terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CRÍTICA AO TROTSKISMO


CRÍTICA AO TROTSKISMO
POR ALUIZIO GOMES
1. INTRÓITO
O Jornal do Commercio, em sua edição dominical do dia 12 passado, por sinal, o Dia dos Namorados, deu espaço de duas páginas inteiras  a uma figura dinossáurica e melancólica chamada Steban Trotsky, neto do lendário Leon Trotsky, da revolução russa de 1917.Com que intenções, não sei, ou sei.Há um grupo remanescente do comunismo nos nossos círculos academicos, intelectuais e jornalísticos, que apesar da evidência clara da inviabilidade prática do socialismo, insiste em perpetuar essa ideologia falida, tentando incutir nas novas gerações a teoria fajuta de que o comunismo vá resolver as injustiças sociais.
Ledo engano.O comunismo é muito bom na teoria, escrevem-se livros e mais livros sobre um utópico paraiso terrestre sob o guarda-chuva de Marx.Muitos chegam a pegar em armas para derrubar os regimes não comunistas,corruptos, reconheço, e quando vencem? Opa! Criam um regime pior, mais corrupto, mais injusto, e muito, muito mais intolerante, acabam com todos os partidos e fica só o PC, ou algum clone dele.
Meu blog está cheio de críticas ao socialismo, baseada em fatos históricos inegáveis, e por isso mesmo sofre o patrulhamento ideológico, a imprensa se recusa a publicar meus artigos, mas recebe Trotsky com tapete vermelho.Espere! Trotsky não era da facção democrata dos comunistas? Que democracia é essa que publica um lado, e oculta outro? Então, vocês da imprensa não são democratas, e o povo não tem acesso ao debate, para fazer suas escolhas.
2.FATOS
A tese central do socialismo é acabar com a propriedade privada, geralmente passando para o controle estatal o patrimonio da nação. Os socialistas acreditam piamente que o homem é bonzinho, que os burocratas são pessoas dedicadas ao bem comum, e ao progresso da nação. O criminoso social, segundo eles, é o danado do capitalista, que não para de enriquecer, e explora o proletário, até ele ficar velho e inválido.Isso é uma meia verdade, porque a democracia deu, ultimamente, ao trabalhador, tantos benefícios que a coisa ficou muito melhor do que há 150 anos atrás. É o chamado welfare state.Agora, quem está bagunçando o welfare state? A China, vejam só, um país comunista! O capitalismo selvagem saiu da Inglaterra e foi parar na China! Seria cômico se não fosse trágico.
Passemos em revista agora os resultados do marxismo após 150 anos.Onde ele deu certo? Hum, hum... em Cuba? Não. Na Coréia do Norte? Também não. Na Venezuela? Piada de mau gosto.Na pátria de Leon Trotsky? Sem comentários.A lista de fracassos continua: Zimbawe, Albania, etc, etc.........
En passant, quando o muro de Berlim veio abaixo, em 1989, o mundo ocidental conheceu uma geringonça chamada Lada, produzida no lado oriental da Alemanha.Foi motivo de chacota no mundo inteiro, era um carro do tempo do fogão a lenha. Me que, na época,a revista Time fez o seguinte  comentário: "Não tem mala para colocar as compras, como também não há compras para colocar na mala". 
Então, porque os marxistas, de qualquer naipe, insistem nisso? Para mim, é um mistério, mas sei que há um grupinho que mama nas tetas do governo e que, para não perderem a boquinha, querem mais e mais estatais, mesmo que o país se dane.Vemos isso ao vivo na Venezuela: Hugo Chávez cria mais e mais estatais, e o país afunda cada vez mais.
Agora vem o trotskista dizer que é posível um comunismo democrático.Aonde, cara pálida? Conta outra, me poupe.
15/06/2011


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A LENDA DO CARRAPATO


A LENDA DO CARRAPATO
Por Aluizio Gomes
Era uma vez um carrapato que vivia parasitando o lombo de um belo exemplar canino, da raça pastor alemão.Desfilando pelas ruas do bairro onde seu dono residia, o cão recebia elogios rasgados de todos.O cão já estava acostumado, porém seu parasita ficava vaidoso, pensando que os elogios seriam para ele.Após sugar o sangue do cachorro, à noite, o carrapato se reunia com sua corriola e bancava o gostoso, contando o acontecido do dia.
Hoje em dia, vemos muitos "carrapatos" na política.Devido à rotatividade no poder, próprio dos regimes democráticos, muitos projetos e reformas maturam após o mandato de seus autores.O sucessor não tem escrúpulo  se apropriar dos benefícios, se intitulando pai do projeto ou reforma.Na escala estadual, vemos quantos pais apareceram para o Projeto Suape, que tem mais de duas décadas de maturação.Na escala nacional, o presidente Luis Inácio da Silva não cansa de afirmar, em seus discursos, que o bom desempenho atual da economia é resultado de sua política econômica.Ledo engano.As reformas de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, estão maturando agora, e Lula colhe os resultados.Todos nós nos beneficiamos, porém é importante dar a César o que é de César.A principal reforma, a mais importante, foi o plano real, o qual extinguiu a inflação brasileira, colocando o Brasil vários degraus acima no patamar de uma nação confiável para investimentos.Além disso, deixando de corroer os salários, o plano real conseguiu fazer mais pelos pobres do que o Bolsa Família, permitindo que milhões de pessoas se alimentassem melhor, e abrindo o crediário para o consumidor poder comprar bens duráveis.Isto deu um impulso enorme ao mercado interno.Quanto ao mercado externo, a lei Kandir, desonerando as exportações, permitiu que o Brasil aumentasse substancialmente as exportações.As privatizações foram parte de uma reforma importantíssima, a qual aliou-se ao plano real.Liberando importantes setores para a iniciativa privada, o desempenho econômico melhorou mil por cento.EMBRAER, Companhia do Vale do Rio Doce, e tantas outras, dispararam no mercado como se despertassem de um sono letárgico.
Podemos ainda citar: A lei de responsabilidade fiscal, a introdução dos genéricos, tudo obra de governos anteriores à era PT. O Brasil, pelo cenário externo, beneficiou-se extremamente pela entrada da China como potência econômica, valorizando demais nossos produtos primários: ferro, soja, carne, etc.
Para nossa economia foi salutar também, a lenta, gradual, embora incompleta, abertura de nossos mercados.Há um tabu, muito arraigado em nossa psique de subdesenvolvido, que as multinacionais pretendam engolir as empresas nacionais.Não, uma empresa, nacional ou estrangeira, quer sempre se expandir, dentro de um esquema competitivo.A competição é boa para o consumidor,porque lhe permite obter um produto mais barato e de melhor qualidade.Sem competição, não há inovação, nem custos baixos.A União Soviética fracassou exatamente por isso.Não havia mais criatividade, nem estímulo para baixar os custos.Indústria é criação, inovação, competição.Isto só existe num ambiente de empresas privadas, e mercados abertos.Nossa abertura começou com Fernando Collor, porém devido a seu mandato ter durado muito pouco, teve continuidade com FHC.
Então, concluindo, o cenário externo favorável, mais reformas de décadas atrás, levaram o Brasil a um patamar econômico mais alto, e não vejo, pelo menos da minha parte, nada que o PT tenha contribuído para isso.

15/10/2007

O PT MUDOU PARA PIOR


PT MUDOU PARA PIOR
 O PT festejou ontem, em Brasília, com Lula e Companhia Ltda seus 31 anos de existência. Nunca um partido cumpriu tão bem o seu papel na oposição no Brasil.Mas, infelizmente, ao chegar ao poder, o PT sofreu uma profunda mutação, em todos os sentidos.A pior delas se deu no campo ético  e moral.É difícil encontrar uma só prefeitura ou governo estadual administrados pelo partido que não esteja maculado pela corrupção.Triste, real e verdadeiro!
No plano federal, Lula deu uma forte contribuição para levar o PT a se afundar mais nesse terreno movediço, ao se juntar ao que há de pior na cacicada que reinou absoluta nos anos de chumbo.Petistas de carteirinha e orgulhosos das lutas históricas nunca absorveram Lula andando de mãos dadas com Sarney, Renan, Jucá, Roberto Jefferson e tantos outros crápulas que, num passado não muito distante, batiam sem dó nem piedade no ex-presidente como principal expoente da então oposição ao regime de exceção.Quem mudou: Lula, o PT ou Sarney e seus capangas?Lula, e o PT, claro! Seus aliados de hoje e inimigos de ontem continuam pensando do mesmo jeito e agindo da mesma forma, arrancando do governo  tudo o que querem e desejam.
Mas, o que mais desaponta, na verdade, é o PT ainda querer se apresentar  como a palmatória do mundo.
Magno Martins
Publicado na Folha de Pernambuco em 11/02/2011

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

QUEM SÃO OS NEOCONS


Letter to President Clinton on Iraq
January 26, 1998
      The Honorable William J. Clinton
      President of the United States
      Washington, DC
      Dear Mr. President:
      We are writing you because we are convinced that current American policy toward Iraq is not succeeding, and that we may soon face a threat in the Middle East more serious than any we have known since the end of the Cold  War.  In your upcoming State of the Union Address, you have an opportunity to chart a clear and determined course for meeting this threat.  We urge you to seize that opportunity, and to enunciate a new strategy that would secure the interests of the U.S. and our friends and allies around the world.  That strategy should aim, above all, at the removal of Saddam Hussein’s regime from power.  We stand ready to offer our full support in this difficult but necessary endeavor.
The policy of “containment” of Saddam Hussein has been steadily eroding over the past several months.  As recent events have demonstrated, we can no longer depend on our partners in the Gulf War coalition to continue to uphold the sanctions or to punish Saddam when he blocks or evades UN inspections.  Our ability to ensure that Saddam Hussein is not producing weapons of mass destruction, therefore, has substantially diminished.  
Even if full inspections were eventually to resume, which now seems highly unlikely, experience has shown that it is difficult if not impossible to monitor Iraq’s chemical and biological weapons production.  The lengthy period during which the inspectors will have been unable to enter many      Iraqi facilities has made it even less likely that they will be able to uncover all of Saddam’s secrets.  As a result, in the not-too-distant future we will be unable to determine with any reasonable level of confidence whether Iraq does or does not possess such weapons.
Such uncertainty will, by itself, have a seriously destabilizing effect on the entire Middle East.  It hardly needs to be added that if Saddam does acquire the capability to deliver weapons of mass destruction, as he is almost certain to do if we continue along the present course, the safety of American troops in the region, of our friends and allies like Israel and the moderate Arab states, and a significant portion of the world’s supply of oil will all be put at hazard.  As you have rightly declared, Mr. President, the security of the world in the first part of the 21st century will be determined largely by how we handle this threat. Given the magnitude of the threat, the current policy, which depends for  its success upon the steadfastness of our coalition partners and upon the cooperation of Saddam Hussein, is dangerously inadequate. The only acceptable strategy is one that eliminates the possibility that Iraq will be able to use or threaten to use weapons of mass destruction. In the near  term, this means a willingness to undertake military action as diplomacy is clearly failing. In the long term, it means removing Saddam Hussein and his regime from power. That now needs to become the aim of American foreign policy.
We urge you to articulate this aim, and to turn your Administration's attention to implementing a strategy for removing Saddam's regime from power. This will require a full complement of diplomatic, political and military efforts. Although we are fully aware of the dangers and       difficulties in implementing this policy, we believe the dangers of failing to do so are far greater. We believe the U.S. has the authority   under existing UN resolutions to take the necessary steps, including military steps, to protect our vital interests in the Gulf. In any case, American policy cannot continue to be crippled by a misguided insistence on unanimity in the UN Security Council.
We urge you to act decisively. If you act now to end the threat of weapons of mass destruction against the U.S. or its allies, you will be acting in the most fundamental national security interests of the country. If we accept a course of weakness and drift, we put our interests and our future  at risk.
      Sincerely,
      Elliott Abrams    Richard L. Armitage    William J. Bennett
      Jeffrey Bergner    John Bolton    Paula Dobriansky
      Francis Fukuyama    Robert Kagan    Zalmay Khalilzad
      William Kristol    Richard Perle    Peter W. Rodman
      Donald Rumsfeld    William Schneider, Jr.    Vin Weber
      Paul Wolfowitz    R. James Woolsey    Robert B. Zoellick  

 
 
       
       

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012


DOPING
Por Aluizio Gomes
Muitos economistas ficaram embasbacados com o crescimento do PIB americano, no último trimestre.
A impressão que eu tenho é que a águia jogou dopada. Assim não vale. Tomou injeção na veia de um violento corte nos impostos, além de praticar juros de 1% ao ano.
Paul Krugman nos alerta que, para cada dólar de corte nos impostos, a águia pega dois emprestados na banca.O déficit vai para a estratosfera.Quem vai pagar esta conta? As gerações vindouras.Já vimos este filme antes, aqui mesmo em Pindorama, só que a memória do povo é fraquíssima.
Juscelino fez Brasília, e 50 anos em 5, também quebrando a banca, fazendo rodar as impressoras da Casa da Moeda feito doido, e queimando as reservas da Previdência Social. Pois bem, até hoje pagamos esta conta, via inflação, impostos e juros. A Previdência Social até hoje não se recuperou financeiramente.
Nos Estados Unidos existe o problema sério do "baby boom".Quando a geração pós-guerra começar a se aposentar, vai faltar dinheiro para pagar as pensões (link), porque Bush II torrou a poupança na Mesopotâmia numa guerra imbecil e fazendo contratos bilionários com a indústria bélica.Agora mesmo já falta dinheiro para serviços básicos, como escolas, coleta de lixo, pagamento de salários de funcionários municipais, como carteiros, bombeiros, etc. Então perguntamos, porque esta política de mais canhão e menos manteiga? Existe todo um raciocínio para justificar isto, porém é conversa fiada para enganar os trouxas de sempre.
Além de Paul Krugman, também Warren Buffet, o homem mais rico do mundo, depois de Bill Gates,  está preocupado com o tamanho do déficit dos Estados Unidos, e está tirando investimentos em dólar, e passando para investir em moedas asiáticas, e chega mesmo a falar em risco de crise cambial. Paradoxo: Lula está, no Brasil, aplicando rigor na responsabilidade fiscal, enquanto os detentores do poder em Washington estão praticando irresponsabilidade fiscal.Os norte-americanos têm a garantia de que seus débitos são em dólar, mas seus ativos também o são, diferente de outros países, mas mesmo assim, pode haver crack na Bolsa, ou seja, esta bolha estourar, como estourou a bolha "dot com".
Bush II é incapaz de escrever um discurso, seu "speech writer" é Karl Rove, um intelectual brilhante, um alquimista, que consegue transformar lama em diamante ( existe carbono na lama e no diamante). Mas, só discurso não adianta muito, em breve a coisa vai ficar tão feia, que vai dar até cadeia para esses figurões.
ANEXO 1
ANEXO 2

07/11/2003


  


(HOME PAGE)

O QUE É TERRORISMO?



O QUE É TERRORISMO?

O que é terrorismo? Você sabe? Eu não sei, pesquisei bastante e não achei uma resposta. Será um koan? Um koan é uma pergunta enigmática, para a qual a mente não encontra resposta; é usado por monges do Oriente para atingir o Samadhi (êxtase).
Se for um koan, tudo bem, mas se for um fator político, como diria Frank Sinatra, " there's room for doubt".
Imaginemos um prisma. Se olharmos de um lado, vemos as coisas de uma forma. Se olharmos de outro, esta coisa apresenta uma forma diferente.Não admira que os monges do Oriente costumem chamar o mundo físico de Maya, ou seja, uma ilusão.Nós não conhecemos o real, apenas impressões alteradas chegam às nossas mentes, por distorções "prismáticas".Agregando-se a isto vem a propaganda política, que já joga estas distorções prontinhas para consumo de massa.As ditaduras sempre se aproveitaram disto, através da censura, porém, não se engane, as democracias também fazem isto esplendidamente, distorcendo, mentindo, e controlando a mídia com mão de ferro (ou de ouro?).Outro dia, assistindo o programa "Manhatan Connection" (GNT), vi quando uma jornalista afirmou que não existe um jornalista independente.É fato.
Se olharmos um revolucionário praticando um ato de guerra contra nosso lado, ele é terrorista.Mas se ele praticar este mesmo ato contra o lado contrário, ele é um herói.É o efeito prismático. Então, como é que fica? Tiradentes é um herói no Brasil, mas o rei de Portugal condenou-o como terrorista.A Resistência Francesa praticava atos terroristas contra a Alemanha nazista.Não só na França, mas nos demais países ocupados por Hitler havia grupos paramilitares, os maquis, que nada mais eram do que terroristas para um lado e heróis para o outro.
Por isto uma guerra contra o terrorismo é um absurdo político, condenado a um fracasso retumbante, mais cedo ou mais tarde.Para haver uma guerra são necessárias duas bandeiras, uma de cada lado.Sempre foi assim, gente, desde que o mundo é mundo.Nas guerras da Antiguidade, da Idade Média, etc, sempre se identificaram os campos de batalhas com as bandeiras; os navios, idem. Até os piratas tinham sua bandeira.Assim, um determinado país podia iniciar uma guerra contra a pirataria.Mas como deflagrar uma guerra contra o terrorismo, se eles não têm bandeira, ou como disse acima são apenas resultado do efeito prismático? É uma coisa quixotesca. Don Quixote de la Mancha combatia moinhos de vento, mas era doido de pedra.Bush seria o  Don Quixote dos nossos dias.
HÁ AMERICANOS E AMERICANOS
Agora vamos examinar a dicotomia norte-americana.Os Estados Unidos tornaram-se independentes da Inglaterra em 1776, após rápida ação militar, com a ajuda da França, arquiinimiga dos ingleses.Até aí tudo mal, os americanos eram "terroristas", se você olhar pelo prisma dos ingleses.Na época, não era um país muito grande: a Nova Inglaterra se resumia a treze estados, concentrados na parte nordeste do atual país.Mas, a França superendividada pelas guerras napoleônicas vendeu todo o Meio-Oeste(Louisiana Purchase).
Com índios, mexicanos e espanhóis a conversa foi diferente.A conquista foi militar. O Alaska foi comprado aos russos.Veio a Revolução Industrial, causando enorme progresso tecnológico e aumento da riqueza.Estabeleceu-se então a dicotomia: O Sul permaneceu agrário, conservador, e, principalmente, escravagista.O Norte progrediu não só materialmente, mas também intelectualmente. O Iluminismo deu um de seus melhores frutos, e a Estátua da Liberdade é um ícone à altura.Vejamos agora porque não interessa à burguesia a escravidão: a burguesia precisa de uma classe média consumista, que compre seus produtos.Um escravo não consome, portanto impede que a coisa funcione.Quando a Inglaterra combatia o tráfico negreiro, não era por razões humanitárias, mas por interesse econômico.Os ingleses foram tão cínicos que provocaram a Guerra do Ópio, contra os chineses, apenas para manter o mercado de ópio aberto naquele país.
Configurada assim a dicotomia Norte-Sul, ela desaguou em guerra civil, assassinato de Lincoln, e libertação dos escravos.
Os sulistas continuaram agrários, conservadores, e às vezes reacionários; apareceu a Ku Klux Klan, etc. Na política esta divisão reflete-se nos dois partidos políticos principais: os democratas são mais liberais enquanto que os republicanos são mais conservadores.Daí resultaram as lutas do Século XX, os direitos civis, aborto, militarismo, etc. Na eleição presidencial do ano passado Al Gore ganhou nos estados progressistas, enquanto Bush venceu nos conservadores. A vitória na Flórida cheirou a marmelada, onde Jeb (irmão de George) é o governador.Ali há forte concentração de cubanos, e como Bill Clinton devolveu o menino Elían Gonzáles a Cuba, só por isso os democratas devem ter perdido muitos votos.Por estes dois motivos, o resultado na Flórida não pode ser considerado representativo.
Vê-se hoje claramente que George W. Bush é um militarista, enquanto Bill Clinton, na sua gestão, diminuiu o orçamento do Pentágono.Al Gore tinha planos de conservação de meio-ambiente, enquanto  Bush renegou o Protocolo de Kioto.Apesar de não ter inimigos à vista, Don Quixote inventou um, conseguiu a guerra que queria, vendeu a idéia aos otários, assinou um contrato de 200 bilhões de dólares com a Lockheed, para fabricação de uma nova geração de caças, mas terá a derrota que não queria.

CONCLUSÃO
Com esta digressão, tento demonstrar que a luta contra o terrorismo é uma invenção dos republicanos para gastar em armamento, já que não existem mais comunistas para justificar gastos militares.
Combater o Taliban é uma coisa, combater o terrorismo é outra bem diferente.Osama bin Laden é de nacionalidade saudita, e ideologicamente um fundamentalista islâmico.Seu rancor contra os americanos é haver bases ianques em território de seu país.Como lá não existe democracia, sua atividade política migrou para a violência e a clandestinidade.Já viu esse filme antes, não é?Esteve em cartaz no cine Pindorama durante um tempão, de 1964 até princípio dos anos 80.
Portanto, o terrorismo não se combate com violência, porém com reformas.Estas reformas claro que são dificílimas, porque a Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo, e não interessa aos americanos mais um governo fundamentalista ou nacionalista, como já acontece no Irã e no Iraque. Outro nó difícil de desatar é a questão palestina, os dois lados querem Jerusalém, e não abrem mão disso.O árabe tem o petróleo, o judeu tem o dinheiro do sistema bancário internacional, além de estar infiltrado nas elites americanas e européias.Assim a coisa vai sem solução à vista.
No futuro vão acontecer coisas que mudarão este cenário: o petróleo será destronado de seu pedestal de combustível essencial, sendo substituído por uma fonte de energia barata e renovável(hidrogênio?), a monarquia saudita cairá( tudo que sobe cai), e quanto ao problema palestino não ouso especular, mas haverá um desfecho(Armagedon?).
Aluizio Gomes, Dezembro de 2001


Leitura recomendada: "The Rise, Corruption and Coming Fall of the House
                                  of Saud", de Said Aburish.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

TRAMONTINA


PORTEIRO DE BOATE.

Não havia no povoado pior emprego do que 'porteiro da zona'.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou - Mas eu não sei ler nem escrever.
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.
- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Dito isso, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E assim fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de compra-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já que...
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem, de mula.
- Façamos um trato - disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de tempo para viajar para fazer compras'.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais ferramentas do que as que já havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado. Todos estavam contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc ...
E após foram os pregos e os parafusos...
Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e disse:
- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor? disse incrédulo o prefeito. O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma: - Se eu soubesse ler e escrever... ainda seria o
PORTEIRO DO PUTEIRO!
--------------------------------------------------------------------

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.

As adversidades podem ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água:
'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna'.
Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.
Quando você quiser saber o seu valor, procure pessoas capazes de entender seus medos e fracassos e,
acima de tudo, reconhecer suas virtudes.

Essa história é verídica, e refere-se a um grande industrial chamado...

Valentin Tramontina,
fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500 empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa genuinamente brasileira nessa condição. A cidadezinha citada é Carlos Barbosa, e fica no interior do Rio Grande do Sul.
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A Lenda do Carrapato
 O Lobo e o Trouxa nos Sistemas Capitalista e Comunista
A Privatização da DATAMEC
Que Capitalismo é Esse, Afinal?
Bismarck, Pioneiro Socialista
Copa do Mundo
Stálin Não Morreu
Um Negócio Estranho
Jovens Geólogos Vão Orientar o Pré-Sal
 
Um Novo Capitalismo
  Resposta ao livro "A Privataria Tucana


 

  
UM REBELDE COM CAUSA
PERDIDA
AO SUL DO EQUADOR

 

 


 

OS ARGENTINÓLOGOS


OS ARGENTINÓLOGOS
Artigo escrito por Joelmir Beting, publicado no Jornal do Commercio em 02/02/2002
 

Talebanólogos norte-americanos e argentinólogos brasileiros têm algo em comum: ambos os grupos responsabilizam a globalização e neoliberalismo pelos atentados terroristas de Nova Iorque e pelos descalabros econômicos, sociais e políticos de Buenos Aires.  
Fiquemos na derrocada platina.Botar a culpa no alheio é algo mais que uma absolvição escapista. É refertilizar o jogo do moral hazard que sustenta governos que não governam por que não se governam nem se deixam governar.Pois bem, em matéria de populismo rastaqüera, o peronismo continua sem rival no mundo.
 Ou será culpado o tal de neoliberalismo pela velha blindagem política da gastança pública rosca sem-fim?Um Estado argentino inchado e parasita é obra de meio século de desgovernança nacional, com direito a golpes militares intermitentes. A privatização de estatais falidas não se fez acompanhar do descarte de um único dos 23 bancos estaduais (provinciais), tecnicamente lenientes e politicamente permissivos.
 Bem ao contrário. Tal como se deu aqui no Brasil roto, na Argentina rasgada os bancos estatais das Províncias financiaram déficits a fundo perdido do setor público e créditos sem retorno para apaniguados dos governantes da vez. Nos últimos dois anos de sufoco terminal, as províncias deram-se ao luxo de funcionar como casa da moeda em causa própria.
 Nada menos que 14 governos provinciais emitiram não-moeda com função de moeda (patacones de livre curso) sob o tampão de currency board. Regime leonino, arremedo contábil do antigo padrão ouro, ele vetava a emissão de novos pesos sem o lastro de novos dólares nas reservas internacionais do país.
 Desde quando o colapso argentino pode ser atribuído às sanhas e às manhas do ultraneoliberalismo? Ou por outra: desde quando congelar câmbio (preço relativo de todos os preços do universo econômico), por toda uma década, é rezar pelo catecismo do livre mercado?
Delatores e detratores do fantasioso ultraneoliberalismo do vizinho encalacrado, das duas, uma:
a)ou entendem da Argentina tanto quanto entendem de Usbequistão.
 b) ou não têm noção do que seja ultra, do que seja neo e do que seja liberalismo.
 

 No mais, já que somos todos argentinólogos, penso que organizar um país ainda não organizado, como o Brasil, é tarefa política abrasiva e desgastante.
 Agora, desorganizar um país já organizado, como a Argentina, é façanha política absurda e sinistra.
 
 
 

"Nada mudou desde o fiasco do peronismo.Deus vai ter que continuar consertando durante a noite o que os argentinos estragam durante o dia". Franco Castiglioni - da Universidade de Buenos Aires.
Meio Milênio
O Brasil já consumiu 501 anos e 9 meses sem alcançar o juízo. Ou como escreveu Nelson Rodrigues, em 1963: O subdesenvolvimento não se improvisa.É obra de séculos.Ou no lembrete posterior de Darcy Ribeiro: O subdesenvolvimento brasileiro não é um destino.É uma doença.E, aliás, tem cura.

Desperdício
Brasil em meio milênio e Argentina em meio século são ícones hoje do desperdício universal.Aqui, fomos dopados pela cultura da abundância, irmã siamesa cultura da ineficiência, da acomodação e da tolerância. Responsável pelo nosso atávico desperdício de terra, de água, de mata, de energia, de sossego e de gente.
A verdade é que o Brasil teima em não fazer 70% do que deveria ser feito.E não consegue fazer nem 50% do que já poderia ter feito.


 
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O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS DEVE SER PÉSSIMO PARA O BRASIL


O QUE É BOM PARA OS ESTADOS UNIDOS DEVE SER PÉSSIMO PARA O BRASIL
Existe uma morbidez intrínseca  à  sociedade que se reflete nos  meios de  comunicação.
Uma boa notícia não  tem  muita  repercussão. Porém, uma  má  notícia é  objeto de  manchetes, comentários,   debates  e desdobramentos. Esta distorção chega aos meios técnicos e decisórios, impedindo avaliações sensatas  de situações sociais, econômicas e políticas.
Como  tais  situações são  incorretamente avaliadas, as  decisões são, inevitavelmente  errôneas,   resultando  no  brutal atraso  nacional no campo das idéias, e  por  via  de conseqüência, no campo econômico e político.
Veja-se  por  exemplo o  caso do  neoliberalismo:   seus aspectos  positivos  nunca são  ressaltados, porém efeitos colaterais, durante a fase de adaptação, são explorados intensivamente, de modo a incutir no público uma falsa idéia do que ele realmente seja: alguns setores mais retrógrados da sociedade  acusam  a  Nova Economia  de  causar  desemprego e  miséria. Ora, sendo  estes males  seculares no  Brasil, conclui-se  de imediato que não há nenhuma relação entre eles.

Realmente, na fase inicial, a Nova Economia extingue o velho emprego, substituindo-o pelo novo emprego  depois, na fase seguinte.Ora, os próprios marxistas sempre afirmaram que não se  pode  fazer um  omelete sem quebrar os ovos.Então....
O que faz a esquerda? Quando o velho emprego é extinto, ela faz uma gritaria  enorme, acusando a  Nova Economia de propiciar o desemprego.Mas não é por aí, calma.E quando o novo emprego é criado? Silêncio total.
Isto é importante saber?Claro, aconteceu recentemente na França, onde políticos populistas, como  Lionel Jospin, assumiram a liderança como resultado de um eleitorado mal informado.A Nova Esquerda está   se espalhando na Europa levando populistas e oportunistas ao poder, os quais nem sabem direito o que fazer.

A esquerda fica lutando por empregos públicos, empresas estatais, e outros penduricalhos, quando o estado provedor esgotou-se em todo mundo, a fonte secou.
 No Brasil, a esquerda deve lutar isto sim, pela reforma agrária. Isto é básico e fundamental para se chegar a  uma economia adulta. Americanos, franceses, ingleses e alemães, primeiro fizeram    a  reforma  agrária, depois entraram na Revolução Industrial.
Bismarck, ao  unir os alemães revogou  uma série  de  entulhos legais da Idade Média, permitindo que a Alemanha se tornasse uma potência em apenas 10 anos. Esta  só não dominou o mundo  porque sua unificação foi tardia demais, e todo espaço colonial já havia sido ocupado pelas outras potências.
Educação é outro fator importantíssimo para o desenvolvimento. Com o Estado ocupado em hidrelétricas, navegação, petróleo, telefonia, ferrovias, como investir em educação?
Aí está outra incoerência das esquerdas. Não há necessidade de o Estado investir em petróleo, ferro, comunicações.
Isto, a iniciativa  privada pode cuidar melhor. Estratégico? Balela. Nos Estados Unidos, o petróleo nunca foi estatal, e nem por isso  faltou combustível  nas  horas  críticas da II  Guerra Mundial. Imagina  se  um executivo da Esso ou Texaco fosse sabotar o esforço de guerra americano na luta contra japoneses  e alemães; seria fuzilado como traidor.

Lá, ferro, ouro, todos os minérios estão nas mãos da  iniciativa  privada. São  estratégicos, mas  nem  por isso, o Estado perde seu poder regulamentador.O Estado forte é aquele que tem superávit financeiro. Todos os impérios  foram construídos assim: Egito, Roma, Inglaterra etc. No Brasil, quer se construir um Estado forte com excesso de leis e decretos, porém com déficit financeiro.
O programa de privatizações precisa avançar mais, nem  tanto para abater  a dívida pública, por que  esta chegou a um patamar de tal ordem, que um cheque de 3 ou 5 bilhões de dólares pouco significa  em  relação ao total da dívida, a qual já passou da casa dos 600 bilhões de reais. Se as privatizações tivessem sido feitas em 1994, quando a dívida estava nos 90 bilhões de reais, esta poderia ter sido abatida  substancialmente, e hoje o  Brasil teria reservas em  dólares para  enfrentar a crise  mundial.Agradeça-se  à  esquerda este prejuízo que tivemos.Mas, uma empresa estatal será  sempre um  mamute, lerdo, burocrático  e  ineficiente.
Se  esta  estatal  for monopolista, aí  piora  a  coisa: seus  custos são irreais, seus preços  de  venda não têm nada  a ver com a realidade do mercado; veja-se o caso da Petrobrás, uma estatal com monopólio do petróleo; ela vende uma gasolina cara e ruim, não tem competidor, e o preço da gasolina  está totalmente divorciado dos custos  de produção. Ou seja, o país não se  beneficiou, no passado, com  um  combustível  mais barato, apenas ela, a Petrobrás.
Com a privatização pode-se reativar a economia, com mais  investimentos. Isto gerará mais empregos, e o que é mais saudável, emprego produtivo.Isto já está acontecendo, nos casos de siderurgia e telecomunicações.
A revolução no Ceará
Agora, foquemos o caso do Ceará: a  revolução  foi  iniciada  com  a  demissão  de  40.000  funcionários públicos. Claro  que  houve desemprego, todavia o Estado  ficou livre  para fazer investimentos, e o que é melhor ainda, baixar os impostos, e assim atrair indústrias.Houve assim, um boom industrial, que absorveu com folga os desempregados da carreira pública.
O Ceará , portanto  extinguiu o  velho  emprego  e  depois criou o novo emprego. Por que Pernambuco não  faz isso? Porque a  constituição estadual  sacralizou   a estabilidade do funcionário público, impedindo que haja demissão de funcionários fantasmas.
Os  impostos  estaduais  em  Pernambuco  são  muito  altos, porque  precisam  cobrir  estes   desmandos, e  também  falta vontade política para mudar. Assim, Pernambuco é classificado como " a  vanguarda  do atraso " nos meios  empresariais. Sua vantagem  competitiva  reside  no  parque  industrial   relativamente avançado, situação geográfica confortável e boas universidades.
Porém, ao longo do tempo, isto vai perdendo terreno, devido ao progresso da Bahia  e do Ceará.A COMPESA não atende mais à demanda . Começa a faltar água. Porque mantê-la  na mão do Estado incompetente? Qual a capacidade de investimento do Estado de Pernambuco? Muito pouca. Pirapama está parada, apesar de sua extrema prioridade. Em Boa Viagem e outros bairros, os condomínios estão fazendo poços artesianos, porque a COMPESA não abastece.Os aqüíferos subterrâneos no Grande Recife estão super-explotados, devido ao racionamento da COMPESA.
Os fundamentos da Nova Economia
Voltando à colocação inicial, pouco se fala que os Estados Unidos apresentam um crescimento econômico enorme. Por que?  Será que é a vitória do  neoliberalismo, que ninguém quer reconhecer?
O pior cego é aquele que não quer  ver.Todas as análises econômicas sobre o novo  ciclo econômico, que atualmente se observa nos Estados Unidos, são unânimes em reconhecer que ele é o resultado da  colocação em prática do receituário neoliberal:    desregulamentação, competição e produtividade. Estes três fatores conseguiram a façanha de diminuir o desemprego e a inflação ao mesmo tempo! Com mais emprego e menos inflação, aumentou o consumo, e depois os salários ( por via do aumento da produtividade). Abramos um parêntese para focalizar a produtividade. No Brasil, sempre houve luta para aumentos nominais de salário. Quem paga o excedente? Ou é o imposto ou a inflação, não tem jeito. O aumento de salário deve ser real, não inflacionário. Isto só se consegue com aumento da produtividade.Mas, como aumentá-la?

É preciso desregulamentar a economia, abolir os cartórios, e expor  todos à  competição. Seleção  natural? Darwin? Bom, quem criou  o mundo  foi Deus, o homem está longe de ser demiurgo. Marx fez  um  mal maior à humanidade que Hitler. Este matou milhões de pessoas, mas seu reinado foi localizado na Europa e só durou  12 anos. Marx, via Stalin e  todos os seus seguidores, reinou  70 anos e  condenou ao   atraso, miséria e morte muito mais pessoas na China (link), Ex-União Soviética, Europa Oriental etc. Ele tentou  igualar os desiguais, resultando num fracasso homérico.Os russos colocaram esta ideologia na lata do lixo da história, bem como toda a Europa Oriental.Porém no Brasil, persistem marxistas em lugares de comando, tentando interpretar as coisas por uma ótica obsoleta.Quando, no fim da década de 80, a produtividade na União Soviética caiu a níveis insuportáveis, Mikhail Gorbachev, ou fazia a Perestroika, ou a III Guerra Mundial. Sensatamente, preferiu a primeira opção.
Mas, como  vem  aumentando a  produtividade  nos  Estados  Unidos? Numa   primeira  etapa,    com   o downsizing e extinção do velho emprego, as empresas ficam capitalizadas e investem no que elas chamam de R&D (Research & Development), ou  seja, Pesquisa e Desenvolvimento. Estes  departamentos, vitais nas empresas modernas, estão sempre lançando novos produtos com novas tecnologias, mais baratos e melhores.A competição não é apenas entre as empresas americanas.Porém, entre empresas japonesas, alemães, francesas, enfim, todo mundo. A obsolescência é planejada, de modo que o consumo é a mola da indústria  e do comércio.
As novas máquinas fazem produtos melhores, a custos mais baixos, e em menos tempo.Isto é aumento de produtividade, a qual mantém a empresa no mercado, por ser competitiva.Como esperar que uma empresa estatal possa ter jogo de cintura para fazer isto?Os  economistas  sempre  temeram  que o aumento  da demanda  aumentasse a inflação. Isto era verdade numa economia fechada. Entretanto, numa economia aberta, o efeito é inverso, devido à competição.Como vimos, para sobreviverem, as empresas  são obrigadas a lançarem produtos mais baratos e melhores, o que gera consumo contínuo.
Então, na segunda  etapa as empresas  aumentam os salários  para poder pagar  uma  mão  de obra  mais qualificada (leia-se  o novo emprego). Isto  aumenta o  consumo, aumentando a produção e gerando mais empregos.O que é isto? Nada mais, nada  menos, que a  economia funcionando  naturalmente, como  funciona  um motor de  avião, um relógio, ou  um  órgão do corpo  humano. Simples? Mas  como  deu   trabalho  para compreender, hein?  O homem tentou botar  o dedo na economia e se queimou. Se  tirar  este dedo pode ser que a coisa funcione. Esse  negócio de luta  de classes, mais-valia, poderia  ir para o museu  ideológico da civilização. Lá  colocar-se-iam os  retratos de Brizola, Arraes, Fidel  Castro, et  caterva, como  homens bem intencionados, mas como diria meu Mestre, "equivocados sinceros".
Aluizio Emanuel Pereira Gomes
Escrito em 1996, com algumas atualizações.


KEYNESIANISMO, OFERTA E DEMANDA


                                                 KEYNESIANISMO, OFERTA E DEMANDA

Pode existir uma parte sem sua contra-parte?Impossível.Para existir a matéria, necessita a existência de um substrato, a anti-matéria, assim como o dia antecede a noite, e a luz tem seu oposto na escuridão.Até mesmo para a existência do Bem, é fundamental a existência do Mal, para que as pessoas saibam distinguir as coisas, através dos contrastes.Esta dicotomia se observa na dialética, no maniqueísmo, e no próprio marxismo (luta de classes, contradições do capitalismo, etc). Em esoterismo, ensina-se a Lei da Dualidade, base de todas as teorias subseqüentes.No campo da física, existe sempre a dualidade, no positivo e no negativo, na sístole e na diástole, no fluxo e refluxo.

No campo da teoria econômica existem dialeticamente dois lados opostos: os keynesianistas e os neoclássicos, ou liberais.Os liberais predominaram no século XIX, e preconizavam que a economia responde positivamente a mercados livres de regulamentação e amarras, governa-se sozinho( laissez-faire).A poupança, neste ambiente, é bem-vinda, porque estimula novos investimentos.
Porém, tudo mudou com a Depressão dos anos 30.Então, o economista John Maynard Keynes, desenvolveu uma teoria oposta ao liberalismo, para reerguer o capitalismo, talvez mesmo influenciado pela Revolução Soviética, imune às doenças do capitalismo.Em suma, seria uma teoria marxista infiltrada no coração do capitalismo, escoimada, evidentemente dos seu elemento mais subversivo, ou seja, a expropriação de ativos privados.Seria uma intervenção do Estado na economia, baseada no planejamento dos investimentos, e ao mesmo tempo um estímulo ao capitalista para reinvestir, mediante diminuição da carga tributária, e aumento dos gastos públicos. Claro, isto aumenta em muito o déficit público e a inflação, porém resolve o problema crucial do desemprego.

Nos Estados Unidos, o presidente Franklin Delano Roosevelt abraçou o keynesianismo lançando o New Deal, para enfrentar os fortes efeitos recessivos do crack da Bolsa em 1929 (Depressão).Roosevelt passou 12 longos anos como presidente da república, durante quase toda a década de 30, e desaguando na Grande Guerra, falecendo no cargo em 1945, antes de Hiroshima; a bomba A foi lançada pelo vice, Harry Truman.O esforço de guerra foi tremendo, aumentando o déficit federal, porém extinguindo o desemprego, mesmo porque milhões de jovens foram para o serviço militar.

Terminada a guerra, um novo ambiente foi configurado.O parque industrial americano estava intacto, renovado, com incorporações tecnológicas modernas, resultado do intenso esforço de pesquisa da guerra, enquanto URSS, Europa e Japão, estavam arrasados. O Plano Marshall foi assim uma nova ação keynesiana, agora em escala global, cujos resultados só apareceram a partir da década de 60.Porém, ações mais atualizadas de intervenção estatal começaram a fracassar, mostrando apenas o lado negativo:déficit e inflação.Para explicar a causa deste novo resultado, os economistas retornaram ao pré-keynesianismo, ou seja, tornaram-se neoliberais.Observaram que o keynesianismo apresentava resultados imediatistas, de curto prazo, porém perdiam efeito no longo prazo.Ao longo prazo o importante seria a poupança e não o déficit, que tinha o efeito colateral inflacionário.

O crescimento econômico sustentado dependeria da educação(oferta de mão de obra qualificada), de incentivos fiscais e diminuição de regulamentações, permitindo ao empresário caminhar com suas próprias pernas.Esta teoria é também conhecida como supply side, ou seja, viés da oferta (oferta de mão-de-obra e oferta de capital), lado que interessa mais que o viés da demanda (demand side).Os seguidores do supply side acabaram por simplificar demais a teoria, tornando-a bastante superficial, até mesmo demagógica, e por isso mesmo palatável ao grande público.Perceberam?Assim, uma complexa teoria econômica vira um slogan popular, bastante útil a políticos e oportunistas de plantão.Para os simplistas, basta cortar impostos e desregulamentar a economia, para que o mercado funcione.


Seguiu-se um período confuso, de perplexidade, onde muitas pessoas tentaram compreender as novas forças regiam o mercado, já em meados da década de 70.Os estudos teóricos dos professores Robert Mundell, da Universidade de Colúmbia, prêmio Nobel em 1999, e Albert Laffer foram digeridos por outros estudiosos, e modelados para uma teoria política.


Quando Ronald Reagan foi eleito em 1980, houve a virada do keynesianismo de Jimmy Carter para o neoliberalismo.Em seu discurso de posse, Reagan foi bem explícito, ao declarar:"Vamos tirar a mão do Estado da economia".O supply side voltou ao poder, depois de 40 anos de intervenção do Estado.Antes disso, ainda em 1974, Laffer havia apresentado a Dick Cheney e Donald Rumsfeld, assessores do partido republicano, um gráfico demonstrando que, ao se cortar impostos, a arrecadação cai de início, porém mais adiante, com o crescimento econômico a coisa se inverte, e  a arrecadação cresce logo então, compensando a perda inicial.Este gráfico ficou conhecido como a "Curva de Laffer".

O simplismo da curva de Laffer teve enorme atrativo entre os neoliberais, virou um elixir, uma panacéia para crônicos problemas de crescimento econômico.Para os políticos, era uma idéia fantástica, cortar impostos sem precisar cortar despesas.Ronald Reagan costumava afirmar: "o déficit é grande o suficiente para cuidar de si".Dick Cheney ainda hoje acredita que déficits não importam, a curva de Laffer corrige a coisa sem preocupações maiores.
 

No entanto, o céu não é tão perto, ficou a dúvida: até que ponto pode-se cortar impostos? Ninguém jamais respondeu convincentemente esta questão.Os economistas, de um modo geral, não fazem muita fé nos efeitos positivos da curva de Laffer, isto ficou mais a cargo de ideólogos e políticos.Como, ao longo do prazo, tanto o keynesianismo como o supply side se esgotam, verifica-se a alternância no poder das forças políticas:uma nova vaga corrige os efeitos perversos da vaga anterior, se esgota ao longo dos anos, permitindo o retorno dos antigos teóricos.É pura dialética.
27/10/2006
Publicado Diário de Pernambuco, em 03/11/2006,não na íntegra, por questão de espaço.