terça-feira, 17 de julho de 2012

A LENDA DO CARRAPATO


A LENDA DO CARRAPATO
Por Aluizio Gomes
Era uma vez um carrapato que vivia parasitando o lombo de um belo exemplar canino, da raça pastor alemão.Desfilando pelas ruas do bairro onde seu dono residia, o cão recebia elogios rasgados de todos.O cão já estava acostumado, porém seu parasita ficava vaidoso, pensando que os elogios seriam para ele.Após sugar o sangue do cachorro, à noite, o carrapato se reunia com sua corriola e bancava o gostoso, contando o acontecido do dia.
Hoje em dia, vemos muitos "carrapatos" na política.Devido à rotatividade no poder, próprio dos regimes democráticos, muitos projetos e reformas maturam após o mandato de seus autores.O sucessor não tem escrúpulo  se apropriar dos benefícios, se intitulando pai do projeto ou reforma.Na escala estadual, vemos quantos pais apareceram para o Projeto Suape, que tem mais de duas décadas de maturação.Na escala nacional, o presidente Luis Inácio da Silva não cansa de afirmar, em seus discursos, que o bom desempenho atual da economia é resultado de sua política econômica.Ledo engano.As reformas de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, estão maturando agora, e Lula colhe os resultados.Todos nós nos beneficiamos, porém é importante dar a César o que é de César.A principal reforma, a mais importante, foi o plano real, o qual extinguiu a inflação brasileira, colocando o Brasil vários degraus acima no patamar de uma nação confiável para investimentos.Além disso, deixando de corroer os salários, o plano real conseguiu fazer mais pelos pobres do que o Bolsa Família, permitindo que milhões de pessoas se alimentassem melhor, e abrindo o crediário para o consumidor poder comprar bens duráveis.Isto deu um impulso enorme ao mercado interno.Quanto ao mercado externo, a lei Kandir, desonerando as exportações, permitiu que o Brasil aumentasse substancialmente as exportações.As privatizações foram parte de uma reforma importantíssima, a qual aliou-se ao plano real.Liberando importantes setores para a iniciativa privada, o desempenho econômico melhorou mil por cento.EMBRAER, Companhia do Vale do Rio Doce, e tantas outras, dispararam no mercado como se despertassem de um sono letárgico.
Podemos ainda citar: A lei de responsabilidade fiscal, a introdução dos genéricos, tudo obra de governos anteriores à era PT. O Brasil, pelo cenário externo, beneficiou-se extremamente pela entrada da China como potência econômica, valorizando demais nossos produtos primários: ferro, soja, carne, etc.
Para nossa economia foi salutar também, a lenta, gradual, embora incompleta, abertura de nossos mercados.Há um tabu, muito arraigado em nossa psique de subdesenvolvido, que as multinacionais pretendam engolir as empresas nacionais.Não, uma empresa, nacional ou estrangeira, quer sempre se expandir, dentro de um esquema competitivo.A competição é boa para o consumidor,porque lhe permite obter um produto mais barato e de melhor qualidade.Sem competição, não há inovação, nem custos baixos.A União Soviética fracassou exatamente por isso.Não havia mais criatividade, nem estímulo para baixar os custos.Indústria é criação, inovação, competição.Isto só existe num ambiente de empresas privadas, e mercados abertos.Nossa abertura começou com Fernando Collor, porém devido a seu mandato ter durado muito pouco, teve continuidade com FHC.
Então, concluindo, o cenário externo favorável, mais reformas de décadas atrás, levaram o Brasil a um patamar econômico mais alto, e não vejo, pelo menos da minha parte, nada que o PT tenha contribuído para isso.

15/10/2007

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