terça-feira, 6 de outubro de 2015

ZEPELIM



ZEPELIM, OUTRA ESTATIZAÇÃO MAL SUCEDIDA

Por Aluizio Gomes

O dirigível zepelim foi criado pelo alemão Ferdinand Adolf Heinrich August graf von Zeppelin nos anos 90 do século XIX, e fez seu primeiro voo no dia 2 de Julho de 1900.
Foi primeiramente usado como uma aeronave comercial, mas com a eclosão da I Guerra Mundial, foi usado como bombardeiro.
Finda a guerra, a Alemanha, pelo tratado de Versalhes, ficou proibida de construir grandes aeronaves. Como exceção, foi construído um zepelim para os americanos. Em 1926 as sanções foram levantadas, e na década de 30 ocorreu o apogeu do zepelim, que começou a fazer viagens transatlânticas para o Brasil e os Estados Unidos.  Em 1937 um zepelim incendiou nos Estados Unidos, encerrando em definitivo os voos.
Vale lembrar que o conde Zeppelin havia falecido em 1917, tendo sido substituído por Hugo Eckener. Com a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, começaram as intrigas políticas, devido ao fato de Eckener se recusar a colaborar com os nazistas. Terminou Hitler estatizando a empresa, escanteando Eckener, que foi substituído por simpatizantes do novo regime.
Com o aparelhamento da empresa, normas de segurança foram desprezadas, enfatizando-se mais o desempenho, como forma de mostrar ao mundo o poder tecnológico germânico.
No tempo de Eckener, segurança era a prioridade, agora a prioridade era ideologia e propaganda.
Qualquer semelhança com o que acontece hoje no Brasil, com a Petrobrás, não é mera coincidência, é o que sempre acontece com estatais a serviço de interesses políticos e ideológicos. No tempo de Eckener nunca houve nenhum acidente, nenhum passageiro tinha sido ferido.

Depois da I Grande Guerra, os aviões a hélice foram continuamente aperfeiçoados, melhorando tanto desempenho como raio de alcance, o que causou a obsolescência da cria do conde Zeppelin.


Referências:

Eckener, Hugo: Count Zeppelin. The Man and his Work. London: Massie Publishing Company, Ltd. 1938.


Eckener, Hugo: My Zeppelins. London: Putnam 1958.

ESTE ARTIGO FOI PUBLICADO NO JORNAL DO COMMERCIO DE 07/10/2015

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