sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

MAILSON DA NÓBREGA

“Meu artigo na Veja que circula amanhã questiona a propaganda do PT, que vem há anos martelando uma balela, a de que mudou o Brasil. Os países mudam de duas formas. Em uma, digamos natural, a mudança decorre de avanços institucionais, culturais e tecnológicos. Noutra, transformações de alta envergadura, estruturais, geram mudança de patamar. Isso decorre de revoluções ou da ação de líderes transformadores. Cito os casos da Magna Carta inglesa e de três desses líderes : Deng Xiaoping, Margareth Thatcher e FHC. O PT aproveitou o crescimento e a ampliação da base tributária - decorrência do efeito da China e de reformas de governos anteriores - para ampliar os programas sociais. As desigualdades e a pobreza caíram, mas o partido pouco fez para isso. Quando se olha, todavia, a situação da economia e o maior escândalo de corrupção do mundo, a conclusão é a de que o PT mudou o Brasil, mas para pior.”

(Mailson da Nóbrega),Em 15/01/2016

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

GUTENBERG

ASCENSÃO E QUEDA DA INVENÇÃO DE GUTENBERG

Por Aluizio Gomes

PREFÁCIO DO MOVAP

A imprensa teve papel crucial no avanço da civilização, divulgando ideias e conhecimento, tirando muitos povos da barbárie, propiciando revoluções dramáticas na política, economia e ciência, além, claro, de popularizar a literatura.

Com a revolução digital, que avança de forma inexorável, a imprensa tende ao ocaso. Se há uma crise no setor, em contrapartida, há uma explosão na área digital, que atinge mais gente e a custo menor. Se há desemprego no antigo setor, há demanda por mão de obra no novo setor.


Artigo publicado em Business Week, 10/10/2009

“Com o colapso da mídia jornalística impressa, seguem juntas as indústrias de papel e madeira. Porém, se os jornais moribundos estão evitando o desmatamento, os benefícios ecológicos a longo prazo não estão claros.

Os jornais estão perdendo mercado firmemente ao longo dos anos. A circulação nos Estados Unidos caiu 34% de um pico de quase 62,6 milhões em 1990 para 41,1 milhões em 2008, de acordo com a Associação Americana de Imprensa.Isto inclui grandes fechamentos:Mais de 200.000 residentes no estado do Colorado estão agora acordando sem o Rocky Mountain News em suas portas, desde que o jornal fechou em Fevereiro.No mês seguinte, fechou Seattle Post-Intelligencer com mais de 117.00 leitores diários, mas funcionando digital, na WEB.

As revistas estão desaparecendo também. Condé Nast cortou 5 seções, incluindo Gourmet e Modern Bride.Esta implosão é a razão porque a indústria de 200 bilhões de dólares de madeira e papel está em queda, principalmente a indústria de papel de jornal. A Associação Americana de Madeira e Papel estima que a queda na produção de papel de jornal teve uma queda de 30%, ou quase 1,5 milhões de toneladas, enquanto a produção de papel para revista caiu 25%, ou 1 milhão de toneladas.Agosto foi 18º mês consecutivo de queda de dois dígitos no consumo de papel de jornal, de acordo da pesquisa realizada por CreditSights.A indústria de papel agora emprega 37% menos gente do que em 1990, enquanto a indústria florestal registrou declínio de 34% no quadro de empregados.

Além da Internet, outra razão para a queda na indústria florestal é a crise no setor imobiliário, e o declínio no consumo em geral, reduzindo a demanda para embalagens. Desta forma, a indústria florestal foi uma das mais atingidas durante a crise econômica, segundo Bill Imbergamo, diretor de política florestal da AF&PA. "Em conjunto com a redução do consumo de madeira para construção imobiliária, a diminuição da demanda para papel ameaça a viabilidade de um setor manufatureiro importante, e seus investimentos na saúde a longo prazo de nossas florestas", declarou Imbergamo no subcomité do Congresso para assuntos do interior e meio-ambiente.A indústria de madeira e papel responde do 6% do PIB, similar à indústria automobilística e a de plásticos.

Algumas das maiores companhias de papel estão sofrendo. Depois que fracassou um projeto de recapitalização de débito, no valor de 2,4 bilhões de dólares, AbitibiBowater, que se considera a maior produtora de papel de jornal no mundo, em capacidade instalada, pediu concordata em Abril. A empresa vende seus produtos em mais de 90 paises, numa escala de 5 milhões de toneladas anuais, sendo que metade disto é papel de jornal.Com ativo de 9,9 bilhões de dólares e passivo de 8,78 bilhões, a companhia tem sido "adversamente afetada pelas pressões e pela incapacidade de levantar capital de giro no atual mercado financeiro", declarou o CEO David J. Paterson, numa mensagem em seu website.Em Setembro, a empresa, com sede em Montreal, anunciou um corte de 1,3 milhões de toneladas na produção."Temos um caminho difícil pela frente com significantes desafios", afirmou Seth Kursman, vice- presidente da companhia em entrevista.Continuando adiantou que esperam sair da concordata mais enxutos e sustentáveis e que há um futuro para a indústria florestal e papeleira.


Muitos rivais de AbitibiBowater estão tendo prejuízio ou trabalhando sem lucro, fechando operações temporariamente e às vezes definitivamente, segundo G. Scott Vallely, CEO de Coy Paper, um produtor de papéis especiais em New Cannaan, Connecticut.Ele adianta: "As empresas estã sobrevivendo emitindo títulos e se endividando, o que não é sustentável".