care.
The Republicans call it Obamacare and say it's a government takeover of health care that they'll repeal. Are they right? Let's look at what's happened so far. Individuals and businesses have secured more than a billion dollars in refunds from their insurance premiums because the new law requires 80% to 85% of your premiums to be spent on health care, not profits or promotion. Other insurance companies have lowered their rates to meet the requirement. More than 3 million young people between 19 and 25 are insured for the first time because their parents can now carry them on family policies. Millions of seniors are receiving preventive care including breast cancer screenings and tests for heart problems. Soon the insurance companies, not the government, will have millions of new customers many of them middle class people with pre-existing conditions. And for the last two years, health care spending has grown under 4%, for the first time in 50 years.
So are we all better off because President Obama fought for it and passed it? You bet we are.
There were two other attacks on the President in Tampa that deserve an answer. Both Governor Romney and Congressman Ryan attacked the President for allegedly robbing Medicare of 716 billion dollars. Here's what really happened. There were no cuts to benefits. None. What the President did was save money by cutting unwarranted subsidies to providers and insurance companies that weren't making people any healthier. He used the saving to close the donut hole in the Medicare drug program, and to add eight years to the life of the Medicare Trust Fund. It's now solvent until 2024. So President Obama and the Democrats didn't weaken Medicare, they strengthened it.
When Congressman Ryan looked into the TV camera and attacked President Obama's "biggest coldest power play" in raiding Medicare, I didn't know whether to laugh or cry. You see, that 716 billion dollars is exactly the same amount of Medicare savings Congressman Ryan had in his own budget.
At least on this one, Governor Romney's been consistent. He wants to repeal the savings and give the money back to the insurance companies, re-open the donut hole and force seniors to pay more for drugs, and reduce the life of the Medicare Trust Fund by eight years. So now if he's elected and does what he promised Medicare will go broke by 2016. If that happens, you won't have to wait until their voucher program to begins in 2023 to see the end Medicare as we know it.
But it gets worse. They also want to block grant Medicaid and cut it by a third over the coming decade. Of course, that will hurt poor kids, but that's not all. Almost two-thirds of Medicaid is spent on nursing home care for seniors and on people with disabilities, including kids from middle class families, with special needs like, Downs syndrome or Autism. I don't know how those families are going to deal with it. We can't let it happen.
Now let's look at the Republican charge that President Obama wants to weaken the work requirements in the welfare reform bill I signed that moved millions of people from welfare to work.
Here's what happened. When some Republican governors asked to try new ways to put people on welfare back to work, the Obama Administration said they would only do it if they had a credible plan to increase employment by 20%. You hear that? More work. So the claim that President Obama weakened welfare reform's work requirement is just not true. But they keep running ads on it. As their campaign pollster said "we're not going to let our campaign be dictated by fact checkers." Now that is true. I couldn't have said it better myself – I just hope you remember that every time you see the ad.
Let's talk about the debt. We have to deal with it or it will deal with us. President Obama has offered a plan with 4 trillion dollars in debt reduction over a decade, with two and a half dollars of spending reductions for every one dollar of revenue increases, and tight controls on future spending. It's the kind of balanced approach proposed by the bipartisan Simpson-Bowles commission.
I think the President's plan is better than the Romney plan, because the Romney plan fails the first test of fiscal responsibility: The numbers don't add up.
It's supposed to be a debt reduction plan but it begins with five trillion dollars in tax cuts over a ten-year period. That makes the debt hole bigger before they even start to dig out. They say they'll make it up by eliminating loopholes in the tax code. When you ask "which loopholes and how much?," they say "See me after the election on that." People ask me all the time how we delivered four surplus budgets. What new ideas did we bring? I always give a one-word answer: arithmetic. If they stay with a 5 trillion dollar tax cut in a debt reduction plan – the – arithmetic tells us that one of three things will happen: 1) they'll have to eliminate so many deductions like the ones for home mortgages and charitable giving that middle class families will see their tax bill go up two thousand dollars year while people making over 3 million dollars a year get will still get a 250,000 dollar tax cut; or 2) they'll have to cut so much spending that they'll obliterate the budget for our national parks, for ensuring clean air, clean water, safe food, safe air travel; or they'll cut way back on Pell Grants, college loans, early childhood education and other programs that help middle class families and poor children, not to mention cutting investments in roads, bridges, science, technology and medical research; or 3) they'll do what they've been doing for thirty plus years now – cut taxes more than they cut spending, explode the debt, and weaken the economy. Remember, Republican economic policies quadrupled the debt before I took office and doubled it after I left. We simply can't afford to double-down on trickle-down.
President Obama's plan cuts the debt, honors our values, and brightens the future for our children, our families and our nation.
My fellow Americans, you have to decide what kind of country you want to live in. If you want a you're on your own, winner take all society you should support the Republican ticket. If you want a country of shared opportunities and shared responsibilities – a "we're all in it together" society, you should vote for Barack Obama and Joe Biden. If you want every American to vote and you think its wrong to change voting procedures just to reduce the turnout of younger, poorer, minority and disabled voters, you should support Barack Obama. If you think the President was right to open the doors of American opportunity to young immigrants brought here as children who want to go to college or serve in the military, you should vote for Barack Obama. If you want a future of shared prosperity, where the middle class is growing and poverty is declining, where the American Dream is alive and well, and where the United States remains the leading force for peace and prosperity in a highly competitive world, you should vote for Barack Obama. I love our country – and I know we're coming back. For more than 200 years, through every crisis, we've always come out stronger than we went in. And we will again as long as we do it together. We champion the cause for which our founders pledged their lives, their fortunes, their sacred honor – to form a more perfect union.
If that's what you believe, if that's what you want, we have to re-elect President Barack Obama.
God Bless You – God Bless America.