terça-feira, 23 de outubro de 2012

APOCALYPSE LATER



APOCALYPSE LATER
Por Aluizio Gomes

INTRÓITO

Aqueles que queriam apocalypse now, terão que se contentar com apocalypse later. Refiro-me aos arautos incansáveis da morte do capitalismo, que já estavam encomendando o caixão do coitado. Há mais de 100 anos que esse pessoal alardeia o fim do capitalismo, mas o danado ressurge das cinzas, como uma Fenix moderna. O capitalismo não é perfeito, na prática, devido às imperfeições do próprio homem: cobiça,egoismo, falta de visão, corrupção, ignorancia, etc.,mas, teoricamente, é um sistema que pode funcionar a contento. Já o socialismo, que é sua antítese, tem defeitos de nascença. Oriundo de sociedades primitivas, tribais,onde não há acumulação de riqueza, foi apresentado como opção na sociedade complexa e organizada como a nossa aos excessos da plutocracia, tanto aristocrata como burguesa.

Aí é que o bicho pega. É muito fácil ser socialista numa tribo de índios: eles não tem nada mesmo, então dividem o pouco que possuem, talvez só um roçado de mandioca. Se fossem privatizar a roça ia ter briga inútil por coisa de pouco valor. O resto pegam sem pagar ICMS nem IPI: palha, peixe, água,caça, etc. A maloca não paga aluguel nem IPTU. Burocracia zero,não existe SUS, o pajé não receita drogas complicadas ou patenteadas, um chá, uma reza e pronto. Os índios de Rondonia tem um nome para a cassiterita, minério de estanho, que traduzindo, quer dizer “pedra que o índio não come”.

Quando o homem começou a domesticar os animais e as plantas, começou a acumulação de riqueza e logo apareceu um “dono”, o proprietário das coisas. Esse dono, ou donos, se apressaram em extinguir de vez o socialismo. Para o bem ou para ou mal, começou a propriedade privada, que persiste até hoje e afloraram o defeitos intrínsecos do homem: cobiça e inveja: que tem, quer mais, quem não tem, quer tomar. Um jeito sofisticado de tomar é o socialismo, mas pessoas menos habilidosas no intelecto pulam o muro e roubam mesmo. O socialismo não passa de um forma de tomar sem ser processado pelo Código Penal. A terra, que a fonte primordial da riqueza começou a ser valorizada, disputada a ferro e fogo: começaram as guerras e conquistas, bem como formas jurídicas de gravar propriedades, direitos e heranças. Lendo a história do Brasil, vemos que os portugueses queriam diamante, ouro, prata, açúcar, madeira, etc, tudo que pudessem levar daqui, sem se preocupar em civilizar a nova terra. Os outros europeus fizeram o mesmo em outras partes do globo terrestre.

A RECUPERAÇÃO DE DETROIT

Na esteira da última crise veio abaixo a indústria automobilística americana, vítima de seus próprios excessos, estava obesa, trabalhando com custos excessivos, modelos ultrapassados, excesso de produção, e um péssimo gerenciamento, gente míope estava no comando. A intervenção federal não foi só financeira, mas exigiu uma adaptação da indústria aos tempos atuais. Quando Barack Obama fez a intervenção, foi chamado de socialista, por aqueles liberais que querem o governo fora dos negócios, dizendo que governo só atrapalha. Mas foi uma intervenção inteligente, sem nenhuma idéia socialista. Todo o gerenciamento foi modernizado, dezenas de fábricas fechadas, e o que é mais importante, o sindicato dos metalúrgicos aceitou o corte em uma série de benefícios sociais, que estava inviabilizando a produção.As tres maiores indústrias, Ford, General Motors, e Chrysler, estão agora dando lucro, com modelos mais modernos, produzidos a custos competitivos.
Enquanto isso,nas sua trincheiras, os socialistas bradavam, afirmando ser o capitalismo defunto, terminal, preconizando a volta do socialismo.
Negativo, mais uma vez o capitalismo se reinventa, como tem feito há séculos, e prossegue pujante. Não precisamos de socialistas, precisamos de gente criativa, o capitalismo vive da inovação, da renovação, daquela idéia genial, sabe, que muda tudo, deixando os dinossauros na poeira. Encerrando, afirmo:

OS SOCIALISTAS LADRAM, O CAPITALISMO PASSA.
Recife,27/09/2008

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O DESCONFORTO DA NAÇÃO PETISTA


O DESCONFORTO DA NAÇÃO PETISTA

Por Elio Gaspari

Os argumentos do desconforto de comissários, intelectuais e políticos da nação petista diante das sentenças do Supremo Tribunal Federal os colocam na situação do sujeito que usa livre arbítrio para acreditar  que a rua Barata Ribeiro é uma transversal da Avenida Atlântica. Pode acreditar nisso, mas nunca mais será capaz de achar um endereço em Copacabana.
Oito dos 11 ministros da Corte foram nomeados por Lula e Dilma Rousseff. Ao sustentar que esses juízes formaram m tribunal de exceção, os companheiros deslustram o mérito das indicações dos governantes petistas.
Salvo os doutores Toffoli e Lewandowski, a corte teria cedido a uma pressão dos meios de comunicação. Se essa influência fosse infalível, como explicar que essa mesma corte, por unanimidade, reconheceu a constitucionalidade das cotas para as vagas nas universidades públicas? Contra ela estava a unanimidade dos meios de comunicação, ressalvada a autonomia assegurada a alguns articulistas.
Dois condenados( José Dirceu e José Genoino) ergueram em suas defesas passados de militância durante a ditadura.Tanto um como o outro defenderam projetos políticos que transformariam o Brasil num Cubão (Dirceu), ou numa Albaniona ( Genoino). Felizmente, a luta de políticos como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Paulo Brossard trouxe esses militantes perseguidos para a convivência democrática, e não o contrário. Se tivessem prevalecido as plataformas do PCdoB ou do Molipo, Ulysses, Tancredo e Brossard teriam vida difícil.
A teoria de conspiração contra guerrilheiros heroicos estimula construções antidemocráticas de denúncia  da Justiça e da imprensa a serviço de uma elite. Nos anos 60, muita gente achou que a luta contra a “democracia burguesa” passava pela  radicalização e até pelos trabucos. Deu no que deu. Ficaria tudo mais fácil se os companheiros entendessem que fizeram o que não deviam e foram condenados. Endossaram a teoria da impunidade do caixa 2 eleitoral porque acharam que ela os protegeria.
O melhor a fazer seria reerguer a bandeira abandonada da imoralidade. Assim poderão batalhar pela condenação de mensaleiros de outros partidos e apresentar-se aos eleitores com um projeto livre de capilés.

 Publicado no Jornal do Commercio do dia 14/10/2012.    

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

COMO VENCER NA MARRA


Por João Villa

O que vi nas eleições 2012:

1. Maurício Rands sendo derrotado por 2 vezes nas prévias do PT, onde pretendia ser o nome do partido na disputa Majoritária de nossa cidade, tomando, em seguida, a decisão de "abandonar" a política;
2. @joao da costa "conquistar" apoio político nas prévias através de cargos na prefeitura;
3. @Eduardo Campos voltar-se contra o PT quando o partido tomou a decisão de não optar por Hands (indicação sua na disputa);
4. O PT inverter os papeis dos protagonistas na chapa formada por @joão paulo e Humberto Costa, deixando o nome principal no carona, quando deveria estar pilotando.
5. Eduardo Campos 40 aproveitar-se do momento de extrema fragilidade e confusão do PT e lançar um candidato aos moldes do nosso atual prefeito João da Costa. (desconhecido do povo, mas garatindo os seus interesses).
6. Raul Henry abrir mão de disputar a eleição em troca de favores até então "desconhecidos", surgindo logo em seguida com o apoio ao candidato do governador.
7. O senador Jarbas Vasconcelos vender sua alma àquele a quem sempre chamou de "coronel" e lhe foi inimigo político de toda sua vida pública.
8. @Geraldo Julio afirmar em debate que os 14 partidos de sua coligação o apoiaram sem nunca terem feito uma única exigência política. Foi apoio pela causa, pelo projeto que levava seu nome.
9. O surgimento de uma nova liderança política que combateu a máquina com coragem e com uma visão diferente da que se sustenta pela compra tanto de apoio político partidário quanto de voto.
10. Canditado (à prefeitura) e militantes serem presos, no dia da eleição, com R$ 1,5 milhões em notas de R$ 20,00 sendo solto imediatamente através de gentil pedido (R$) de fonte "desconhecida".
11. Canditado a Vereador gastando mais de R$ 1 milhão em capanha, mesmo ciente de que "apenas" receberá a simbólica quantia de R$ 720 a título de remuneração, divididas em suaves prestações de R$ 15 mil durante 48 meses.
12. Muito dinheiro público sendo gasto na campanha do candidato do governo.
13. O Imperador de Pernambuco demonstrar que política se ganhar com propostas (R$), com diálogo (R$) e com respeito ao povo (R$).
...
E por aí vai.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

UM TIRO NO PÉ



Lula agora anuncia que vai impedir a prisão dos cúmplices mensaleiros. 



Por Reinaldo Azevedo - Veja Online 

Luiz Inácio Lula da Silva agora faz saber aos seus que está mexendo os pauzinhos para evitar que os mensaleiros condenados sejam presos. Fiquei cá a pensar com quais instrumentos opera esse mago, e não consegui ver nenhum que não seja uma interferência indevida, ilegal e subterrânea no Supremo. Como não dispõe de instrumentos institucionais para fazer essa pressão, de quais outros disporia? Quando tentou intimidar Gilmar Mendes, com uma chantagem sem lastro, deu-se mal. Teria ele condições de se dar bem com outros? Com quais armas? 

Lula não se conforma com o fato de o Brasil ser uma República. Considera-se o quarto Poder — acima dos outros Três, claro! — e vai, assim, metendo os pés pelas mãos. 

Fiquei sabendo de algo espantoso. O Apedeuta está bravo até com… Frei Betto! Sim, está em litígio afetivo com esse notável pensador, que, à guisa de imaginar o cruzamento entre o catolicismo e o comunismo, também delirou com uma transa (falo sério!) entre Santa Tereza D’Ávila e Che Guevara, o “Porco Fedorento”. E por que a zanga com Frei Betto? Porque foi o primeiro que lhe falou de um certo Joaquim Barbosa para o Supremo. 

Lula não estava em busca de um ministro propriamente, mas de um elemento de propaganda. O fato de Barbosa ser negro se lhe afigurou mais importante do que o de ter credenciais, como tem, para assumir o posto. O Apedeuta esperava“fidelidade” daqueles que foram por ele indicados para o STF. E esperava ainda mais de Barbosa. No íntimo, deve achar que fez uma grande concessão. 

Ou por outra: o Babalorixá de Banânia não indicou um negro por “zelo de justiça”,como escreveu Padre Vieira, mas por concupiscência politicamente correta. O próprio ministro percebeu isso e afirmou, certa feita, numa entrevista, que esperavam na corte um “negro submisso”. Indaguei, então, a quem estava se referindo; incitei-o a dar o nome desse sujeito indeterminado. Agora já sei. 

A própria figura de Barbosa, já apontei aqui, passou por uma drástica mudança naquele submundo da Internet alimentado com dinheiro público. De herói, passou a vilão; de primeiro negro a chegar ao Supremo como evidência da superioridade moral do PT, passou a ser o “negão ingrato”, que cospe na mão de que lhe garantiu tão alta distinção. Sob o pretexto de combater o racismo, esperava-se um… negro submisso!!! Barbosa, convenha-se, está dando uma resposta e tanto à má consciência. 

Já discordei muitas vezes do ministro — e o arquivo está aí para prová-lo. Mas nunca ataquei a sua altivez. Altivez que deve ter não porque negro (essa qualidade não tem cor), mas porque ministro do Supremo. Lula também está bravo com outros. Não julgava estar indicando ministros, mas vassalos; não escolhia nomes para a mais alta corte do país, mas procuradores de um projeto de poder. Por isso anda por aí dando murro na mesa, inconformado com a “ingratidão”.