quinta-feira, 21 de junho de 2012

NOVAS REVELAÇÕES.....


NOVAS REVELAÇÕES SOBRE A ORIGEM, DIFERENCIAÇÃO E EVOLUÇÃO DO PLANETA TERRA

POR ALUIZIO GOMES

1.PREÂMBULO

Novos e mais precisos estudos laboratoriais em amostras de meteoritos e rochas da Lua e Marte, o progresso da astrofísica, bem como o melhor conhecimento da própria Terra, devido ao enorme progresso da geologia de campo, nas últimas décadas,têm lançado luz sobre um tema que aflita os pensadores desde a Antiguidade:De onde viemos e para onde vamos?

Os sábios gregos já distinguiam CAOS de COSMO.Cosmo quer dizer organizar. O Cosmo vem do Caos.Ao se organizar o Caos, dando-lhe forma e regras precisas,leis imutáveis, temos o Cosmo.Para habitar o Cosmo, vem depois a Vida, que independe da matéria.A vida nunca se extingue, enquanto a matéria interage com energia, e vice-versa, mas sempre é um binômio matéria-energia.Os seres vivos, da bactéria ao homem, são apenas habitáculos provisórios da vida, sujeitos à lei de Darwin.A vida em si evolui sob outras leis, desconhecidas ao cientista.

2.GEOCRONOLOGIA

O princípio básico da datação das rochas e minerais é a radioatividade de elementos químicos nelas contidos, não só o urânio, mas muitos outros.Emitindo partículas nucleares, os elementos radioativos vão decaindo na tabela periódica até atingir um elemento estável.O tempo que isto leva para metade da quantidade radioativa chegar à estabilidade chama-se meia vida.Por exemplo,a meia vida do Urânio 238 é 4,5 bilhões de anos.Verificando-se as proporções radioativas e estáveis numa rocha pode-se ter sua idade.O mineral mais antigo até agora é o zircão australiano, com 4,4 bilhões de anos.As amostras lunares e meteoríticas são bem mais antigas, provando que a Terra passou por transformações geológicas posteriores que não ocorreram na Lua e em outros planetas:formação de continentes e mares, cristalização de magmas, e condensação de vapor.

3.ASTROFÍSICA

Telescópios e instrumentos sensores mais apurados já podem observar a formação longínqua de estrêlas.Por outro lado, a análise mineralógica em meteoritos descobriu a existência de pequenas inclusões ricas em cálcio e alumínio, datadas em 4.560 milhões de anos.Estas são as idades mais antigas no sitema Solar.Ora, como há um isótopo do magnésio, o  26Mg, resultante do decaimento  radioativo do alumínio, de peso atômico 26, tendo-se as proporções Mg/Al, chegou-se a apenas um milhão de anos para solidificação da rocha(meteorito).Os astrofísicos admitem hoje que, para formar tais estruturas, teria havido uma explosão de uma supernova vizinha à nuvem de gás e poeira precursora do sistema solar(o caos dos gregos).Esta explosão fundiu toda a matéria, que passou em seguida a esfriar e entrar em colapso gravitacional, devido à onda de choque da explosão, que rompeu a inércia primordial (caos).Rompida esta inércia, o próprio colapso gravitacional foi reagrupando a matéria.Grupos cada vez maiores iam atraindo grupos menores e crescendo sem parar.

O arranjo material foi reproduzido em laboratório, teoricamente e matematicamente, mostrando que o colapso se arranja num objeto maior e central. , o proto-Sol, anelado por um disco equatorial ainda indiferenciado, chamado nebulosa solar.Novos processos gravitacionais vão, aos poucos formando novos globos, a partir da nebulosa, os planetesimais.Calcula-se que o crescimento de um planetesimal para planeta dure cerca de 100 milhões de anos.

4.FORMAÇÃO DA TERRA E EVOLUÇÃO DA VIDA

4.1 LITOSFERA

Formado o planetesimal da Terra, seu embrião, continou, sob ação gravitacional, a separação de elementos mais pesados, migrando para o centro, e elementos mais leves, tendendo à flutuação.Se jogamos pedaços de cortiça e ferro num copo d'água, a cortiça flutua e o ferro afunda.No caso da Terra, o ferro arrastou consigo elementos afins, chamados quimicamente de siderófilos:cobalto, níquel,ouro,platina, irídio, cósmio, paládio,etc., tudo migrando para o centro, formando o núcleo da Terra.A parte mais leve, constituida por hidrogênio, silício, carbono, cálcio, oxigênio formou uma camada externa, hoje conhecida como manto, e suas associações foram formando os minerais hoje conhecidos;quartzo, olivina, feldspato, anfibólios, piroxênio,etc, além da água, que não deixa de ser um mineral também.

4.2 LUA E ATMOSFERA TERRESTRE

Admite-se que, 60 milhões de anos após o colapso gravitacional da nebulosa, um enorme meteorito chocou-se com a Terra, evaporando o manto, e soldando os dois núcleos num só.A parte superior da névoa aquecida ficou em órbita, escapando à atração gravitacional, girando em torno da Terra.Seu reagrupamento formou a Lua.

A formação da atmosfera primordial deu-se pelo escapamento de gases contidos no manto, fenômeno que ainda hoje ocorre nos vulcões.Estudando-se a composição do manto e a concentração gasosa nele contida,a atmosfera primeva deveria ser composta por água(vapor), gás carbônico, nitrogênio, amoníaco e metano, um ambiente totalmente impróprio à vida, não devido apenas à elevada temperatura, como também pela ausência de oxigênio.

4.3 O PARADOXO DO SOL FRACO

Modelos para a evolução do Sol levam a indicar que,  até 2.500 milhões de anos atrás,uma era conhecida pelos geólogos como Arqeano, sua luminosidade era apenas 75 a 80% da atual, e assim a Terra deveria ser, na superfície, mais fria do que hoje.Contudo, os registros glaciais arqueanos são poucos.O paradoxo está na elevada concentração de gás carbônico na atmosfera, provocando um efeito estufa.

4.4 ORIGEM DA HIDROSFERA E EVOLUÇÃO DA ATMOSFERA

O manto é composto em grande parte por basalto, e este reagindo com gás carbônico, formou uma nova série de minerais de ambiente mais frio, os carbonatos( calcário e mármore são carbonatos).Esta reação emprobreceu a atmosfera em CO2 e, concomitantemente o esfriamento do planeta levou à condensação do H2O, formando os mares, rios e oceanos.Na África do Sul foram descobertas lavas vulcânicas submarinas (pillow lavas) com idade de 3,5 bilhões de anos, provando que naquela época já existiam os mares.Após o Hadeano, já no Arqueano, começam aparecer enormes depósitos de calcário, onde o cálcio do manto reagiu  intensamente com o carbono da atmosfera, precipitando carbonato de cálcio.Já o sódio e o cloro são voláteis em temperaturas elevadas, tendo asim se destacado do manto e carreados pela água em descenso para os mares, tornando a água salgada.Como explicar a baixa salinidade dos atuais oceanos? A posterior formação de minerais hidratados, como anfibólio, numa reação de magmas com a água salgada, retirou muito sal dos oceanos.

Para o aumento da concentração de oxigênio atmosférico, a única explicação plausível é por fotossíntese.Há grandes evidências que o aumento de teor de oxigênio atmosférico deu-se entre 2,45 e 2,2 bilhões de anos atrás.Depósitos sedimentares de origem orgânica marinha, chamados estromatólitos, com idade de 2,5 bilhões de anos foram achados na Austrália.As jazidas de hematita, como as do quadrilátero ferrífero em Minas Gerais são desta época, as quais só podem ser explicadas por um ambiente pobre em oxigênio(redutor).Vale dizer, existe o oxigênio, porém em baixa concentração.Logo após aparecem rochas que se formaram em ambiente rico em oxigênio, mostrando a radical transformação ambiental.As rochas arqueanas são totalmente diferentes das proterozóicas, mais jovens.A proliferação da vida nos mares e continentes, vida vegetal, bem entendido, foi enriquecendo a atmosfera em oxigênio, e este por sua vez começou a oxidar os minerais, incorporando-se definitivamente ao intemperismo das rochas.Vegetais cada vez maiores e mais abundantes foram aumentando dramaticamente o teor de oxigênio na atmosfera, e por outro lado diminuindo a concentração de CO2.A prova é a formação de rochas ricas em oxigênio, atráves de minerais oxidados (redbeds e sulfatos).O ambiente deixou de ser redutor, passando a oxidante.Num ambiente redutor forma-se sulfeto, como a pirita, e num ambiente oxidante formam-se sulfatos.

Lentamente, acumulando-se oxigênio de origem vegetal marinha na atmosfera, finalmente levou à formação de uma camada externa de ozônio, como existe ainda hoje.A camada de ozônio filtrou os raios solares, permitindo que os vegetais passassem aos continentes, preferindo os enormes pântanos de água doce, como vemos ainda hoje na Flórida e estados vizinhos no sudeste dos Estados Unidos.Os grandes depósitos de carvão registram esta época, conhecida como Carbonífero.Este novo ambiente caracteriza uma fauna e flora primitivas, a era Paleozóica .

4.5 O FIM DO PALEOZÓICO

O primeiro continente, Rodínia, já tinha alguns bilhões de anos de idade quando foi sacudido por um enorme vulcanismo de um tipo diferente, chamado plumas.O persistente esfriamento do planeta ia aumentando a quantidade de rochas, não mais fundidas, porém cristalizadas, aumentando substancialmente a área do continente Rodínia.Por baixo, a atividade radiotativa perdeu suas válvulas de escape naturais, devido à solidificação em superfície.Rodínia obstruia a dissipação do calor.Imagine uma panela de pressão, onde você fecha a vávula de escape.Explode.Assim,enormes massas do magma, mais leves, destacaram-se do manto, e subiram à superfície destruindo tudo.A fauna e a flora paleozóicas são extintas.Isto foi há 250 MA(milhões de anos)A acomodação posterior formou um novo continente, Pangea, onde lentamente surgiu uma nova fauna e uma nova flora, bem diferentes da paleozóica.É a era dos répteis,a era Mesozóica.O vulcanismo plumas é de maior profundidade, pode vir da base do manto inferior, a quase 3.000km de profundidade, ou de seu topo, a 660km profundos.A prova disso são minerais que se formam sob alto grau de metamorfismo, em pressões muito elevadas, existentes nas rochas vulcânicas relacionadas a plumas O diamante, por exemplo, só pode se formar em local muito profundo, pois sua forma cristalográfica, cúbica, é resultante do metamorfismo da grafita, romboédrica.(vide gráfico).Os diamantes brasileiros são resultantes da erosão de antigas rochas vulcânicas, hoje encontrados em rochas detríticas, porém na África do Sul ainda existem rochas vulcânicas diamantíferas, em Kimberley.A rocha, formada em grande profundidade é conhecida como kimberlito.

4.6 O FIM DO MESOZÓICO

Após quase 200 milhões de anos de domínio, os grandes répteis tiveram um final trágico.Um enorme meteorito atingiu nosso planeta, acabando com a fauna mesozóica.Começa uma nova fauna, na escala evolutiva, os mamíferos, e a nova era é chamada Cenozóica.Nos estratos sedimentares, separando o Mesozóico do Cenozóico, há uma estreita camada rica em irídio, elemento raro na Terra, porém abundante nos meteoritos.Para fortificar ainda mais a tese, descobriu-se uma enorme cratera no Golfo do México, compatível com as dimensões de um meteorito gigante.

O estrato rico em irídio foi denominado de LIMITE K/T.Separa o Mesozóico (K) do Cenozóico(T).K signica Cretáceo e T  Terciário.Acima deste estrato não se acham fósseis de dinossauros, provando que eles foram extintos.Todos os restos de dinossauros só são encontrado abaixo de K/T.Acima de K/T encontram-se fósseis de fácies aquática: répteis como crocodilos e tartarugas, anfíbios(sapos),peixes, etc, e até mamíferos, os primeiros mamíferos, ainda aquáticos.Os animais aquáticos, de pântanos, lagos e de água salgada sobreviveram ao cataclisma por causa da proteção da água.A extinção foi terrestre.

BIBLIOGRAFIA;

1.Dana, Edward Salisbury-A Textbook of Mineralogy-4º ed. John Wiley & Sons,Inc.New York

2.Gaines, Matthew.Energia Atômica.Ed. Melhoramentos.Editora da USP.

3.Neves, Sérgio Pacheco, 2008.Dinâmica do Manto e Deformação Continental: Uma Introdução à Geotectônica.2ª ed.Recife.Ed. Universitária da    UFPE.




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