sábado, 31 de março de 2012

AS COISAS DE RUSSO DE ITAMAR


TRANSCRIÇÃO DO EDITORIAL DO JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO", PUBLICADO NO DIA 12.10.99.
MANDADO PUBLICAR NO  "JORNAL DO COMMERCIO", DE 21.10.99, PELO PFL.

AS COISAS DE RUSSO DE ITAMAR

"Certas posições de Itamar coincidem com as nossas", afirmou o ex-governador Miguel Arraes, ao anunciar que convidara o governador de Minas Gerai a se filiar ao PSB.O que ambos têm em comum é a capacidade comprovada de demolir as finanças públicas. O Sr. Arraes fez isto com denodo, durante quatro anos, até levar Pernambuco à beira da falência. O Sr. Itamar Franco pegou um Estado em situação financeira difícil e, em menos de um ano não apenas agravou as condições de Minas, como quase levou o País ao desastre com a declaração da moratória que detonou a crise cambial de janeiro.
 Por isso, quando ambos se põem de acordo para uma "mobilização nacional pela construção de uma alternativa concreta e viável, política e eleitoralmente, ao atual modelo político e econômico", pode-se esperar de tudo, menos bom senso e sabedoria.Virá por aí - até porque esses dois personagens não sabem dizer outra coisa- um chorrilho de discursos e manifestos, misturando o socialismo falido do Sr. Arraes com o nacionalismo arcaico do Sr. Itamar.
A capacidade do Sr. Miguel Arraes de causar danos ao País diminuiu bastante, desde o momento em que deixou o governo de Pernambuco e se transformou num político derrotado e sem mandato.Mas o Sr. Itamar governa o terceiro maior Estado do Brasil, ainda que seja governado por algumas idéias fixas.
Agora mesmo, a Polícia Militar mineira está fazendo manobras junto ao lago de Furnas, como se fosse força militar e não policial, simplesmente porque o Sr. Itamar Franco quer que se leve a sério sua declaração de que recorreria até às armas e chegaria a explodir a barragem da usina para impedir a privatização de Furnas e defender "a soberania das águas de Minas".
O Sr. Itamar Franco tem verdadeira ojeriza pelo capital privado e ainda não se convenceu de que os tempos mudaram e há alguns anos está em vigor emenda constitucional que dá às empresas com capital estrangeiro instaladas no País o mesmo tratamento  dispensado às empresas nacionais.Está convencido,porém, de que o Estado deve construir e administrar empresas, mesmo já estando sobejamente comprovado que o setor público brasileiro- incluindo o Estado de Minas Gerais- está pouco menos do que falido e não tem como financiar a infraestrutura necessária ao crescimento do País.
Daí querer impedir as privatizações e fazer o que está ao seu alcance para desfazer contratos que transferiram para a iniciativa privada a participação acionária em empresas estatais.Esse método é profundamente prejudicial ao País. A ação para a anulação do acordo de acionistas entre a Cemig e os sócios estrangeiros minoritários é um grotesco exemplo da capacidade do Sr. Itamar Franco de comprometer a imagem do Brasil perante a comunidade financeira internacional.
Como poderão os investidores estrangeiros confiar em um país onde os contratos não são respeitados?  Como pode um governo estadual ferir o direito de acionistas minoritários? E o que dizer de um governo que não cumpre compromissos assumidos pelo antecessor de forma legal e regular? O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, estranha, em artigo que publicamos no domingo, que a Comissão de valores Mobiliários não tenha posto fim a mais esta aventura de Itamar Franco.E, na mesma página, nosso correspondente em Washington, Paulo Sotero, relata o desconforto dos investidores estrangeiros com a atitude do governador de Minas e os riscos que ela traz para as privatizações futuras."Isso é coisa que você espera da Rússia, não do Brasil", afirmou o sócio de uma importante empresa de consultoria internacional.Essa definição, porém, não reproduz integralmente a realidade: o Sr. Itamar Franco não é o Brasil.







terça-feira, 27 de março de 2012

OS RISCOS DA REPOSIÇÃO HORMONAL


OS RISCOS DA REPOSIÇÃO HORMONAL
Por Maristela de Oliveira Simonin
Quando, em 2000, o Instituto Nacional de Câncer dos EUA publicou o estudo Schairer sobre a relação da TRH( Terapia de Reposição Hormonal) com o câncer de mama, surgiram na imprensa mundial com títulos igualmente sugestivos "TRH: talvez agora os médicos me escutem", do médico australiano John R. Lee, e "Câncer de mama e hormônios: se as mulheres soubessem!", do médico francês Henri Joieux. A ciência já sabia, desde 1940 (Shimikin), dos efeitos cancerígenos do estrógeno.E, desde 1976 (Stern), dos riscos cardiovasculares por este acarretado às usuárias da pílula, fortemente dosada, daquela época.Sabia também, desde 1995(FDA), não haver diferença clínica entre estrógenos farmacológicos sintéticos e aqueles ditos "naturais".Sabia ainda que a TRH pode promover o crescimento silencioso de cânceres ainda não detectáveis, adensar as mamas, e ao adensá-las , reduzir a eficiência da mamografia.Sabia enfim que a TRH não é o melhor meio de prevenir a osteoporose nem é-a não ser pelo efeito placebo criado pela publicidade- o "elixir da juventude".O que o estudo Schairer trouxe de novo foi a notícia de que a combinação estrógeno+progestina , destinada a reduzir os efeitos cancerígenos do estrógeno da TRH no revestimento do útero, aumenta o risco de câncer de mama.
Para o citado Instituto de Câncer  a melhor evidência dos riscos e benefícios do uso de hormônios de reposição na menopausa vem do Women's Health Institute (WHI), um extenso ensaio clínico randomizado incluindo mais de 16 mil mulheres saudáveis, patrocinado pelos Institutos Nacionais de Saúde, a pedido do Congresso americano, sob forte pressão de grupos de defesa dos direitos da mulher."Os resultados do ensaio publicado em 2002-informa-mostraram que os riscos globais do estrógeno mais progestina pesaram mais que os benefícios.Dentre os riscos observados após 5,6 anos de acompanhamento, havia riscos aumentados de câncer de mama, doenças cardíacas, derrames e tromboses.Descobertas do WHI Memory Study (WHIMS), relatadas em Maio de 2003, mostraram que em mulheres mais velhas, com 65 anos ou mais, o uso de estrógeno mais progestina dobrou o risco de desenvolverem demência.Essas mesmas mulheres também tiveram um desempenho mais fraco nos testes de função cognitiva quando comparadas com aquelas que tomavam placebo.
No artigo "Reposição Hormonal: a imolação de mulheres na busca da eterna juventude", a médica Fátima Oliveira (UFMG) escreveu indignada:"Todos os riscos encontrados estavam explícitos em estudos anteriores.Que grande parte da categoria médica alardeie surpresa e ceticismo era esperado, o que indica que há gente precisando estudar mais".(Observatório da Imprensa, 24/07/02).De fato, em 1998, as mesmas péssimas notícias já eram dadas pelo estudo HERS (The Heart and Estrogen/progestin Replacement Study), também randomizado,sobre o qual escreveram os Drs. Moriguchi e Vieira: "Para surpresa geral, não somente não houve proteção cardíaca para as mulheres que usaram reposição hormonal, como houve maior incidência de infarto e morte no primeiro ano de uso, bem como uma incidência três vezes maior de tromboembolismo venoso e 40% maior de enfermidades da vesícula biliar ao longo dos quatro anos de estudo."(Rev. Medicina , de 03/99, do Conselho Federal de Medicina).
Mas, por que nós, mulheres, somos sempre as últimas a saber?...Em carta aberta ao Ministro da Saúde, publicada pelo Jornal do Commercio em 26/10/2000, o mastologista Jaime Queiroz lembra: "Não se pode ignorar o lobby realizado sobre a classe médica e a população feminina na propaganda dessas drogas, em que somente o lado positivo é ressaltado"."Pesquisa do Dr. Sylvio Berthoud, concluiu que 90% dos médicos só lêem o material que lhes é proposto pelas multis farmacêuticas, e apenas 10% lêem publicações independentes", diz a citada Dra. Fátima.
Quanto às multis farmacêuticas, elas sabem que têm mercado cativo, e que, portanto, basta neutralizar as más notícias-questionando-as, ou adaptando seu discurso publicitário às novas evidências científicas.O importante é não deixar ruir o sacrossanto dogma da TRH, e com ele, um dos maiores filões mundiais de lucro.No fundo elas só temem uma coisa: que os governos, sentindo pesar no bolso o alto custo das doenças que podem ser associadas ao uso da TRH na menopausa, acabem se virando contra elas.Como aconteceu com as multis fabricantes de cigarro.

A autora é procuradora aposentada do Ministério Público do Estado de Pernambuco.
Artigo publicado no Jornal do Commercio em 30/01/2005

CHINA (1949-1989)- 40 ANOS DE MUDANÇAS



CHINA (1949-1989)- 40 ANOS DE MUDANÇAS
Por Aluizio Gomes

1. Introdução
Talvez a China possa ser considerada a nação que mais sofreu transformações nas últimas décadas: saiu de um regime feudal, colonial, passou por profundas transformações socialistas, e foi dos poucos países que fizeram mudanças dentro da rígida ortodoxia marxista, desaguando no atual sistema híbrido, o qual mistura capitalismo selvagem, com neoliberalismo, e autoritarismo político.Sabiamente, não caiu na anarquia em que ficou a Rússia, nem tampouco ficou à margem do progresso, como Cuba e Coréia do Norte.


2.O Período Maoísta
A história da  China após 1949 é a história da  República Popular, proclamada por Mao Tsé Tung em 1 de Outubro de 1949, em Beijing.  Esta história foi marcada por longos períodos de cuidadosas e práticas ações desenvolvimentistas intercaladas com pequenos períodos de intensa movimentação ideológica .  Os primeiros anos foram caracterizados por genuína reorganização social e econômica calcada no modelo russo, com apoio soviético.Uma reforma agrária de âmbito nacional extinguiu a classe latifundiária e a terra foi dividida entre os camponeses.As mulheres obtiveram direitos iguais aos dos homens, e foram combatidas a corrupção e a burocracia.Também foram feitos esforços para melhorar as condições de saúde e alfabetização.A mobilização das massas neste empreendimentos pode ter sido facilitado pelo patriotismo gerado pelo envolvimento da China na guerra da Coréia(1950-53).
Durante o primeiro Plano Qüinqüenal (1953-57), a agricultura foi coletivizada e a produção industrial  expandida.Porém,o fracasso na produção agrícola,desaguou no frenético Grande Salto para a Frente, nos anos 1958-60 . Este programa procurou fazer uso do excedente de mão-de-obra rural para rapidamente expandir as produtividades agrícola e da pequena indústria, porém isto provocou forte deslocamento de populações.Ao mesmo tempo, desacordo acerca dos métodos corretos de atingir o socialismo nos seus respectivos países e entre as nações do Terceiro Mundo, levaram ao grande cisma Sino-Soviético.
Em meados dos anos 60, crescentes tensões entre  líderes do partido comunista , e a percepção por parte de Mao que a revolução estava perdendo seu ímpeto, levou-o a lançar a Revolução Cultural nos anos 1966-69, a qual foi concebida para eliminar uma crescente elite conservadora incrustada nas forças armadas, no partido e no governo, substituindo-a por elementos mais revolucionários. Burocratas e administradores em todos os níveis do governo e indústria foram enviados para fazerem trabalho braçal, e milhões de estudantes foram para as fazendas, levando a um novo espírito de igualitarismo.Quando a estabilidade foi restaurada depois desta segunda revolução, a China pôde se beneficiar de um série de progressos nas relações externas, incluindo sua admissão nas Nações Unidas e a expulsão, em 1971, da China Nacionalista (Taiwan) daquele órgão.



3. O Revisionismo
As mortes do primeiro ministro, Chou En Lai, e do próprio Mao em 1976, fizeram deste ano uma época de grandes mudanças na República Popular. Logo depois, o grupo  radical conhecido como a Gang dos Quatro foi apeada do poder, e o líder mais moderado  Deng Xiaoping surgiu firmemente no topo.  A nova liderança procurou estreitar os laços com os Estados Unidos, dentro da nova política pragmática de resultados, expressa na famosa frase: "Não importa a cor do gato, desde que ele coma ratos". Foi um dos primeiros tiros mortais na fortaleza socialista, o reconhecimento implícito da sua inviabilidade prática: a China foi um perfeito laboratório, tentou de tudo nas receitas marxistas: coletivizou, estatizou, centralizou, fez lavagem cerebral, e nada funcionou; os chineses,com sua cultura, sábia há milênios, souberam rapidamente fazer as mudanças necessárias sem se prenderem demasiadamente a uma ortodoxia ideológica, resultando num sistema bastante autoritário, politicamente, mas liberal, economicamente.Desta  forma, Estados Unidos e China restabeleceram  relações diplomáticas em Janeiro de 1979. Os líderes chineses oficialmente condenaram, em 1981 os excessos da Revolução Cultural ;  em 1985 quase um terço das lideranças políticas e militares foram substituídas por pessoas mais jovens, com maior habilitação técnica.
China e Grã Bretanha anunciaram um acordo sobre Hong Kong em 1984, e conversações com Portugal acerca de Macau foram estabelecidas em 1984. As tensões com a União Soviética foram abrandadas nos anos 80, ainda que a China insistisse nos três fatores que impediam um melhoramentos das relações diplomáticas: a ocupação do Afeganistão, o apoio soviético às forças vietnamitas no Cambodja, e a presença de forças militares soviéticas na Mongólia e ao longo da fronteira entre as duas potências.
As relações com os soviéticos melhoraram no fim dos anos 80, após a retirada do Afeganistão e posteriores esforços de Gorbatchev para reduzir as áreas de atrito. A ajuda americana a Taiwan permaneceu como fator de irritação entre os dois países.
Em meados dos anos 80, e depois, ocorreu uma certa liberalização política e econômica, sob a influência de Deng Xiaoping. Foram iniciadas reformas econômicas para aumentar incentivos à indústria, promover as relações com nações não-comunistas, e reduzir a rígida centralização econômica.Os intelectuais foram incentivados a se manifestarem e a participarem do novo espírito de "democratização".Ao mesmo tempo, os líderes do partido comunista advertiram, em 1986, que a modernização não deveria se usada como desculpa para introduzir "filosofias burguesas e doutrinas sociais".
Em fins de 1986, grupos estudantis  começaram a fazer demonstrações pacíficas, exigindo maior participação estudantil no administração local, maior grau de democracia, e melhores condições de vida.
Em fins de Dezembro daquele ano,ocorreram grandes demonstrações estudantis em Shangai, Beijing, e outras cidades. A 16 de Janeiro de 1987, Hu Yaobang, secretário geral do Partido Comunista, renunciou ao cargo, reconhecendo haver cometido grandes erros e tomando a si a responsabilidade pelos mesmos.
A renúncia de Hu foi considerada como uma vitória das forças de liberalização. Quando Hu faleceu,em 1989, aconteceram grandes manifestações públicas reivindicando  mudanças sociais; no mês de Maio, dezenas de milhares de jovens e outros componentes sociais desafiaram uma ordem proibindo passeatas, fazendo mais uma demonstração no centro da capital.

Após longo período de aparente indecisão por parte da liderança partidária, tropas foram enviadas para a praça nos dias 3 e 4 de Junho, e centenas de manifestantes foram mortos, feridos ou presos.
Em seguida a estes fatos, Deng Xiaoping saiu fortalecido, enquanto Zhao Ziyang, desacreditado em seus esforços para alcançar uma acomodação com os manifestantes pró-democracia, foi demitido de todos os seus cargos.



Obs: Artigo escrito em 1996.Fonte de consulta: Enciclopédia Grolier(CD)

segunda-feira, 26 de março de 2012

HISTÓRIA DE UM FRACASSO


HISTÓRIA DE UM FRACASSO

Por Aluizio Gomes

1.INTRODUÇÃO
Em algum desvão da História  pode-se encontrar uma lição preciosa, a qual servirá intensamente para momentos atuais.Agora e aqui na América Latina, despontam líderes esquerdistas, ávidos em estatizar ativos privados, dentro da obsoleta ótica socialista.Pois bem, uma lição esquecida e que vamos abaixo rememorar, pode nos alertar sobre os perigos do socialismo.
A década de 30, século passado, foi na Europa uma fase dificílima, fruto de revoluções que abalaram o próprio núcleo do mundo ocidental.A Revolução Comunista de 1917 acabou com a aristocracia russa, e imediatamente ameaçou se propagar para outros países, através do Comintern. No rescaldo da I Guerra Mundial, veio o Tratado de Versalhes, que puniu duramente a Alemanha, levando-a a um nível de inflação jamais visto.No seu auge, era preciso um carrinho de mão cheio de marcos, para comprar um simples pão.A República de Weimar fracassou, devido ao ambiente caótico, abrindo caminho para a ascensão de Hitler.E mais, o crack da Bolsa em 1929, e a Guerra Civil Espanhola, em 1936, além, claro, do fascismo na Itália, levavam a indicadores apocalípticos para o sistema democrático.Em retrospectiva, custa a crer que o mundo tenha sobrevivido a tais situações.
2.A FRANÇA EM 1940
O fracasso dos franceses em conter a onda nazista, a blitzkrieg, em 1940, até hoje impressiona os historiadores.Apesar de, no ano anterior, a potência da máquina de guerra alemã ter sido demonstrada na Polônia, a França pouco fez para se adaptar a uma guerra moderna.No caso da aviação, os caças teriam de que ter motores no mínimo com potência de 1.000hp, sob pena de se tornarem alvos para aviões de caça mais rápidos.Os motores dos caças franceses tinham 860hp, não sendo páreo para a Luftwaffe, com seus Messerschmitts, Junkers, e outros, bem mais velozes, com motores fantásticos, de 1.700 e até 1.900hp! Entre Setembro de 1939 e Maio de 1940, correspondendo mais ou menos ao inverno europeu, houve o que se chamou de guerra falsa, os paises estavam em guerra apenas no papel, não havendo combates, portanto houve tempo suficiente para adaptação, e nada foi feito.
Vejamos o que nos diz Bill Gunston, na introdução de seu livro "Caças dos Aliados da II Guerra Mundial":
"Durante os anos 30, as empresas construtoras de aviões da França colocaram nos céus cerca de 150 tipos diferentes de aviões militares.Muitos se destacaram pela sua feiúra, porém, a partir de 1935, os projetistas gauleses, criaram aparelhos cada vez mais competitivos, que poderiam ser o alicerce de um poderio aéreo, e que nem mesmo Hitler conseguiria desdenhar.
Infelizmente, o moral da França era baixo.Em 1936, um governo de ala-esquerda, recém-eleito, nacionalizou todas as indústrias de defesa, cortando ao meio todas as velhas companhias, e formou gigantescos grupos, numa base puramente geográfica.Longe de aumentar a produção, esta atitude provocou um caos, e excelentes projetos que sobraram nas esfarrapadas firmas remanescentes tiveram as peças essenciais negadas e sofreram atrasos de um ano ou mais.Até mesmo os projetos nacionalizados foram prejudicados por descontentes e sabotadores que aleijaram a produção, a despeito dos esforços desesperados de uma minoria dedicada.
Outro importante fator foi que os motores disponíveis eram quase impotentes para tornar os caças franceses capacitados quando o duro teste da guerra começou.A Lorraine e a Farman realmente desistiram.A Hispano-Suiza tinha um V-12, basicamente bom, o qual, em 1935, foi testado com 860hp e, na II Guerra Mundial, ele seria a base para mais de 100.000 motores fabricados na União Soviética, alcançando até 1.650hp.Porém o único caça disponível em grande quantidade na Armée de l'Air, em 1939, o M.S. 406, foi impotente com os 860hp, de modo que, quando enfrentou o Bf 109E, foi abatido aos montes.
A Gnome-Rhône, a partir de 1921, licenciada da Bristol,adquiriu uma licença da companhia britânica de um Hércules de válvulas de manga, radial, de 1.375hp, porém nunca o produziu para a guerra.Em vez disso tudo o que ela conseguiu produzir foi um radial  de alta compressão para 1.000hp, que foi colocado no Bloch 151, basicamente excelente. A potência foi simplesmente insuficiente, sendo uma das gratas recordações do Bloch a quantidade de aparelhos que conseguiu retornar aos pedaços, mas de cabeça erguida. A capacidade de um caça em absorver golpes é necessária, mas não é o caminho para a vitória.
Excluídos os excelentes protótipos dos engenheiros Vernisse e Galtier, do Arsenal de l'Aéronautique, que não chegaram às esquadrilhas, o Dewoitine 520 foi considerado o melhor caça francês da II Guerra Mundial.Ele possuia motor Hispano V-12, de 910hp; era pequeno, leve e suficientemente ágil para ter bom desempenho.Se os operários tivessem se "colocado em seus lugares" um ano mais cedo, em 1938, os 109 da Luftwaffe não teriam obtido tanta facilidade nos céus da França.
Nessas circunstâncias, o desesperado governo francês,em 1938, voltou-se para o mercado externo em busca de caças e fez encomendas maciças nos EUA.O Curtiss Hawk 75 chegou às esquadrilhas em grande quantidade e quase conseguiu igualar-se ao 109, a despeito de seu fraco desempenho em vôo.No momento em que as outras marcas de caças estavam encaixotadas para embarque, a França já havia capitulado."
04/02/2007

Fonte: Gunston, Bill."Caças dos Aliados da II Guerra Mundial." Ed. Melhoramentos.Tradução da obra em inglês: AN ILLUSTRATED GUIDE TO ALLIED FIGHTERS OF WORLD WAR II;1981, Salamander Books Ltd.; Londres.


COMENTÁRIOS DOS INTERNAUTAS:
Aluizio,
Bom artigo o seu, embora eu me permito fazer duas observações.
A primeira de caráter pontual e tópico: 
A propósito desta frase: "...fazendo com que Albert Einstein migrasse para os EUA, onde lá, através do Projeto Manhattan, ele desenvolveu a bomba atômica."
Einstein nunca esteve associado ao Projeto Manhattan. Ele colaborou na parte teórica apenas, conversando com os físicos associados ao projeto, e escreveu para o presidente Roosevelt dizendo-lhe que deveria levar adiante um programa nesse sentido, mas ele nunca esteve "desenvolvendo" a bomba atôm,ica.

 
Quanto ao caso dos aviões, tudo isso é muito importante, mas não foi por falta de aviões que a França perdeu a guerra. O exército de terra também falhou miseravelmente para enfrentar a blitzkrieg nazista...
 
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Paulo Roberto de Almeida
pralmeida@mac.com  www.pralmeida.org  
http://diplomatizzando.blogspot.com/

 

RÉPLICA:
Ilustre:
Agradeço sua valiosa contribuição, e retirei a menção a Einstein do texto.
Quanto à aviação francesa, segundo Sir Basil Liddell Hart, o maior conhecedor da História da II Guerra Mundial, o poderio aéreo alemão suplantava numericamente o francês na proporção 3 para 1.Qualitativamente, já se falou. E, taticamente, houve a inovação do bombardeiro de mergulho, o Stuka, para o apoio ao trabalho das Panzers.
Sem negar o uso obsoleto, taticamente falando, dos tanques franceses, a aviação desempenhou papel importante no desequilíbrio das forças.
O que nos impressiona não é a derrota em si, porém a rapidez da derrota.
Para uma vitória rápida (vide as guerras de Israel contra os árabes), a primeira coisa a fazer é destruir a aviação inimiga ainda no solo, não dando chance ao contra-ataque, o outro lado vai ter que ficar na defensiva.Na batalha de Midway, os navios nem tiveram contato visual, ou seja, nenhum tiro de canhão foi disparado, a coisa foi resolvida pelos aviões.
Aluizio

TRÉPLICA:
Você tem razão meu caro, o papel da aviação foi decisivo,inclusive para infundir o terror nas tropas de infantaria francesas.
Os generais estão sempre combatendo a última batalha.....nem todos.
Paulo Roberto de Almeida.


domingo, 25 de março de 2012

UM POUCO DA HISTÓRIA DO FUTEBOL NO RECIFE


UM POUCO DA HISTÓRIA DO FUTEBOL NO RECIFE

Fonte: www.fifa.com


INTRÓITO
Com protagonistas nem tão laureados como os clubes do Rio de Janeiro ou de São Paulo, por exemplo, o duelo entre Náutico e Sport é, ainda assim, orgulhosamente conhecido no Recife como o "Clássico dos Clássicos". O mais desavisado pode achar um exagero. Mas, quando você tem mais de 100 anos de história e mais de 400 jogos em seus registros  – e há levantamentos que falam até em mais de 500 duelos –, fica bem mais difícil contestar essa denominação. 
Diante de tamanha tradição, considerando que as partidas entre esses dois gigantes nordestinos são realizadas numa região afastada do principal eixo econômico do país e sediadas em seu apenas nono munícipio mais povoado, esse duelo em particular ajuda a justificar a caracterização do Brasil como o "país do futebol". Ainda mais se levarmos em conta que os torcedores do Santa Cruz, a outra força da capital pernambucana, certamente teriam um ou outro pitaco a acrescentar nessa conversa. 
PRIMÍCIAS

Quando o estudante Guilherme de Aquino Fonseca repetiu os passos do pioneiro do futebol brasileiro, Charles Miller, ao retornar da Inglaterra com dois conjuntos completos de uniforme, bolas e chuteiras, ele foi decisivo não só para divulgar o esporte no Recife, mas como criava involuntariamente o terceiro clássico mais antigo do Brasil (apenas o Vovô, entre Botafogo e Fluminense, e o Gre-Nal, entre Grêmio e Internacional, começaram antes). 

Aquino procurou, em 1905, o Clube Náutico Capibaribe para saber se estariam interessados em introduzir o futebol em suas atividades. A idéia não foi acolhida. No fim, ele decidiu fundar o seu próprio clube, o Sport Club do Recife. Não demorou muito para que os gols despertassem o interesse dos moradores da capital pernambucana, que caíssem na boca do povo. Em 1909, então, os atletas do Náutico já tinham seu próprio time e estavam preparados para fazerem fazerem sua estreia. Contra quem? O Sport, claro. 
A primeira partida foi realizada no dia 25 de julho daquele ano, e os novatos venceram por 3 a 1, no campo do British Club. Bem apropriado o nome: ainda sob forte influência inglesa, as posições também se dividiam em goal keepers, full backs etc, e os jogadores desempenhavam múltiplas funções. O centroavante Rolland Maunsell, que havia feito dois pelo Náutico, chegou a trocar com o goleiro King.  

CURIOSIDADES

Quatro centenas de jogos são mais que suficientes para se construir uma rivalidade. Quando um time é derivado do outro, há elementos de sobra, então. 
Nesses confrontos, o Sport leva uma ligeira vantagem no número de vitórias. Em termos de conquistas, o Leão também está à frente tanto em âmbito nacional como no regional, em que conquistou 39 vezes o Campeonato Pernambucano, contra 21 do adversário. O Timbu, todavia, passou a disputá-lo mais tarde, vencendo-o pela primeira vez em 1934, quando o rival já tinha sete troféus.
Os dois times alternaram períodos hegemônicos no estado. A maior sequência de títulos obtida foi o hexacampeonato do Náutico entre 1963 e 68 (de modo invicto em 1964 e 68). Nessa época, em 1965, o time aplicou a maior goleada sobre o oponente em uma final do Pernambucano: 5 a 1. Para piorar, o Sport foi vice-campeão durante toda essa sequência, culminada com uma derrota sofrida na prorrogação no dia 21 de julho de 1968. 
O Sport, do seu lado, nunca levou seis taças em série, mas já foi pentacampeão em duas ocasiões: de 1996 a 2000 e de 2006 a 2010. E pode dizer que bateu o rival em 17 de 25 duelos diretos em decisões, incluindo a de 2010. 
Alguns dos grandes jogadores que participaram dessas batalhas nas duas arenas são Ademir Menezes, artilheiro no Brasil 1950, Vavá, Dario Maravilha, Zé Maria, Manga eJuninho Pernambucano, pelo Sport, e os irmãos Carvalheira (Zezé, Artur e Fernando), Manoelzinho, Bita, Marinho Chagas e Jorge Mendonça pelo Náutico.
Os palcos, em tempo: o Sport tem na Ilha do Retiro, que foi sede da Copa do Mundo da FIFA Brasil 1950, um dos caldeirões mais temidos do continente, enquanto o Náutico manda seus jogos no Estádio dos Aflitos, nome que também serve de recado para os visitantes – isso vale até 2013, quando passará a jogar na Arena Pernambuco, em construção para a volta da Copa do Mundo da FIFA ao país em 2014. Mas, por ironia, foi o Arrudão, casa do Santa Cruz, a receber o maior público do "Clássico dos Clássicos": em 1988, 80.023 pessoas assistiram a um triunfo do Sport por 2 a 0. 

HOJE

Náutico e Sport vêm proporcionando a seus torcedores alguns jogos alucinantes nos anos recentes. Nas últimas cinco partidas, foram 20 gols marcados, incluindo a vitória do Leão por 4 a 3, na Ilha do Retiro, no dia 29 de janeiro. Nas últimas dez partidas, foram quatro triunfos do Sport, três do Náutico e três empates. São jogos que seguem o exemplo do confronto que marcou o centenário do clássico em 2009, com um empate por 3 a 3, com muitas reviravoltas, pelo Brasileirão. Naquele ano, os dois clubes seriam rebaixados. Em 2012, a dupla voltou, junta, à elite nacional para aumentar as estatísticas e somar mais histórias nesse confronto secular

25/02/2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

OS EFEITOS NEFASTOS DA REPRESSÃO DA LIBIDO



OS EFEITOS NEFASTOS DA REPRESSÃO DA LIBIDO
Por Aluizio Gomes
1.INTRÓITO
Segundo Freud, a montagem de nossa civilização baseou-se na repressão da libido.Para que os primeiros homens, oriundos da evolução dos primatas, pudessem se dedicar à labuta, que iria originar a acumulação da riqueza, era preciso, de alguma forma que eles parassem, ou diminuissem drasticamente sua atividade sexual, a fim de ter energias canalizadas do centro sexual para os centros motores e intelectuais.A atividade motora serviria para o trabalho braçal, e atividade intelectual para o avanço da tecnologia.A ideologia repressora teve forte cunho religioso, o sexo fora do casamento e de atividade não reprodutora foi sistematicamente combatido.Não satisfeitos, os primeiros líderes partiram para a escravidão, o que aumentou em muito a acumulação da riqueza e do poder.H. G. Wells uma vez disse que nenhuma nação se fez sem o roubo, e nenhuma se manteve sem escravos.Com a cobiça exacerbada, os impérios se dedicaram à conquista de novos povos e novas terras.Era o que Hitler chamava de “lebensraum”.Esta é a nossa História, guerras, conquistas, invasões,mortes, suborno, corrupção, etc, tudo em busca de mais poder.Como a religião condena tudo isto, porém se beneficia direta ou indiretamente de todas essas injustiças, formou-se a ideologia mitigadora, a simonia, a confissão dos pecados, o perdão divino enfim. Pequem e depois peçam perdão.A Igreja Católica até que foi um pouco moralista, no início, ao proibir a usura, apenas para destruir os impérios ibéricos, enquanto que os germânicos, via Martinho Lutero, abriram a porteira, afirmando que lucro, usura, não era mais pecado.Resultado, os ibéricos ficaram pobres, enquanto holandeses, ingleses e alemães enriqueceram.Assim, cresceu nosa civilização, hipócrita até o tutano, sempre tendo à mão intelectuais venais, para gerar ideologias absurdas,por um lado, e uma vasta massa de ignorantes, crédulos, ridiculamente crédulos, por outro lado,para apoiar cegamente essas ideologias e até mesmo dar a própria vida nos campos de batalhas em defesa de tais absurdos.

2.A SOFISTICAÇÃO DA REPRESSÃO
E os intelectuais autênticos como ficaram? Sempre reprimidos, perseguidos, condenado à fogueira, ao ostracismo, ao degredo, com seus livros destruídos, expostos à chacota e à execração pública.Com a repressão da libido, a civilização floresceu tornou-se poderosa, mas aos poucos formou-se no seu cerne um tumor maligno. A energia sexual sempre tentou circular em seus canais apropriados, mas desviando-se para outros centros, mais rentáveis, sob o ponto de vista da civilização, causou danos irreversíveis no homem, impossibilitado de ter uma vida saudável, fisiologicamente.Só com com advento da Psicanálise o nó foi desatado, descobriu-se que a repressão da libido estava matando o homem no altar da riqueza irrefreável.Sempre houve, claro, uma ou outra válvula de escape, prostituição, adultério, canais insuficientes para deixar a energia fluir como deveria.Seria mais como um sangradouro de uma represa.O homem permitiu-se mais liberdade que a mulher, embora a maior carga de trabalho sempre tenha recaído em seus ombros.Como a civilização sempre foi contraditória, esta contradição, foi apenas mais uma no cabedal de contradições: a busca do poder gera a destruição do homem, e não sua imortalidade.Interessante é que o advento da Psicanálise foi concomitante com o Marxismo.A expansão do agnosticismo, junto com a psicanálise gerou mais e mais absurdos, como o Existencialismo, o Anarquismo, e tantos outros.O grande defeito dos intelectuais ocidentais é desprezar o vasto conhecimento oriental, considerado arcaico, e sem fundamento científico.Na ciência mística oriental existe todo o embasamento teórico para uma verdadeira civilização gnóstica e não repressora, mas nossos intelectuais estão por demais intoxicados de marxismo, psicanálise e outras baboseiras para estudar os livros sagrados, e bocejam de tédio ao se tocar nesse assunto.Einstein, Marx, Freud, etc, nunca se dedicaram ao estudo do conhecimento oriental, apenas Jung, e muitos poucos, de menor expressão, viajaram à Índia para estudar.A união das ciências ocidental e oriental é o elo que falta para uma ideologia ecumênica,que ponha de vez o pingo no i.Porém, devido ao estado deplorável em que se encontram nossos intelectuais, isto é uma tarefa impossível.
Ainda segundo Freud,o corolário da repressão da libido é a neurose do homem: angústia, depressão.O ID quer se manifestar livremente, como no tempo dos primatas, mas o SUPER-EGO não permite.Este choque, esta contradição psicológica é a origem das doenças psíquicas sociais, não congênitas.Nossos índios viviam nus nas matas, mas nem por isso eram imorais, depravados ou neuróticos.
Neste modesto trabalho, consideramos o termo libido em sua conotação genérica, significando energia sexual, e não no sentido psicanalítico,que tem um sentido mais abrangente, significando energia vital.
31/05/2010

terça-feira, 20 de março de 2012

LEIS CÓSMICAS




LEIS CÓSMICAS
Por Aluizio Gomes
 

Examinemos agora a situação atual do conhecimento científico.Sabemos muito ou pouco?Sócrates costumava afirmar: "Só sei que nada sei". Ele não respondia nenhuma pergunta, apenas fazia questionamentos.A ciência é filha da filosofia: esta dá os parâmetros, ou os limites da investigação científica.Aristóteles fundou o método experimental, a base de toda a nossa ciência.Agora, se houver um fenômeno ainda não comprovado experimentalmente, só por isso ele não existe? Claro que não, porém a ciência se comporta como tal.O fenômeno existe, ele está ali, só que o método experimental não chega até ele.  Se nós voltássemos no tempo, digamos para o ano de 1500, negaríamos a existência do átomo, da eletricidade, dos quanta, etc.
Immanuel Kant deu um tiro mortal no método experimental, ao afirmar que os cinco sentidos são insuficientes para se chegar ao conhecimento de todas as leis.Por isso as escolas esotéricas tentam resgatar o genuíno método científico pré-aristotélico, que exigia práticas de meditação, a fim desenvolver outros sentidos latentes, como a intuição, a clarividência, a clariaudiência. É quase certo que Albert Einstein tinha poderes intuitivos.Pitágoras ouvia a "música das estrelas". No oráculo de Delfos havia a seguinte inscrição: "Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo".
Existem leis cósmicas, universais, conhecidas por instituições esotéricas, as quais mantém o antigo conhecimento, só que estas leis não são comprovadas experimentalmente.Mas nem por isto elas deixam de existir.Outras leis coexistem nos dois  ambientes, o esotérico e o acadêmico: as leis de entropia, e de causa e efeito, por exemplo.Seus enunciados são um pouco diferentes, mas basicamente são as mesmas leis.A grande diferença é que o esoterismo admite universos paralelos, enquanto que a ciência oficial reconhece apenas o mundo físico, tridimensional.
Stephen Hawking já deu um passo adiante, admitindo a quarta dimensão, que é o tempo, porém enclausurado no casulo aristotélico é incapaz de explicar fenômenos relativísticos, porque estes fenômenos vão certamente destruir todo o arcabouço científico ocidental.
A ciência atingindo o microcosmo da estrutura do DNA e  o macrocosmo da astrofísica chegará a limites ou impasses que a levarão a admitir que "existem muito mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia".
1.A LEI DA ENTROPIA
A lei da entropia pode explicar a situação a que chegamos. Não podemos fumar um cigarro, ou chupar uma laranja sem deixar cinzas ou bagaço em algum lugar.Qualquer atividade tem sua entropia: alimentação, lazer, estudo, etc. O cansaço, o suor, o desgaste de uma máquina, tudo isso é entropia.Uma roupa suja pela atividade física é entropia, desmatamento, poluição, etc são formas maiores de entropia. A entropia do Sol é seu resfriamento.A entropia do Universo são energias negativas, de sentido contrário, obrigatoriamente geradas, em função da lei da entropia.
Por isso se alguém perguntar: se Deus é tão poderoso, porque Ele não acaba com o mal?A resposta seria: simplesmente porque o Mal é a entropia do Bem.
Então, o progresso científico cobra um preço elevado, sua entropia é a atrofia das percepções extrasensoriais; o intelecto se desenvolve, enquanto os sentidos supra-sensíveis definham; a conseqüência disto é a monstruosidade do materialismo, e suas seqüelas terríveis, como o existencialismo, o marxismo ateu, e a psicanálise. Pior do que isto foi a entropia na religião. Incapazes de perceber intuitivamente as leis cósmicas, as grandes religiões se fecharam no dogmatismo, na intolerância, descambando na Inquisição, a qual eliminou com quase tudo de esotérico que havia na Europa: eram todos bruxos ou hereges.
O resgate da Verdade, aquela que Jesus nos fala, poderá se dar em função de outras leis cósmicas atuantes, ainda por nós desconhecidas.

2.A LEI DO TRÊS
O conhecimento desta lei é de suma importância para o estudante do esoterismo.Existe a lei da dualidade, a lei dos contrários, claro, mas há uma interação com a lei do Três: A Santíssima Trindade é sua expressão maior.Na física temos o negativo, o positivo e o neutro, porém de uma maneira geral, temos o Santo Afirmar, o Santo Negar, e o Santo Conciliar.Aí está, exatamente nessa terceira força o vetor de equilíbrio, aquele que concilia a força destruidora com a força destruída. Vamos dar um pequeno exemplo: quando uma fera mata um pequeno animal para se alimentar aí agiram duas forças: a destruidora e a destruída; vem a terceira força conciliando o evento, não resultando em Karma.Porém se a fera matasse por prazer de matar, estaria transgredindo a lei, não haveria a conciliação; esta conciliação se daria em Karma.
Se o homem derruba uma árvore para fazer seu fogo, ou sua casa, a terceira força concilia o evento, não havendo Karma; mas desmatar uma floresta por cobiça resulta em Karma.Todas as explicações "técnicas" ou "econômicas" não serão consideradas. A Terra tem evoluído há milhões de anos assim: continentes são destruídos e depois construídos, faunas inteiras desaparecem e surgem novas espécies, a lei de Evolução agindo concomitantemente com as demais leis: involução, entropia, karma, e a lei do três propiciando a conciliação entre elas; são gerações após gerações, nascendo, evoluindo, depois involuindo e dando lugar a uma nova geração mais evoluída.
Muitos cientistas chamam isto de destruição construtiva.É a renovação do Universo.Trabalhando de acordo com as leis, não há Karma.O Karma é para o transgressor das leis.


3.A LEI DO KARMA
Karma é uma palavra de origem sânscrita que quer dizer causa e efeito.A toda ação corresponde uma ação em sentido contrário e de igual intensidade. Corresponde à terceira lei de Newton.Não há efeito sem causa, e vice-versa.Os eventos do cotidiano, por mais banais que sejam sempre geram um efeito, uma reação.Se insultamos ou elogiamos uma pessoa, isso tem uma conseqüência, que pode ser uma agressão ou um agradecimento.Até mesmo um pensamento tem seu Karma, sua reação, que pode se dar neste plano físico ou nos planos superiores.O Karma da bebedeira pode ser a embriaguez, um acidente, uma intoxicação.
O Karma pode ser imediato ou acontecer em outra existência.Assim se explica os nascimentos de pessoas com defeitos físicos, ou problemas psíquicos, ou financeiros.O câncer é o Karma da luxúria; a epilepsia é o Karma da mediunidade.Os médicos astecas tratavam os doentes examinando seu Karma.Jesus fazia curas milagrosas negociando o Karma dos enfermos.
Mas se fazemos uma boa ação, qual a conseqüência? O efeito é  a retribuição, o Darma.Se nos alimentamos corretamente, o Darma é a saúde.Se tratamos polidamente as pessoas, o efeito é sermos bem recebidos pelos demais.É o Darma material. O Darma espiritual é para os missionários, para aqueles que entregam o ensinamento esotérico gratuitamente, sem finalidade de lucro.
A lei de causa efeito levou os cientistas a colocarem em cheque a teoria do Big Bang. O Universo é finito ou infinito?Se ele for finito, seu primeiro evento veio de onde? Ele é efeito de que causa?E seu último evento?Não haverá um efeito conseqüência dele?Assim, a explicação melhor seria de um universo infinito sem haver o tempo.Como Stephen Hawking e demais astrofísicos não concebem um universo atemporal, eles afirmam que a segunda hipótese também é inválida, porque é impossível haver um universo infinito com intervalo de tempo entre os eventos.Se houvesse, esse intervalo de tempo seria infinito.Na singeleza da Bíblia, este Universo está bem definido: é a Eternidade, muito além do tempo.

4.A LEI DO PÊNDULO
É muito importante o conhecimento desta lei, porque ela atua em todos os níveis: pessoal, físico, mental, coletivo, nacional, mundial, etc. Só conhecendo esta lei podemos compreender acontecimentos históricos, pessoais, o vaivém das bolsas de valores, os modismos, o obscurecimento de certos fatos ou coisas que foram tão preeminentes em certa época e depois se tornaram inexpressivos.
Quando o pêndulo se volta para uma cultura, ou povo, este apresenta um florescimento de idéias, um progresso acentuado, dando gerações de grandes líderes, militares, inventores, ou cientistas.
A Grécia teve um período áureo, dando-nos Platão, Sócrates, Aristóteles, e tantos outros; quando o pêndulo afastou-se, os gregos entraram em decadência, coincidindo com a ascensão de Roma logo em seguida: a organização militar, administrativa, o Direito Romano, e líderes como Júlio César, e outros, levaram Roma a exercer um domínio nunca visto antes, e que até hoje não foi suplantado pelos impérios subseqüentes. A decadência de Roma deu-se com o movimento pendular,   inexorável como o movimento do sol e dos  planetas, e os romanos perderam seu império, retalhado pelos bárbaros.
Assim se explica o aparecimento de impérios, às vezes duradouros, às vezes efêmeros: egípcios, árabes, turcos, mongóis, etc.
As pessoas também apresentam  épocas de maior atividade, saúde, e criatividade, seguida por períodos medíocres, ou seja, picos e vales de desempenho.É o pêndulo agindo em seu movimento eterno.No plano emocional também temos períodos mais alegres, mais expansivos, e períodos de depressão.


5. LEIS DE RETORNO E RECORRÊNCIA
Estudemos estas duas leis conjuntamente, porque elas atuam muito ligadas uma à outra.Retorno é a volta da nossa "alma" ao mundo físico, depois de passar determinado período em outros planos do Universo.Recorrência é a repetição de eventos já ocorridos em uma existência, ou em existências anteriores.
Pitágoras falava-nos da metempsicose, os hinduístas ensinavam a transmigração das almas, enquanto que os espíritas reconhecem a reencarnação.Tudo isto tem a ver com este ciclo obrigatório de idas e retornos, num ciclo e 180 vezes. O colar de Buda tem 180 voltas.O retorno, assim como a recorrência, tem muito a ver com  lei de causa e efeito. Devido a suas faltas, seus erros, o homem fica preso à lei de retorno, a fim de expiar seu Karma.Infelizmente, por ignorar estas leis, cometemos novos erros e novas faltas, fazendo o ciclo mais doloroso e mais longo.Quanto mais crimes o homem comete, pior sua via crucis, chegando a níveis degradantes, como os assassinos, criminosos, alcoólatras, aleijados, toxicômanos, etc. Os castigos aumentam espantosamente, mas o homem continua sua trajetória de erros, suas recorrências são mais tristes e dolorosas.Portanto, a vingança, a retaliação, o ódio devem ser afastados de nosso comportamento, se queremos melhorar nossas vidas.Jesus Cristo ensinou-nos o perdão, porque perdoando, poderemos ser perdoados.É causa e efeito.Odiando, seremos odiados; quem com o ferro fere, com o ferro será ferido.Para que o karma se cumpra é necessário haver retorno e recorrência: assim os personagens de cenas passadas serão postos frente à frente novamente, com os papéis invertidos: o verdugo será chicoteado, o agressor será agredido, o caluniador será caluniado.Por isto, a máxima "quem se humilha será exaltado, quem se exalta será humilhado".
Nossa perspectiva não deveria ser imediatista, pensando apenas no futuro próximo, achando que a morte será o fim de tudo.Mais vale uma vida regrada e estudiosa, do que uma vida dissoluta, acumulando bens e mais bens, para depois ficar numa situação difícil ante à lei do Karma.O arrependimento chega tarde demais, e os castigos, com todas as recorrências necessárias já estão escritos, nada mais restando a fazer do que ter que suportá-las.Assim se escreve o destino das pessoas, nós somos o que nós programamos.
Precisamos ter muita atenção com a doença; ela nada mais é do que uma falta que cometemos em determinada existência, cuja conseqüência é a privação da saúde. A epilepsia é o karma da mediunidade; o câncer é o karma da luxúria, e assim por diante.Quando uma pessoa nasce com uma saúde de ferro é porque não tem mais karmas relacionados com doenças, a pagar.Recebe assim um prêmio por estar quites com as leis cósmicas.





  

quinta-feira, 15 de março de 2012

ASCENSÃO E QUEDA DA INVENÇÃO DE GUTENBERG


ASCENSÃO E QUEDA DA INVENÇÃO DE GUTENBERG

Por Aluizio Gomes
PREFÁCIO DO MOVAP
A imprensa teve papel crucial no avanço da civilização, divulgando idéias e conhecimento, tirando muitos povos da barbárie, propiciando revoluções dramáticas na política, economia e ciência, além, claro, de popularizar a literatura.
Com a revolução digital, que avança de forma inexorável, a imprensa tende ao ocaso.Se há uma crise no setor, em contrapartida, há uma explosão na área digital, que atinge mais gente e a custo menor.Se há desemprego no antigo setor, há demanda por mão de obra no novo setor.


Artigo publicado em Business Week, 10/10/2009


Com o colapso da mídia jornalística impressa, seguem juntas as indústrias de papel e madeira .Porém, se os jornais moribundos estão evitando o desmatamento, os benefícios ecológicos a longo prazo não estão claros.
Os jornais estão perdendo mercado firmemente ao longo dos anos.A circulação nos Estados Unidos caiu 34% de um pico de quase 62,6 milhões em 1990 para 41,1 milhões em 2008, de acordo com a Associação Americana de Imprensa.Isto inclue grandes fechamentos:Mais de 200.000 residentes no estado do Colorado estão agora acordando sem o Rocky Mountain News em suas portas, desde que o jornal fechou em Fevereiro.No mês seguinte, fechou Seattle Post-Intelligencer com mais de 117.00 leitores diários, mas funcionando digital, na WEB.
As revistas estão desaparecendo também.Condé Nast cortou 5 seções, incluindo Gourmet e Modern Bride.Esta implosão é a razão porque a indústria de 200 bilhões de dólares de madeira e papel está em queda, principalmente a indústria de papel de jornal. A Associação Americana de Madeira e Papel estima que a queda na produção de papel de jornal teve uma queda de 30%, ou quase 1,5 milhões de toneladas, enquanto a produção de papel para revista caiu 25%, ou 1 milhão de toneladas.Agosto foi 18º mês consecutivo de queda de dois dígitos no consumo de papel de jornal, de acorod da pesquisa realizada por CreditSights.A indústria de papel agora emprega 37% menos gente do que em 1990, enquanto a indústria florestal registrou declínio de 34% no quadro de empregados.
Além da Internet, outra razão para a queda na indústria florestal é a crise no setor imobiliário, e o declínio no consumo em geral,reduzindo a demanda para embalagens.Desta forma, a indústria florestal foi uma das mais atingidas  durante a crise econômica, segundo Bill Imbergamo, diretor de política florestal da AF&PA."Em conjunto com a redução do consumo de madeira para construção imobiliária, a diminuição da demanda para papel ameaça a viabilidade de um setor manufatureiro importante, e seus investimentos na saúde a longo prazo de nossas florestas", declarou Imbergamo no subcomité do Congresso para assuntos do interior e meio-ambiente.A indústria de madeira e papel responde do 6% do PIB, similar à indústria automobilística e a de plásticos.

Algumas das maiores companhias de papel estão sofrendo.Depois que fracassou um projeto de recapitalização de débito, no valor de 2,4 bilhões de dólares, AbitibiBowater, que se considera a maior produtora de papel de jornal no mundo, em capacidade instalada, pediu concordata em Abril.A empresa vende seus produtos em mais de 90 paises, numa escala de 5 milhões de toneladas anuais, sendo que metadde disto é papel de jornal.Com ativo de 9,9 bilhões de dólares e passivo de 8,78 bilhões, a companhia tem sido "adversamente afetada pelas pressões e pela incapacidade de levantar capital de giro no atual mercado financeiro", declarou o CEO David J. Paterson, numa mensagem em seu website.Em Setembro, a empresa, com sede em Montreal, anunciou um corte de 1,3 milhões de toneladas na produção."Temos um caminho difícil pela frente com significantes desafios", afirmou Seth Kursman, vice- presidente da companhia em entrevista.Continuando adiantou que esperam sair da concordata mais enxutos e sustentáveis e que há um futuro para a indústria florestal e papeleira.

Muitos rivais de AbitibiBowater estão tendo prejuízio ou trabalhando sem lucro, fechando operações temporariamente e às vezes definitivamente, segundo G. Scott Vallely, CEO de Coy Paper, um produtor de papéis especiais em New Cannaan, Connecticut.Ele adianta: "As empresas estã sobrevivendo emitindo títulos e se endividando, o que não é sustentável".

quarta-feira, 14 de março de 2012

UTOPIA


UTOPIA
Os socialistas do século XXI continuam irredentos de seu sonho utópico: uma sociedade igualitária.Puxa, prá que Thomas More foi escrever aquele livro?Sonhando com o Paraíso na Terra, os socialistas descambam sempre para o pesadelo infernal da ditadura.
Aqui em Pernambuco, Eduardo Campos quis uma fatia deste paraíso: acabar com a guerra fiscal, uma utopia, enquanto perdurar o status quo do nosso código tributário.Sem a federalização do ICMS, é sonho impossível de se tornar realidade.Quando começar a disputa para novos investimentos, qual a moeda de troca entre os governos estaduais?O ICMS,além de outros incentivos, claro, terreno de graça, estradas de acesso, etc.É a competição de sempre.Devido à enorme carga tributária em nosso país, e à péssima infra-estrutura, o empresário precisa se virar, para se manter competitivo, então ele procura as melhores ofertas.
Nossos impostos são muito altos, se um governo reduzir em 50% o ICMS para atrair uma indústria, ele não está fazendo favor nenhum.A prevalecer a tese de Eduardo, ninguém mais dá incentivo,OK?,o empresário vai dizer:"Ah é, agora é assim?Então, tchau, vou mandar minha fábrica para a China, ou Irlanda". Os políticos sempre afirmam que não podem perder receita, mas ninguém perde o que não tem.
OBS:Thomas More foi canonizado pelo Papa Pio XI (1935), com seu nome latinizado para Tomás Morus, e por outro lado, ganhou uma estátua dos comunistas em Moscou.Vale dizer, agradou a Deus e ao Diabo.Porém, no duro, no duro, é a evidência pura de que o Inferno está cheio de boas intenções.
23/04/2007
 



sexta-feira, 9 de março de 2012

CÂNCER, ÁLCOOL E REFRIGERANTES


 
CÂNCER, ÁLCOOL  E REFRIGERANTES

Por Aluizio Gomes

  O título deste trabalho poderia ser "Câncer, Fumo, Álcool e Refrigerantes".Tiramos o fumo, porque já se sabe muito sobre a relação de causa e efeito entre o fumo e o câncer.Dito isto, comecemos pelo álcool, ressaltando que é uma compilação de trabalhos publicados na Internet.

1.ÁLCOOL
O consumo de bebidas alcoólicas é uma importante causa de vários tipos de câncer, junto com o tabagismo e infecções crônicas, disseram pesquisadores recentemente.
O consumo excessivo de álcool eleva o risco de câncer de boca, laringe, esôfago, fígado, cólon e mama. Também pode estar ligado aos cânceres de pâncreas e de pulmão.
"O álcool é subestimado como causa do câncer em muitas partes do mundo", disse Paolo Boffetta, da Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), em Lyon, na França.
"Uma proporção considerável do câncer hoje em dia é decorrente do consumo de álcool, e isso está aumentando em muitas regiões, especialmente no leste da Ásia e no Leste Europeu", afirmou ele numa entrevista.
Boffetta e Mia Hashibe, que revisaram pesquisas sobre a ligação entre o álcool e o câncer, concluíram que, quanto mais álcool se consome, mais alto é o risco de desenvolver câncer.
Entretanto, eles recomendaram que as pessoas bebam com moderação, em vez de abolir totalmente as bebidas alcoólicas, por causa de seus benefícios de proteção contra doenças cardiovasculares.
"A abstenção total de álcool, embora seja ideal para o controle do câncer, não pode ser recomendada em termos de uma perspectiva ampla de saúde pública, em particular nos países com alta incidência de doenças cardivasculares", disse Boffetta num trabalho publicado na revista The Lancet Oncology.
Os cientistas afirmam que homens e mulheres devem limitar seu consumo de álcool, de modo a aproveitar os benefícios e evitar os perigos ao mesmo tempo."A versão mais recente do código europeu contra o câncer recomenda a manutenção do consumo diário em dois drinques para homens e um para mulheres", disse Boffetta.
Nos países desenvolvidos, em 2000, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o álcool tenha causado 185 mil mortes de homens e 142 mil de mulheres, mas que tenha evitado 71 mil mortes de homens e 277 mil mortes de mulheres.
Nos países em desenvolvimento, onde há menos casos de doença cardiovascular, o álcool foi ligado a 1,52 milhão de mortes de homens e a 301 mil de mulheres.Os cientistas concluíram que as doenças ligadas ao álcool são um problema de saúde na Europa central e no Leste Europeu."O álcool é provavelmente o principal fator responsável pelo risco aumentado de câncer de cabeça e pescoço registrado em vários países, principalmente na Europa central e do leste", disse Boffetta.
Ainda não está claro exatamente como o álcool eleva o risco de desenvolver câncer, mas a suscetibilidade genética é um componente importante."Devido à relação dose-resposta linear entre o consumo de álcool e o risco de câncer, o controle do consumo excessivo permanece sendo o maior alvo para o controle do câncer", acrescentou o cientista.

2.REFRIGERANTES
  Recentes estudos acadêmicos chegaram à conclusão que as bebidas gaseificadas podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver câncer no esôfago, doença geralmente fatal.
Vários estudos apresentados em um encontro com especialistas em câncer e em doenças gastrintestinais mostraram que os alimentos e líquidos ingeridos pelas pessoas podem influir em sua predisposição a desenvolver vários tipos de câncer.
"Essa pesquisa corrobora as recomendações médicas de que as pessoas tenham uma dieta saudável," disse Lee Kaplan, do Hospital Geral e da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston (EUA).
Uma equipe do Hospital Memorial Tata, na Índia, descobriu uma forte correlação entre o aumento do consumo per capita de refrigerantes nos últimos 50 anos e o aumento no número de casos de câncer do esôfago nos Estados Unidos.
Membros da equipe estudaram dados do Departamento de Agricultura dos EUA e descobriram que o consumo anual per capita de refrigerantes aumentou mais de 450 por cento, de 49 litros em 1946 para 224 litros em 2000.
E, nos últimos 25 anos, a taxa de incidência da doença cresceu mais de 570 por cento entre os norte-americanos do sexo masculino. O câncer de esôfago atingiu 13.900 norte-americanos em 2003, dos quais mais de 10 mil eram   homens, matando quase todas essas pessoas, segundo a Sociedade Americana do Câncer.
O número de casos de câncer do esôfago acompanhou claramente o aumento do consumo de refrigerantes, afirmaram os pesquisadores.
Isso poderia ser coincidência. Mas os cientistas também apontaram para pesquisas nas quais se identificaria uma possível base biológica para esse efeito. Os refrigerantes fazem o estômago distender-se, o que provoca refluxo gástrico, algo associado ao câncer no esôfago.
Os cientistas descobriram tendências semelhantes em todo o mundo. Os países em que o consumo anual per capita de refrigerantes ultrapassava a marca dos 90 litros também apresentavam taxas cada vez mais altas de câncer no esôfago.

06/02/2006
 


quinta-feira, 8 de março de 2012

RÚSSIA NUMA NOVA DIMENSÃO


RÚSSIA NUMA NOVA DIMENSÃO

Por Alfredo José Assumpção
CEO & Partner da Fesa Global Executive Search Transforming Leadership
 www.alfredoassumpcao.com.br


Convidado pela AEB – Association of European Business, Russian Federation, palestrei em Moscou em 19.05.11 sobre Liderança para um grupo de uns 200 executivos,representantes de países diversos na Europa. Não poderia me furtar de transferir para outras pessoas esta experiência única. A Rússia é o maior país do mundo, com uma extensão territorial aproximada de 17 milhões de km2. Moscou é a maior capital da Europa com seus 10,5 milhões de habitantes, onde está concentrada a maior quantidade de bilionários do planeta. A população total russa alcança 142 milhões de pessoas.Superpotência energética, dona da maior reserva de gás natural do mundo, exportadora de óleo e gás, além de metais e madeira, aparece ainda como a quarta maior produtora de grãos do planeta com uma área cultivável de 1,2 milhões de km2. De 1999 a 2009sua agricultura evoluiu de tal sorte que o país saiu do posto de importador de grãos para transformar-se no terceiro maior exportador do mundo, atrás apenas da União Européia e EUA.Com uma economia já altamente interconectada no planeta, é uma nação que caminha celeremente para a globalização de sua economia, tendo adotado, a partir do início da década de 1990, princípios liberais de economia de mercado, estando agora já colhendo os frutos oriundos de tais medidas. É o maior exemplo de que o sistema comunista é falho e fadado ao fracasso. Contrariamente ao governo brasileiro, que sente impulsos incríveis estatizantes, a Rússia continua privatizando sua economia, mantendo um sistema de respeito absoluto e total à propriedade privada, com uma polícia que faz comas suas duras leis sejam respeitadas. Então sob o aspecto de gestão política do país eles estão mais adiantados do que o Brasil. Lá paga-se apenas 13% de imposto de renda,pessoa física, enquanto aqui pagamos, pobres de nós, 27%. Cerca de 40% da riqueza construída no Brasil vão para nosso governo enquanto na Rússia apenas 23%. Será que com apenas 20 anos como capitalistas eles aprenderam a lição muito melhor do que nós brasileiros?

A continuar com pensamentos estatizantes e subindo nossa carga tributária, sem entrar no mérito dos movimentos dos sem terra ou teto, com total desrespeito à constituição vigente e às nossas leis, que faz da nossa polícia algo inoperante, muito em breve, nós seremos os comunistas, iniciando um processo absurdo de destruição de riqueza para nossas futuras gerações. Que o bom senso prevaleça e nos livremos deste caminho já tão surrado, desgastado e desacreditado, sob pena de países como a Rússia começarem anos ver pelo retrovisor, cada vez mais longes. Eles seguirão crescendo e evoluindo economicamente e nós ficaremos por aqui vendo a caravana passar, de braços dados aos nossos partidos políticos que parecem existir apenas para se engalfinhar na disputa por benesses governamentais. Essa é a grande constatação que se pode fazer comparando o modelo de governo e a política econômica da Rússia moderna com os nossos no Brasil.Corremos o risco de entrar tardiamente (porque o mundo já se livrou disso, o comunismo) para a contramão da história e reverter essas tendências vai nos custar muito caro num futuro breve.

Saindo da esfera político econômica, sempre mais ácida, menos simpática, podemos falar do povo russo comum, seus gestores e líderes do mundo corporativo. O povo é bom e amistoso, amigo, dono de uma cultura diversificada, herdada na forma de artes e ciências, com seus teatros e corpos de balés, vivendo uma história rica de enfrentamentos militares, conquistas e lutas para defesa de seu território contra Estados invasores em todas as suas fronteiras, Europa ou Ásia, fatos e condições que fazem do russo um povo orgulhoso da sua forma de ser. Nota-se claramente que os gestores começam a entender que a batalha maior a enfrentar com a globalização e interdependência econômica entre os povos não se ganhará com bombas, mas com uma economia livre, de mercado, incentivada para tal, equilibrada e centrada na base do conhecimento e uso de tecnologias modernas, seja nos planos operacional, tático ou estratégico, valendo-se de gestores de cabeça aberta e prontos para adotar princípios saudáveis de gestão, movendo-se rapidamente do modelo tradicional burocrático Weberiano (Max Weber), com sua impessoalidade e concentração dos meios da administração, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, para um modelo contingencial, “estar para servir”, onde não existe uma única e melhor maneira predeterminada para se fazer “a coisa”, mas outra, onde “tudo depende” (it depends),em que todo o capital humano instalado participa e serve na sua totalidade ao mundo corporativo.

Essa é a Rússia que conheci, onde existe uma grande certeza sobre a dependência absoluta dos meios de produção para com o talento disponível. Lá também, como aqui,se vive um apagão de talentos. Então, sabem, ser mister educar o povo e mudar a forma de gerir para conquistar o melhor talento, com objetivos claros de construção de bons ambientes organizacionais para atrair, reter e motivar o melhor talento. É assim que as empresas multinacionais lá se instalando e as locais ganharão as novas batalhas de mercado. O Brasil, seja no governo ou meio empresarial, que comece a pensar e agir desta forma para conseguir competir em iguais condições nesta arena global.

sábado, 3 de março de 2012

OS SABOTADORES DO FUTURO


OS SABOTADORES DO FUTURO
1.INTRÓITO
Apesar de toda evolução de Homo sapiens, fico em dúvida se Homo é realmente sapiens.Homo passou três milhões de anos evoluindo do estágio comparado a um gorila, evoluiu para construir civilizações, mas hoje perguntamos: valeu a pena?O homem não se entende com seu semelhante, desenvolveu uma ciência materialista, cura uma doença e arruma mais três, e não sabe como preservar o meio ambiente.Aliás, sabe, mas não quer. Fabrica e vende os mais diversos venenos, ganhando muito dinheiro com isso: fumo, álcool, alimentos cancerígenos, polui o ar de forma irresponsável, e por fim coloca no ostracismo aqueles que discordam de tudo isso.Ficam famosos apenas os alienados, cúmplices e omissos. 
No extremo de toda essa loucura existe o marxismo, a pior criação do intelecto humano.Quando Jean Paul Sartre declarou:"Deus não existe, podemos fazer qualquer coisa", abriu as portas para todo tipo de sacanagem, desmoralizando a ética humana, cultuada desde a mais remota antiguidade.
Bom, este artigo não é genérico, mas específico. Poderia ser genérico, mas não tenho saco para escrever muito. Eu, pelo menos, não gosto de escritor prolixo.Vou me reportar apenas ao carro elétrico.
Quem são os sabotadores do futuro? Todos aqueles, que, por interesses pessoais, financeiros, corporativistas, se opõem tenazmente à inclusão de novas tecnologias que poderiam salvar o planeta de um colapso ambiental, genéricamente falando.Específicamente falando, no caso presente, o sabotador é a indústria do petróleo.
2.O PROBLEMA DO CARRO ELÉTRICO.
O portal www.slate.com  publicou uma matéria sobre o problema da exequibilidade da bateria automotiva para substituir a gasolina. Foi muito criticada por ter uma série de erros técnicos, mas teve a vantagem de levantar a discussão do problema.Começa nos informando que:
By Farhad Manjoo
Posted Tuesday, June 21, 2011, at 10:39 AM ET

Já nos anos 70, a EXXON contratou um engenheiro, de nome Michael Stanley Whittingham, para descobrir uma fonte de energia que pudesse substituir o petróleo.

Após experimentar algumas ligas metálicas, Stanley descobriu que o lítio tinha uma grande capacidade de armazenar energia.O engenheiro comunicou a descoberta a seus superiores, mas logo veio uma recessão, o preço do petróleo caiu, e perdeu-se a oportunidade de avançar no tema.O laboratório de Stanley foi então fechado.

Seth Fletcher, um editor senior de Popular Science, relembra em seu novo livro, "Bottled Lightning": Os cientistas vêm trabalhando em superbaterias, carros elétricos, e a Nova Economia do Lítio desde mesmo antes dos tempos de Thomas Edison, o qual era ele também um dos que pesquisaram o tema. Se nós tivéssemos hoje um combustível que se equiparasse ao custo  e desempenho dos combustíveis fósseis, não só teríamos carros mais limpos, mas também teríamos sido capazes de remodelar toda nossa infraestrutura.
O problema da energia eólica e solar é que sua geração é intermitente.Só quando venta ou faz sol é que há geração.Aí é que entra  a importancia da bateria.Nas horas ociosas, a bateria pode fornecer energia.Realisticamente falando, não se deve achar que a bateria ideal vá aparecer de uma hora para outra.Quando a ciência achar a solução para um equipamento viável economicamente, haverá alteração na geopolitica, o planeta ficará mais limpo e haverá um novo boom econômico.
Contra a tecnologia do carro elétrico conspira a indústria petrolífera.Reconheçamos que a gasolina é um combustível de primeira, não foi por acaso que ela prevaleceu. A gasolina tem uma excelente densidade enrgética.Isto quer dizer que, em relação a seu peso, a quantidade de energia é grande.Mesmo com todas as crises, continua abundante e barata. Para se ter uma idéia, hoje, a melhor bateria a lítio pode armazenar 0,2kwh por kilograma de massa. Já a gasolina armazena 13kwh por kilo.

Agora, o motor a gasolina apresenta uma enorme desvantagem, ele é altamente ineficiente.A maior parte da energia resultante da combustão interna transforma-se em calor e não em energia mecânica.Não é à toa que todo motor à gasolina, diesel, gás, ou álcool precisa ser refrigerado, senão funde.Por outro lado, existe a facilidade de reabastecer, é mais rápido.Para recarregar uma bateria, necessita horas.

No mundo todo continuam as pesquisas para desenvolver uma bateria eficiente, confiável e de custo acessível. Devido à má vontade política, pode ser que esses resultados cheguem tarde demais.